Capítulo 3 - Íntimos

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(POV Shikamaru)

Com o passar dos dias as tarefas e missões ficaram ainda mais demoradas. Eu e Hinata nos encontrávamos sempre que surgia qualquer intervalo, mas eram momentos tão escassos que já não eram suficientes.

Nossa relação estava mais fluida, como se aos poucos fossemos nos adaptando um ao outro nos gostos e jeitos. Eu adorava observá-la treinar, seu empenho e determinação eram sempre contagiantes. Ela por sua vez admitiu que gostaria de aprender shogi para que pudesse compartilhar comigo aquele momento de diversão.

Com essa intimidade crescendo, ficava cada vez mais difícil agir indiferente a ela perto de nossos amigos. Somente Sakura sabia a respeito e dava todo o apoio e suporte para que continuássemos na surdina. Mesmo que minha vontade fosse beijá-la na frente de todos eu sabia que naquele momento era completamente inoportuno.

Decidimos não comentar sobre Naruto ou Temari quando estivéssemos só nós dois. Eu tinha que admitir que já havia ciúmes da minha parte com relação ao meu amigo, mas eu tão pouco podia cobrar, uma vez que os meus sentimentos pela loira ainda continham raízes profundas em mim.

O futuro era incerto, não só pela guerra, mas também porque se me obrigassem a escolher nesse momento com quem ficaria eu já não saberia responder. Hinata também não. Às vezes eu me perguntava se não havia me precipitado ao me aproximar da morena. Porém toda vez que eu a sentia em meus braços tinha certeza sobre a decisão que havia tomado.

— Esse final de semana você terá uma folga, estou certo? — O lado bom de estar sempre perto do meu pai era saber sobre o cronograma de missões.

— Sim, sairei em missão apenas na segunda de manhã com Ino e Tenten. E você? — Sua mão repousava sobre meu abdômen enquanto sua cabeça estava sobre meu peito. Acariciei seus cabelos macios. Aquele momento tinha se tornado o meu preferido do dia.

— Sairei em missão no domingo ao anoitecer. Acha que consegue alguma desculpa para ficarmos juntos sábado e domingo? — Se tudo desse certo eu planejava surpreendê-la com um jantar.

— Posso vir no sábado ao anoitecer. Meu pai e Hanabi sairão em um missão diplomática, terei apenas que inventar alguma desculpa para Neji.

— Entendo. Bom, te espero às sete então— Ela ergueu a cabeça para que pudesse me olhar nos olhos.

— Você está tramando alguma coisa não está? — Hinata estreitou os olhos em minha direção desconfiada. Dei meu melhor sorriso inocente.

— Não sei do que está falando. — Me inclinei para beijá-la. — O que seriam dos meus dias sem você?

— Repletos de tédio e preguiça, com certeza— Ela falou convencida.

— Tenho que concordar.

(...)

— Você precisa me ajudar— Implorei para Sakura.

— Mais? — Ela riu do meu desespero — Tá, tudo bem fale logo o que precisa.

— Me ensine a fazer aquele doce que ela tanto ama — Sakura inclinou a cabeça ligeiramente para o lado me avaliando.

— Rolinhos de canela?

— Esse mesmo.

— Ensino só se me prometer uma coisa.

— O que? — Todo o ar descontraído da conversa se dissolveu, agora ela me fitava séria.

— Precisa me prometer que não vai magoá-la — A rosada suspirou. — Hinata já sofreu demais em sua família, e pelo amor não correspondido pelo baka do Naruto. Ela não precisa de mais decepções.

— Eu prometo— Falei convicto. — Ela já se tornou alguém muito importante para mim. Não suportaria vê-la sofrer— E era verdade, sempre que Hinata chegava minimamente abatida no nosso lugar secreto eu sentia que poderia destruir qualquer coisa ou qualquer pessoa que a tivesse magoado.

— Sendo assim acho melhor começarmos essa aula de culinária.

Passamos a manhã inteira preparando até que eu finalmente pudesse fazer sozinho. Sakura saiu com uma cesta cheia de rolinhos de canela dizendo que aquilo deixaria a Hokage bem mais tranquila no trabalho. E eu saí em direção a floricultura Yamanaka.

— Quem é vivo sempre aparece. Mas me surpreende que tenha aparecido logo por aqui— Ino estreitou os olhos em minha direção— Temari por um acaso está em Konoha e você resolveu se declarar?

— Olá para você também Ino. — Revirei os olhos. — Não faço ideia do que você está falando, mas vim buscar umas flores que minha mãe pediu.

— Suas desculpas já foram melhores, mas por hora vou fingir que acredito — Ela sorriu cinicamente — Quais flores sua mãe pediu para você buscar? — Olhei ao redor buscando as que mais me chamavam a atenção.

— Qual o nome dessas aqui? — Apontei para um vaso com algumas flores brancas.

— Gardênias, elas representam pureza, doçura mas também simboliza um amor secreto— Ino sorriu abertamente.

— Entendo— Estava surpreso, parecia a flor perfeita para Hinata. Com uma expressão neutra eu continuei— Vou querer um buquê dessas.

— Estou surpresa— A loira falou tão baixo que resolvi fingir não ter ouvido.

Assim que sai da floricultura fui direto para meu lugar preferido. Precisava arrumar tudo para a noite, Era incomum, mas estava mesmo ansioso para ver a reação da morena ao ver a surpresa. Qualquer mínimo sorriso que eu conseguia dela era sempre gratificante.

Já estava perto do horário combinado quando fui tomar um banho e me arrumar, os rolinhos de canela já estavam devidamente preparados e internamente eu torcia para que estivessem tão saborosos quanto os que Sakura me ajudou a fazer pela manhã.

Logo que desliguei o chuveiro escutei a porta da frente sendo aberta, ela havia chegado mais cedo, enrolei a toalha em minha cintura e me apressei a sair do banheiro para me trocar.

— Oh! — Hinata estava no quarto, ela vestia um vestido lilás que acentuava sua cintura e seios fartos, me olhando surpresa. De imediato ela cobriu o rosto envergonhada — Desculpe, não sabia que estava no banho — Ela se virou para sair do quarto, mas eu fui mais rápido ao chegar à porta — Shika?

— Desculpa, mas não posso deixá-la sair sem ao menos me dar um beijo. Está ainda mais bonita com esse vestido— A puxei pela cintura para mais perto ela mordeu o lábio ao olhar para meu abdômen — Porque não me toca? — Peguei uma de suas mãos colocando em minha pele, um arrepio tomou meu corpo apenas naquele toque inocente, o que aconteceria se algo mais acontecesse...

— Acho melhor eu te esperar lá fora... — A voz dela não tinha firmeza alguma, como se tentasse convencer a si mesma sobre o que falava.

— Acho melhor ficarmos os dois bem aqui nesse quarto — Falei em seu ouvido e tive o prazer de sentir sua pele se arrepiar. — Você confia em mim Hinata?

Quanto tempo dura o seu para sempre? - ShikaHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora