Severus Snape, um homem sem propósito.
A guerra acabara, Potter estava a salvo e para piorar, sabia o segredo que ele sempre escondeu.
Era uma piada sem graça, uma aberração com aquela cicatriz que tanto atraía olhares... Foi assim que Potter se s...
Severus Snape não podia estar mais entediado e pensativo.
Era como voltar ao antes, e ao mesmo tempo, ir além. Antes de Elizabeth, antes da guerra, antes de se tornar professor de D.C.A.T... Sem a aluna levantando a mão de cinco em cinco minutos, dando respostas hábeis e opiniões ácidas, não havia a menor graça. Ao mesmo tempo, sua mente trabalhava a mil pensando no que ouvira aquela manhã. Lúcio Malfoy, que fôra condenado há 15 anos em Azkaban, já viu o comensal misterioso.
Mas pode muito bem estar mentindo!
Não. Lúcio havia se redimido, se arrependido...
Sério? O mesmo que te chamou de mestiço imundo? E quase se referiu ao Lord das trevas como "meu Lord"?...
Ora Severus, não seja tolo!
O moreno, ainda massageando as têmporas, ergueu um pouco a cabeça para encarar seu sobrinho. Embora sem Davis, que parecia ser sua única amiga de verdade ali, o rapaz conversava aos cochichos com um Grifinório de cabelos escorridos. Draco parecia muito bem levando em conta tudo o que passou nos últimos anos, ele sim Severus tinha certeza que havia se arrependido, já o pai...
De repente Narciza Malfoy veio aos seus pensamentos, a bruxa foi condenada a prisão domiciliar por 18 meses, e o homem de olhos cor de Ônix ainda não havia ido visitá-la, nem uma carta para saber se estava tudo bem.
Para falar a verdade, ele não havia feito praticamente nada além de ir a sua residência na rua da Fiação no começo do ano letivo. Outrora Severus Snape andaria por aí, a capa esvoaçando atrás de si enquanto tirava pontos, caçava confusão, e resolvia assuntos pendentes, mas agora? Pós guerra?
Dumbledore estava morto, ele ô matou, Potter a salvo, ele vivo- coisa que não estava nos planos- era como se tudo perdesse o sentido.
Não há mais nada a fazer, quer dizer, óbvio que tem mil assuntos pendentes mas, não há nenhum que quer ou tem cabeça e forças para resolver.
-Professor?- Uma aluna da Grifinória murmurou limpando a garganta.
-Sim?- Snape estava tão avoado que sua voz não passara de um tom calmo, o que não passou despercebido pelos alunos que ô olhavam de uma forma estranha.
Cambada de curiosos!
-Podemos sair?- Perguntou ela hesitante.
"?"
O professor olhou o relógio em seu pulso;
Merlin! Já deveria ter liberado os alunos há vinte minutos atrás!
