Capítulo 2 - O Diabo

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Passados alguns dias a polícia encontra o esconderijo da gangue que Betinho faz parte e se prepara para a operação. A polícia chega abrindo fogo contra a quadrilha que imediatamente entra em confronto. Quando um policial é baleado e acaba morrendo, os tiros acabam se intensificando e todos os traficantes acabam executados com exceção de um: Betinho de Jesus.

Na sala de sua casa, Francisca assiste o jornal local que repercute a operação que acabara de acontecer. Segurando um xícara ela começa a tremer quando o noticiário diz que houveram muitos mortos e que apenas um sobreviveu. O nome do sobrevivente é revelado e em sinal de alívio Francisca coloca a mão no peito e respira pausadamente.

Marcela e Elias discutem sobre a estadia de Fernando em sua casa.

— Eu acho bom você arrumar logo um canto pra esse gigolô do teu primo. Tô de saco cheio desse macho dentro de casa já. — disse balançando os pés.

— Eu vou ver o que posso fazer, a Diana anda meio revoltada com toda situação, anda bebendo todo dia. — Elias balançou a cabeça.

— Não é pra menos né? — Marcela levantou a sobrancelha.

A conversa é interrompida por Fátima que bate no portão da casa.

— Ah não essa mulher, a essa hora. Eu quero morrer. —Marcela coloca a mão na cara e suspira. Elias ri da situação e sai de fininho.

— Que surpresa minha querida. A paz do Senhor. — Marcela abre o portão e um sorriso falso para Fátima.

— Você não atende esse celular não bonita? Tive que vir atrás. — Fátima respondeu ríspida.

Marcela travou o maxilar, respirou e respondeu: — Oh irmã Fátima, minha vida tem andado tão corrida ultimamente. Nem queira saber.

— É eu sei. Mas você lembra que é uma das organizadoras do Congresso né? E tem suas obrigações. — Fátima frangiu o cenho. 

— Claro, claro. — foi o que Marcela se limitou a responder sem graça.

— Toma aqui. — estendendo uma pasta para a loira. — aí está o número de todas as coordenadoras das igrejas, liga pra elas e avisa a data do congresso. Depois eu vou te ligar pra marcar uma reunião pra gente definir a contribuição de cada igreja. Agora deixa eu ir porque eu tenho que passar na Sara e chegar em casa tô cheia de coisa pra fazer. Você acredita que minha empregada me deixou na mão sem mais nem menos? Vou te falar, esse povo de hoje em dia não aguenta mais nada não. Qualquer coisinha e pedem pra sair. Querem é moleza isso sim. — Fátima se virou rumo a saída e entrou no carro quando acenou um tchauzinho pra Marcela que se limitou a dar as costas por resposta e fechar o portão. Entrou em casa pegou o celular e começou a falar com as coordenadoras. 

No quarto de hotel em que está hospedada, Diana fica perturbada.  — O que eu fiz da minha vida? Eu sou burra, burra, burra. — bate a mão na testa várias vezes seguidas. — Eu me entreguei pra aquele bananão que não tem nem coragem de me assumir. E esse bebê dentro de mim, eu não quero não. Não. Não. — ela começa a dar murros na própria barriga.— Ai, ai, eu quero morrer, eu não aguento mais, eu não consigo, eu quero morrer, eu quero morrer. — diz em prantos agachada no chão.

Diana começa a sentir algo estranho ali. Um arrepio forte toma conta do seu corpo deixando todos os fios de cabelo do seu corpo eretos. Ela sente a boca tremer e algo a faz levantar e se colocar em frente ao espelho existente ali. Ao se por em frente ao espelho ela não reconhece a si mesma. — Eu quero morrer, mas primeiro eu quero matar. — um tom escarlate parece refletir subitamente em seus olhos negros e um sorriso completamente involuntário toma conta de si. Ela pega uma faca que estava na mesa e sai. 

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