SURPRESA

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O caminho para casa com Angel e Tom foi legal, embora eu não conseguisse disfarçar que estava um pouco atordoada.
Paramos em um café pois tradicionalmente nós três tomamos nosso café da segunda no Doon Café, o melhor café da nossa pequena cidade, Vinix.

-Amiga, você está bem? Te achei quieta o caminho todo, cadê o seu senso de humor maravilhoso, guardou na mochila? Interroga Angel.

- Só estou cansada, o dia hoje foi trabalhoso, só preciso de um café. Falo tentando não transparecer meus pensamentos.

Tom chega com os nossos cafés e senta puxando assunto.

- Amor, chegou um professor novo de química, precisa ver, o cara parece um manequim, as meninas ficaram pirada nele, você não vai ficar né?

- Claro que não mozinho, só tenho olhos para você, sempre. Diz Angel enquanto da um celinho em Tom.

Fico encarando- os enquanto dou um gole gigante no meu capuccino a fim de não alimentar o assunto em questão.
Angel logo me encara com um olhar travesso e logo balanço a cabeça em sinal de negativo já sabendo que ela ia fazer alguma suposição

-Amiga olha aí, gente nova na cidade e se...

- Não Angel, tá louca?não vem com essa. Você e sua mania de querer me empurrar para as pessoas, estou solteira por opção. Falo bem exaltada, fazendo todo mundo do café olhar para nossa mesa e um silêncio ensurdecedor se instalar no café.

- Desculpa, não está mais aqui quem falou, fala Angel claramente assustada com minha reação.

- Desculpa gente, o dia tem sido difícil. Perdão. Não precisam me levar para a casa, eu vou andando para pensar um pouco e não ter que descontar nada em vocês .

- Tem certeza? posso pedir pra alguém te levar, diz Tom.

Aceno em sinal de negativo e saio em direção a minha casa.

A noite está caindo e o céu está em tons alaranjado e lilás, aprecio- o enquanto vou em passos curtos para casa, imersa em meus pensamentos, tentando repassar o que senti hoje e os olhos azuis do professor não saem da minha cabeça.

Chego no grande portão de casa, encaro o brasão dos Lourenço por um tempo e logo um dos seguranças abre para mim.
Aprecio o jardim enquanto ando em direção a casa e observo o quanto ela é gigante e um pouco exagerada até. Logo vejo um conversível preto e tenho certeza que não é um dos carros do meu pai.

Abro a porta da imensa sala e por mais que a lareira estivesse ligada em uma noite de verão, o meu olhar vai imediatamente pousar nos olhos mais azuis que eu já vi, e ali fico parada, imersa naqueles olhos sem desviar, sem disfarçar.

- Oi filha, porque demorou tanto? Entre, queremos te apresentar o Sr. Ethan. Dispara a minha mãe vindo em minha direção e puxando o meu braço para ir até onde estão.

- Boa noite papai, prazer Sr. Ethan. Falo encarando- o

- Boa noite Srta. Anne, o prazer é meu. Diz ele enquanto aperta a minha mão.

- Nós nos conhecemos hoje pela manhã, sou seu professor de química, tá lembrada?

Aceno em sinal de positivo sem soltar a mão dele, enquanto meu corpo cambaleia e se arrepia com aquela mão quente apertando a minha.

- Ah ótimo! Exclama o meu pai fazendo eu puxar a minha mão.
Filha, o professor Ethan veio de mudança para Vinix com sua família, já o conhecia de uma convenção de escritores e leitores, nos tornamos grandes amigos, então o convidamos para conhecer nossa casa e mostrar nossa nova lareira para o inverno congelante de Vinix. Pena que sua esposa e filha não puderam vir também.

Eu congelo no mesmo instante: esposa, filha ?
Como sou louca, como pude ficar vidrada em um homem casado, como não reparei na aliança antes ?
Olhei para ele mais uma vez e não vi aliança.

- Ótimo, desejo uma ótima noite a vocês . Falo enquanto saio em direção a escada a fim de ir para o meu quarto.

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O gato é casado, será que Anne conseguirá resistir à tentação? Ou melhor: será que ele quer algo com ela?

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