Normani's Point of View
— Cosi, eu juro! - Lauren falou abaixando o tom de voz. — Ela subiu as escadas na hora que a Normani desligou, entrou no escritório, trancou a porta, arrancou o celular da minha mão e me amarrou com meu próprio cinto...
Cosima sorriu para a história e continuou ouvindo atentamente enquanto Lauren contava sobre sua folga com Camila.
Eu me distraí com uma foto que Dinah havia me enviado e passei a conversa inteira tentando me controlar pra não ficar com um sorriso besta lembrando do nosso encontro.
— E você, Mani? Tá ai com essa cara de tonta. - Lauren falou e Cosima sorriu me analisando.
— Ai, ai, foi muito legal... - eu falei me deixando levar. — Eu a levei pro trabalho hoje cedo.
Lauren arregalou os olhos querendo mais do que nunca ouvir detalhes.
— Por favor, Mani, me conta tudo! - ela implorou.
— Eu vou contar! - falei e me ajeitei no sofá me preparando.
Contei sobre a feira e a ONG e então quando ia contar sobre a hora que chegamos em casa meu bipe tocou e as duas bufaram.
— E você não pode usar a carta da festa da Rihanna assim. - Cosima resmungou enquanto eu saia da sala e ouvi que ela e a Lauren voltaram a conversar de outro assunto.
Eu corri até a emergência.
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A verdade é que o dia passou e fora os momentos de procedimento cirúrgico eu não consegui deixar de pensar em Dinah.
Mais do que tudo queria poder vê-la e quando dirigi para casa sem Lauren para me distrair o caminho pareceu ainda mais longo e demorado.
Eu joguei as chaves na mesinha do hall de entrada e sorri me lembrando de Dinah.
— Sua casa é linda. - ela comentou deixando sua bolsa ao lado da porta junto com seu sapato.
— Obrigada, minha amiga Camila quem me ajudou a decorar. - eu respondi esperando que ela terminasse.
Dinah me seguiu até a porta do meu quarto onde esperou que eu guardasse meus sapatos.
— Você quer comer algo? Ou beber? - eu perguntei e ela negou com a cabeça.
— Não precisa. - ela respondeu baixinho entrando devagar no meu closet e passando suas mãos por dentro do meu casaco me puxando para perto do seu corpo pela cintura.
Eu sorri sozinha enquanto fazia o caminho até meu chuveiro e me encostei no box do meu banheiro de maneira muito mais dramática do que eu esperava que fosse capaz.
— Dinah... - eu murmurei por entre minha respiração pesada enquanto ela se abaixava deixando beijos pela minha barriga até começar a me chupar.
O vidro do box gelado atrás de mim enquanto ela apertava minha coxa sobre seu ombro e me puxava em sua direção.
Eu gemi involuntariamente abrindo mais o chuveiro para que a água esfriasse um pouco.
O meu interfone tocou fazendo eu me assustar e quando atendi senti minhas pernas tremerem.
— Uma Dinah jane está aqui, perguntando se pode entrar. - eu pensei que ia deixar o telefone cair.
— Claro, pode sim!
Eu fechei meu chuveiro e vesti meu roupão de seda que Ally havia trazido de Londres pra mim enquanto tentava parecer casual na porta de casa.
Quando Dinah tocou a campainha eu abri a porta quase no mesmo segundo e sorri.
— Eu queria te ver. - ela falou e ergueu uma caixinha de isopor. — Trouxe comida mexicana de verdade.
Ela sorriu de volta para mim.
— Eu não conseguia parar de pensar em você, Dinah. - falei abrindo espaço para que ela entrasse.
Dinah deixou as coisas sobre a mesa de centro da sala e então passou as mãos pela gola do meu roupão.
Eu a segurei pela cintura e me coloquei mais a frente deixando a distância entre nós ainda menor.
— E eu pensei em você o dia todo, Normani. - ela falou colocando o rosto no meu pescoço e deixando um beijo delicado ali. — Por quê você tem que ser assim tão gostosa?
Eu senti minhas costas arrepiarem e passei minha mão pela sua nuca puxando seu cabelo.
Ela gemeu e aquilo me tirou mais ainda do eixo.
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Dinah's Point of View
Normani estava abraçada com o lençol o que parecia adornar ainda mais seu corpo perfeito. Eu passei meus dedos por sua coxa fazendo um carinho devagar ao que ela respondeu resmungando, Normani foi mais para frente e passou o braço pela minha cintura e então abriu os olhos com preguiça e sorriu.
— Não consegue dormir mais? - eu neguei com a cabeça e sorri também.
— Eu acordei um pouquinho e fiquei te admirando só. - ela resmungou mais uma vez e fechou os olhos de novo.
— Você quer alguma coisa? - eu subi minha mão pela sua coxa e passei por suas costas a deixando mais perto de mim.
— Não, Normani, pode voltar a dormir.
— Agora não sei se consigo. - ela respondeu e então se esticou um pouco e virou para pegar seu celular. — Nossa Dinah são três da manhã...
