A maja desnuda

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Era mais um dos dias ensolarados em Madrid, e Eric amava o sol como as abelhas amavam o pólen.

O jovem adulto desde pequeno havia notado que seus dias rendem mais quando há sol.

Não desprezando os dias chuvosos, não, longe disso, mas sim porque o garoto poderia caminhar livremente pela cidade ou até fazer um piquenique na praça em frente à biblioteca.

E não demorou para logo cedo ele já estar de pé, arrumado e pronto para ir ao museu do Prado, um de seus lugares favoritos na cidade, ou se não, o lugar favorito.

Seus fios arrumados, mas ao mesmo tempo bagunçados lhe davam um certo ar de rebeldia.

Em seus lábios continham um leve brilho, claramente aplicado com o hidratante que tanto levava e usava.

Sua roupa era composta por uma calça coral lebre com um tecido muito confortável, era como se no lugar da vestimenta estivesse simplesmente usando algodão para se cobrir.

Também acompanhara um cinto preto que a prendia junto de sua camiseta branca que carregava uma estampa um tanto quanto artística.

Nos pés usava um all star marrom que o adorava demais.

Estava esplêndido, por mais que se achasse simples de tal modo.

O ruivo de fios cacheados apenas pegou sua bicicleta e foi com um sorriso estampado de orelha a orelha pedalando em direção ao local.

As ruas estavam lindas como sempre.

A capital sempre foi bem arrumada e organizada. Era comum até demais para todos os moradores que viessem pessoas com outras culturas e idiomas, afinal, Madrid era cheia de turistas.

O garoto por sua vez, quando ainda era muito novo, pediu a uma de suas mães uma aula de inglês, para que compreendesse um pouco o que tanto as pessoas falavam.

Depois do primeiro mergulho, Eric apenas afundou mais no oceano de conhecimentos de tantos idiomas. O básico do básico, mas ele é bom no quesito escutar e compreender.

De tantas curiosidades, acabou se apegando a artes visuais.

Uma vez tentou ir no caminho da fotografia, visto que era um amante pelas paisagens que tanto via, mas na realidade acabou por perceber que se dava melhor apenas em memorizar os locais com a mente.

Talento com a câmera? Zero.

Na verdade, as pessoas não nascem exatamente com um dom, mas sim com uma inspiração. Cabe a elas decidir desfrutar disso e desenvolver, ou apenas deixar passar.

Mas para o ruivo tudo funcionava da seguinte forma; Eric não persistia em algo, apenas largava mão se na segunda tentativa não desse certo. Como se as coisas não fossem questões de treino, mas sim de nascer com o ‘’talento’’.

Coitado, deve pensar que está na Disney e que isso é o filme da Tinker Bell, onde cada um tem seu lugar no mundo sem o mínimo de esforço em suas conquistas.

Seu próximo apego foi a pintura, detestou, mas descobriu que era melhor em desenhar do que preencher os desenhos.

E pouco a pouco foi trazendo mais dessa cultura para sua vida.

Conhecendo histórias, artistas e grandes museus, como o Prado, que agora o ruivo se encontrava prendendo sua bicicleta em um dos postes logo perto.

Só nesse mês era a décima primeira vez que ele ia adentrar o local, já até fizera amizade com os seguranças e os guias turísticos.

Retirou do bolso de sua calça o penúltimo chiclete de canela que havia comprado a dois dias atrás e então mastigou, passando a caminhar e observar as obras.

𝐋𝐞𝐧ç𝐨𝐢𝐬 𝐃𝐨𝐛𝐫𝐚𝐝𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora