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Lisa POV

Ele está de volta, depois de anos, quando eu finalmente estou melhorando, por que só agora? Foi ele quem nos abandonou e foi embora. Nini não me deixou ir pra casa, não queria me deixar sozinha, agora estou aqui, na casa dela, deitada em sua cama, minha cabeça no colo da chu enquanto ela faz cafuné.

— Por que será que ele voltou, Chu? Por que agora?

— Eu não sei, meu amor, talvez ele queira voltar a falar com você

— Não sei se consigo, Chu

— Falar com ele?

— Perdoar ele — Falo

— Você não é obrigada a fazer isso — Diz calmamente — Mas talvez fosse bom, encarar essa situação de frente, você enfrentou a Roseanne, superou ela, melhorou, parou de tomar um dos remédio e desde que você voltou não precisou do calmante nem uma vez, nem hoje quando viu ele, talvez te ajude a superar esse assunto, não precisa perdoar ele, nem conversar por muito tempo

— Voltei — Jen fala entrando no quarto — O almoço tá pronto, venham — Diz me ajudando a levantar e me abraça — Tudo bem?

— Sim nini —Falo e caminhamos até a porta, estávamos na escada quando ouvi a voz do pai dela e travei

— O que foi? — Nini pergunta

— Seu pai tá aqui — Falo baixo

— Ele meio que mora aqui — Chu fala e elas riem

—Relaxa, amor — Nini fala e me dá um selinho

O almoço foi tranquilo, a mãe da nini foi legal, o pai dela é mais calado, mas falou comigo, pelo menos um pouco. Ele dá medo. Depois fiquei mais um pouco abraçada nela no quarto, Chu foi pra casa e ficamos só nós duas, consegui convencer ela a me deixar ir pra casa, mas demorou algumas horas, afinal nini queria ter certeza de que estou bem.

— Achei que não voltaria pra casa — Escuto a voz de Miles e vejo ele sair de um carro, paraliso

— Como sabe onde eu moro?

— Eu perguntei a coordenação da escola —Fala — Só quero conversar, Lisa — Diz e eu olho pra ele, seus olhos, são iguais aos dos meus pesadelos, não aguento sustentar o olhar e saio correndo pra casa abrindo rápido já que a chave estava em minha mão

Entro em casa trancando a porta em seguida e escuto ele me chamar, respiro fundo várias vezes e tento me acalmar, tomo um copo de água e subo pro meu quarto. Tomo um banho muito demorado, visto uma roupa confortável e falo com a nini, ela perguntou se deveria vir pra cá e eu neguei, ficamos em ligação por um tempo até eu dormir.

...

Acordo meio confusa, olho ao redor, já era noite, a janela estava aberta, o quarto estava frio graças ao vento que entrava, me levanto e caminho até lá pra fechá-la e então eu o vi, ele ainda estava ali, dentro do seu carro.

Respiro fundo e desço as escadas indo pra cozinha, fiz um sanduíche pra mim e comi com suco, a campainha começou a tocar, mas eu ignorei, sequer fiz algum barulho.

— Eu estou vendo as luzes acesas, Lisa, você não é mais criança, vamos conversar — Ele grita e eu tento me manter calma e continuo comendo — Eu não saio daqui enquanto não falar com você

Jisoo disse que eu não sou obrigada a falar, mas também disse que talvez fosse bom pra mim

Será que o Kookie tá ocupado? A casa dele é pertinho e ele é forte, podia mandar o Miles embora

Não pode ser tão ruim, penso comigo mesma e caminho até a porta, não digo nada, apenas dou espaço pra ele entrar.

— Finalmente, onde está Malee?

— Ela não mora na Coreia, não mais — Falo baixo encarando o chão

— Okay — Ele fala — Olhe pra mim, Lisa, eu não sou um monstro

— Sim, você é — Falo o encarando — Diga o que tem a dizer

— Eu sei que eu devo ter te magoado, mas não foi minha intenção — Diz — Eu sinto muito

— Isso não muda nada, eu passei meses em um hospital, não conseguia nem comer, depois desenvolvi ansiedade e depressão, você abandonou a gente

— Eu não deveria ter feito isso, eu sinto sua falta, Lisa, você pode morar na Tailândia de novo, na nossa casa, nós podemos ser uma família, sua irmãzinha vai adorar te conhecer

— Não existe família sem a mamãe e nem vida sem a Nini — Falo e ele revira os olhos

— Você não ama ela, Lisa

— Você não me conhece, eu amo ela e não me importo com o que você pensa, eu não vou morar com sua nova família, eu não faço parte dela e estou feliz assim, vá embora, se não eu vou falar com a polícia se continuar me perseguindo — Falo abrindo ainda mais a porta já que eu não havia fechado caso precisasse correr —Vá embora

— Eu sou seu pai, Lisa

— Eu já sou maior de idade

— Se sua mãe pedisse pra você morar com ela, você iria, eu aposto — Diz caminhando até a porta, mas parando a minha frente

—Ela não me pediria pra me afastar dos meus amigos e da Nini, mas sim, eu iria, porque ela me ama e cuidou de mim por anos, mesmo eu já sendo grande, diferente de você que abandonou sua família — Falo — Vá embora, não quero você aqui e não volte

Ele passa longos segundos me encarando, eu fiz muito esforço pra encarar de volta, os olhos castanhos dos meus pesadelos, mas depois de algum tempo ele sai, rapidamente tranco as portas e fecho qualquer janela.

Estava com medo, uma angústia enorme, comecei a chorar e liguei pra nini, pedi pra ela e a chu virem pra cá, ela não pensou nem duas vezes e em 10 minutos elas estavam aqui comigo, me consolando, como sempre ao meu lado e eu tenho certeza que sempre vão estar.

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Borboletas às soltas | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora