Domingo

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Não era a primeira vez que se viam, mas estar sentada assim na frente dele era novo.

Porque o que estavam fazendo parecia errado? Ela não tinha nada a perder. Ele sim.

Tão ligeiro quanto o cafezinho que tomaram, saíram porta afora. Para onde? Para o carro.

E se alguém visse? Deixou de paranóia, poderiam estar indo a qualquer lugar normal juntos, então porque o sentimento de culpa?

Ela dirigiu direto a sua garagem, sem perguntar, sem opinar, só estacionou o mais rápido que pode e fechou a grande porta.

Puxou o freio de mão, excitada. Pulou no colo dele, que com surpresa segurou a sua bunda.

O único cuidado foi com o abrir delicadamente a camisa dele, para não rasgar nem arrancar nenhum botão. Depositou-a no banco de trás.

Voltou à sua avassaladora missão de consumir aquela paixão doentia, proibida.

Apertaram-se, sofreram cada beijo e quando foi invadida vagarosamente gritou. Ali ninguém poderia ouvi-la.

Foi preciso mais alguns gritos para finalmente se sentir satisfeita, por ora.

Abraçaram-se, sentiu mais uma vez o perfume do seu pescoço, e adormeceu.

Acordou uma hora depois, molhada, na sua cama. Sozinha assim como em todas as noites dos últimos meses em que vivia de uma louca fantasia.

Balançou a cabeça, levantou, tomou um banho e olhou pela janela, que lindo domingo.

Se vestiu e após o café pegou o carro e partiu em direção à paróquia.

Eram quase nove horas, e pelo menos hoje poderia vê-lo de verdade, acordada, do último banco.

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