Olhares

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                  Severus Snape on...

Estamos na ala hospitalar de Hogwarts;
Minerva e Olívia olham aflitas enquanto Madam Pomfrey examina Nora Seed...

Encaro seu corpo pálido e imóvel e é impossível não ter um déjà ví, desvio o olhar apertando os olhos com força, passando e repassando cada momento em minha cabeça.

Eu guiei os meninos até o banheiro masculino e com certeza teria notado a presença de Nora no meio deles afinal, a garota havia sido minha aluna por anos além de pertencer a minha casa.

A menos que, ela tenha saído antes... Eu com certeza não teria notado, tento não me culpar, mas se tivesse lhe ajudado, ela claramente não estava bem. Conhecia Nora o suficiente para saber que aquele comportamento não era de seu feitio.

Se eu tivesse prestado atenção, se tivesse conversado com ela, ou no mínimo organizado a fila como deveria, Olívia na frente e eu atrás para evitar que se perdessem ou aprontassem algo...

- Ela está em coma- Anuncia Pomfrey.

Sinto minhas entranhas derretendo, tento me manter indiferente mas isso é demais.

- Há algo a se fazer Papoula?- Pergunto, o tom de voz mais baixo que o esperado.

A mulher me lança um olhar de compaixão;- Eu temo que não Severus, pelo menos por enquanto.

Nos aproximamos do leito- O coração dela ainda bate, mas muito devagar, seus membros estão rígidos e petrificados, mas o que me chamou a atenção foi sua mão.- A mulher a segura com delicadeza.- Você sabe do que se trata não é Severus?

Vejo os olhares das mulheres ao meu lado se voltarem para mim.

Encaro Minerva, buscando as palavras certas, mas não há como maquiar ou aliviar. É crua e clara- É magia das trevas. Magia poderosa.

Minerva cobre o rosto aos prantos, não sei o que fazer, mas por sorte Olívia a consola passando o braço por seus ombros num abraço.

- Ele tinha uma marca igual...- Sussurrou ela de repente.

Franzi o cenho;

- Dumbledore! Eu me lembro... No ano de sua morte Alvo apareceu de repente com aquela mancha horrível na mão, sempre que perguntava- Ela seca os olhos com um lenço, tentando se recompor- ele dizia que não era nada que estava tudo bem, mas sabemos o que aconteceu. Você mais que todos nós Severus.

É claro que após a Guerra ouve um gigantesco julgamento de Comensais sobreviventes, apoiadores de Voldemort e eu, o homem que precisava provar que era inocente mesmo não sendo.

Para minha sorte, ou não, Dumbledore havia deixado um diário escondido no castelo contendo todas as informações do seu plano diabólico, e durante essas passagens haviam menções á mim, onde Alvo deixava claro que confiava em minha lealdade, alguns trechos descrevem as poções que fazia para adiar sua morte ou prolongar sua vida,  como ele mesmo preferia chamar.

No julgamento, todos ficaram sabendo da verdade, Alvo Dumbledore morreria, independente deu tê-lo matado ou não, seu tempo aqui era curto demais, graças a Horcrux que Voldemort criara.

Por um momento, quando vi a mancha negra em sua mão, cogitei a possibilidade que Minerva me apresenta agora, Nora poderia ter sido vítima do mesmo mal que assolou Dumbledore... Mas não.

- É diferente- Digo me aproximando do corpo sobre a maca- Alvo foi vítima de uma magia negra criada por Voldemort para proteger sua Horcrux. Aquela mancha iria, lentamente se espalhar por seu corpo até consumi-lo de vez, retardamos isso com algumas poções que fiz, mas essa garota... Sim, é magia negra, mas muito mais poderosa do que podemos imaginar. Em todos os meus anos servindo como Comensal, jamais vi algo parecido.

Aquela garota ainda vai enlouquecer Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora