Mudanças

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Eu dirigia para casa depois de mais um dia de buscas sem sucesso, o rádio soava uma música suave ao fundo enquanto eu tentava achar alguma falha em meu plano, estava tão certo que dessa vez conseguiria achá-lo e me sentia mais cansado e menos esperançoso depois de dirigir mais de 100km apenas pra descobrir que haviam pego o cara errado. Se eu for ser honesto e bondoso, eu entendo o erro dos meus capangas e se eu fosse um imbecil drogado como eles e não soubesse diferenciar entre um cara qualquer de cabelos pretos e o meu marido Obito, eu também o confundiria com aquele lixo que eles me trouxeram no lugar dele. Sei que foi errado matar todos eles com uma faca mas era o que eu tinha em mãos e foi divertido descontar a frustração neles, afinal as ordens foram claras: Não voltem sem o Obito ou todos vocês morrem.

Desliguei o carro no meio da rodovia e desci abrindo a porta do porta-malas, o falso Obito me olhava com seus olhos castanhos, um detalhe sutil de diferença com o meu marido mas que me irritava mais do que deveria.

- Se você não parar de me olhar desse jeito eu vou te deixar no meu dessa estrada sem roupa e sem olhos, o que você acha? - O falso Obito fechou os olhos e eu não pude deixar de rir, passivo demais para ser meu Obito. O puxei para fora do porta-malas e o coloquei sentado na grama fora do asfalto - Abre os olhos, eu vou te deixar aqui como sinal do meu bom coração, você foi envolvido nisso sem querer então vou te deixar ir mas se você contar a alguém o que viu ou o que aconteceu aqui eu vou te matar, tá me entendendo?

- Caralho mano valeu, de verdade! Eu espero que você encontre o cara que você tá procurando de verdade mano - Bufei alto antes de murmurar um palavrão e segurar o falso Obito o esfaqueando no pescoço

- A culpa não é minha se você é burro e acreditou que ia viver depois de ver meu rosto, meu carro e os imbecis ainda contaram o meu nome e do meu marido - Ri baixo em respeito ao homem que morria devagar me olhando com aqueles olhos horrendos - Me desculpa ai

Arrastei o corpo morto do falso Obito para dentro da grama alta e puxei a faca de volta, eu sei que devia me livrar melhor do corpo mas estou sem paciência pra isso agora e só quero voltar pra casa, aquela merda de casa vazia de companhia e cheia de memórias do filha da puta do meu marido.

Obito ia acabar me enlouquecendo de vez, já fazia um ano que ele estava desaparecido e eu me sentia cada vez mais longe de encontrá-lo, toda vez que eu chegava perto era como se ele desaparecesse bem em frente aos meus olhos, ele sabe que eu o estou procurando e deixa pistas soltas - e falsas - por todo lugar somente pra me provocar mas quando eu botar as minhas mãos nele, quem vai enlouquecer vai ser ele.

Entrei no carro e voltei a dirigir a caminho de casa, estava estressado demais e é claro que tudo sempre pode piorar pois meu celular do trabalho começou a tocar e mesmo sem olhar sabia quem era, Guy, atendi com um resmungo e ele já deslanchou a falar

- Kakashi onde você está?! Estão te procurando desde cedo e o Tenente não sai do meu pé achando que eu estou o acobertando - Ri pelo nariz do desespero do meu amigo enquanto ele continuava a disparar perguntas

- Você sabe o que eu estou fazendo, não faça perguntas que não quer ouvir a resposta mas eu já estou chegando, não vou passar no batalhão hoje, diga que eu tomei remédios demais pra dormir e rodei

- Eles vão achar que você está se embebedando de novo, vou apenas dizer que você teve uma virose e desmaiou no chão do banheiro - Ouvi Guy suspirar do outro lado da linha, ainda não sei porque ele insiste em ser meu amigo se ele só se fode por minha causa

Losing GameOnde histórias criam vida. Descubra agora