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Olá, do teu não eterno amor.

Sabe, parece clichê e bobo dizer que você foi a melhor coisa que me aconteceu, mas bom, você realmente foi a melhor coisa que me aconteceu, pelo menos antes de se tornar a pior.

Não sei ao certo por onde devo começar, estou naqueles momentos de insônia em que sua mente te obriga a relembrar momentos que não voltam mais, estou perdida e confusa, mas disposta a de certa forma fugir das memórias que me consomem lentamente me deixando à beira de um colapso.

O arquivo não tão mais vazio assim, tem um objetivo, ou pelo menos, eu tentarei deixá-lo com apenas um objetivo, e ele é relacionado a você, isso mesmo, você a pessoa que se tornou artista da tela em branco em meu coração, a pessoa que escreveu entrelinhas intensas em minha história, a pessoa que me ensinou a amar e a odiar o amor.

Sou guiada de uma forma incerta pelo coração a cada palavra que agora escrevo, poderá fluir coisas significativas que um dia irão chegar a você, como podem sair coisas tão fúteis e ingênuas que provavelmente deixarei o arquivo como um qualquer outro esquecido por aí.

Pensei por muito tempo sobre "nós", o que fomos, o que nos tornamos, o que deixamos pra trás e os sonhos futuros que não serão realizados, pensei nas ações infantis e brigas bobas, nos sorrisos sinceros e nos abraços com algo a mais, até mesmo no quanto eu te amava tão intensamente mas nunca soube expressar, enquanto você, nem se esforçava para mostrar o mínimo de paixão ardente que existia em seu coração quebrado e manco.

Lembra que disse que o arquivo tinha um objetivo? Pois bem, agora irei parar com os devaneios e focar logo, o objetivo é de alguma forma eternizar o que eu sentia por você, deixar uma marca sincera, guardar em palavras sobre o amor juvenil e ingênuo que agora se tornou amargura e lembranças distantes.

Serão cartas digitadas, sendo cada uma com um tópico específico sobre nosso "romance", e talvez um dia, quem sabe, poderei oficialmente entregar elas para você, ou as queimarei como protesto a mim mesma por agir impulsivamente e escrever sobre você novamente.

Talvez, aqui eu possa mostrar que minha intensidade era sincera em todas as formas, até nas ruins.
A intensidade me mostrou que ser intenso tem duas realidades, ou você queima ou você apaga...

Talvez eu só não estivesse pronta para amar...

Ou senti muita paixão querendo que fosse amor...

Cartas Que Nunca Te EnviareiOnde histórias criam vida. Descubra agora