Introdução

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                                                                             Hospital Sírio-Libanês - SP
                                                                                 17:00 - Sala de Cirurgia

                                                                                                     2005

O desespero tomava conta daquele casal, enquanto o máximo que podiam fazer era apenas esperar, pois as chances dele eram mínimas.

- Querida, não sofra antes do tempo, vai dar tudo certo. - disse o homem.

- Como assim você tá tão calmo? Ele só tem seis meses... Que bebê consegue resistir à uma cirurgia com apenas meses? - bufou ela.

- Não é bem assim, só um milagre de Deus para salvá-lo, vamos ter fé que ele irá ajudar.

Apesar das palavras de conforto e tentativas de acalmar a esposa, o homem também estava bastante aflito, só que um dos dois precisava ser forte, no caso, ele.

Demorou alguns segundos para que o médico saísse da sala de cirurgia, então ambos levantaram, agoniados.

- Doutor, por favor, diga que nosso filho está bem! - pediu o homem.

- Sim, ele está bem e fora de perigo, mas tem um porém. - disse o médico.

- Ok, pode soltar a bomba! - resmungou, abraçando a esposa.

- Para conseguir salvar o filho de vocês, precisei usar um pequeno fragmento disso aqui - ele mostrou um raio-x com um pequeno pedaço de uma pedra brilhante na altura das cordas vocais do bebê - Isso foi encontrado por policiais na Praça Tiradentes, em Curitiba, na mesma praça onde o Diversus voltou depois de um mês fora. Os policiais mandaram para especialistas, mas eles nunca identificaram nada, então mandaram pra cá. Usando essa pequena "fonte de energia" conseguimos impedir que o câncer se espalhasse pela garganta do seu filho, mas ele nunca mais poderá falar.

Nesse momento, a mãe desatou a chorar.

- Como assim nunca mais poderá falar? Vocês arrancaram as cordas vocais dele? Deixaram ele mudo? - esbravejou o homem, enfurecido.

- Não é bem isso, se acalmem! Eu não quis dizer que ele nunca mais poderá falar. Ele pode sim, falar, conversar numa boa com as pessoas, fazer amizades, ter relacionamentos sociais, ter uma vida saudável, porém, ele não poderá ter sentimentos negativos como medo, raiva, frustrações, dentre outros sentimentos que o façam gritar. - explicou ele e o pai ficou mais aliviado.

- Se ele gritar... O que acontece? 

- É melhor vocês não saberem. Ou pagarem para ver.

Mesmo contrariados, o casal pegou o filho quando ele foi liberado para ir pra casa, então os pais o pegaram e foram até o carro, aliviados.

- Pelo menos ele está fora de perigo. Não corre mais risco de vida. - disse ele.

- Sim, realmente, meu bebê tá bem. - sorriu a mulher, beijando a testa do filho.

Depois de finalmente chegarem em casa, o clima tenso passou e eles jantaram, depois a mãe amamentou o filho e ambos foram dormir, pois o dia havia sido intenso para eles. 

Porém, de madrugada, a coisa mudou.

A criança havia acordado no meio da noite com fome, como sempre fez desde que nasceu, porém, ao abrir a boca e começar a chorar, tudo em volta dele começou a ser destruído, um terremoto vinha da sua boca acompanhado de sua voz, o que destruiu a parede de seu quarto e começou a destruir carros, casas, o asfalto também foi rachando. 

O barulho alto despertou a atenção dos pais, que acordaram desesperados, entendendo finalmente o porquê do médico ter dito que o filho não podia gritar nem chorar, mas não entendiam como aquilo era possível.

                                                                                        2021
                                                                             Em algum lugar do espaço

Um ser alto e com uma armadura branca-acinzentada passava seus dedos finos e compridos pela tela do monitor, admirando a foto do pequeno garoto e imaginando as enormes possibilidades que tinha com ele.

- O que está fazendo Senhor Zhoruk? Já tem um tempo que o senhor está aí parado, quieto, calado. - perguntou um Titã mais baixo e mais barrigudo.

- Meu querido servo, você nem imagina o que eu descobri! Encontrei a arma perfeita para encontrarmos Oryon e acabar com ele! - empolgou-se Zhoruk.

- Sério? E como faremos isso? 

- Esse menino, já no auge da adolescência, é tão ingênuo como uma porta, poderemos pegá-lo com tanta facilidade que ninguém nos impedirá. E com seus poderes super sônicos, derrotaremos o Oryon e teremos a vitória em nossas mãos! - comemorou ele.

- Isso é incrível chefe.

- Sim, muito, só falta uma coisa.

Zhoruk caminhou até o computador de bordo da nave, digitou as coordenadas e a nave aumentou sua velocidade, mais rápida que a da luz, em direção à Terra, prontos para começarem o seu plano.

               

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