— Desculpa te acordar tão cedo no seu dia de folga. - ela riu.
— Não tem problema, Dinah, vou fazer um lanchinho da madrugada, o que acha? - ela colocou o celular longe de novo e se virou para mim.
— Eu sempre tô com fome. - eu falei e ela sorriu se espreguiçando de novo.
— Mas eu vou tomar um banho antes... - ela ajeitou uma mecha do meu cabelo que estava caindo no meu rosto. — Quer vir?
Normani sorriu de canto me olhando e eu senti como se meu estômago estivesse de repente se mexendo sozinho e eu sorri de volta me levantando pra ir com ela.
Não muito depois eu estava usando uma camiseta do Orlando Pride por quem Normani contou ter sido obcecada durante a faculdade e nós estavamos dividindo a coberta no sofá da sua sala gigante.
— Na faculdade as meninas montaram um time de futebol, não era nada acadêmico muito menos profissional, mas a gente ia nos fins de semana jogar num campo aberto perto da casa da Lauren. - ela continuou contando.
— Eu nunca gostei de fazer nenhum esporte assim, mas quando eu era criança minha mãe me colocou pra fazer aula de contemporâneo, eu adorava e inclusive dava aula. - ela arregalou os olhos.
— Que chique, Dinah! Agora fiquei curiosa pra ver.
— Quem sabe um dia. - eu comentei e pisquei para ela. — Mas e a cozinha? Você comentou ontem sobre a faculdade, como você quis isso?
— Eu sempre gostei de cozinhar, mas as vezes trabalhar com o que você gosta como hobby pode ser uma decepção, né? - ela assentiu. — Mas foi o contrário, eu amava a correria da cozinha, as tarefas que as pessoas acham as mais chatas também...
— Cortar cebola? - ela perguntou me ouvindo com atenção.
— Também. - eu sorri. — Mas as vezes é um trabalho que que te consome e existem necessidades reais além de algum sonho.
— Isso me pareceu muito específico, - ela estreitou os olhos. — Foi seu caso?
— Mais ou menos, meu pai ficou um bom tempo desempregado e eu trabalhando como chef tinha muita responsabilidade, pouco salário e nenhum registro então surgiu a oportunidade no hotel e eu optei pela segurança. - eu falei fingindo dar de ombros pra situação, como se eu não me importasse.
Normani me ofereceu um sorriso triste e colocou a mão no meu braço.
— Sinto muito, Dinah, espero que você encontre um jeito de voltar a viver isso em melhores condições. - eu agradeci e decidi mudar de assunto.
— Você ainda quer continuar vendo esses filmes? - eu perguntei enquanto aparecia o banner da continuação.
— Claro, quer dizer... Continuar olhando partes esporádicas enquanto converso com você? Sim. - eu ri e assenti.
— Mas eu já tô com sono de novo, não sei se vou aguentar. - eu falei enquanto ela pegava o controle.
— Não tem problema, se você quiser pode me contar tudo sobre sua vida até você pegar no sono de novo. - eu sorri.
— Eu sou uma mulher muito misteriosa, Normani, não é tão fácil assim desvendar meus segredos. - eu falei
— E eu sou uma mulher muito paciente, Dinah.
Ela piscou para mim e então me puxou para deitar junto com ela. Não sei se cheguei a ver o começo do filme, só lembro de acordar assustada com uma mãozinha me sacudindo.
Normani's Point of View
Eu estava no banheiro quando ouvi a porta da sala abrindo e pensei que não poderia ser de forma alguma Dinah fugindo desse jeito, mas talvez ela estivesse olhando algo.
Eu terminei de prender meu cabelo para trás e fui até a cozinha onde encontrei Ally me encarando com os arregalados.
— Mani?
— Meu deus, Ally! Eu esqueci completamente que vocês iriam vir tomar café aqui!
— Mas o porteiro disse que você já tinha avisado ele. - ela falou terminando de pegar o leite na geladeira aberta. — Quem a Alex tá acordando?
— Dinah... - eu murmurei e fui até a sala encontrando Dinah com uma cara de susto enquanto Alex a encarava com um sorriso curioso.
— Tia Mani! - ela disse se virando para mim e correndo com os braços abertos para me abraçar. — Eu pensei que era você que tava dormindo aqui.
— É meu, amor, a tia esqueceu que você iria vir aqui. - eu falei e a apertei num abraço e fiz um "me desculpa" com os lábios para Dinah.
— Quem é ela? - Alex perguntou sussurrando no meu ouvido.
— Essa é a Dinah, uma amiga da tia. - eu falei e ela assentiu e se virou para Dinah no sofá dando um aceno tímido. — Por quê você não vai lá na cozinha ajudar a tia Ally a fazer o café enquanto a gente arruma aqui?
Alexandra concordou e eu a coloquei no chão para que ela pudesse ir.
— Me desculpa por isso, Dinah. - eu fui até o sofá. — Eu tinha combinado de tomar café com minha amiga Ally e a Alex hoje antes do trabalho e eu esqueci completamente... Você está bem?
— Claro, tô sim. Só tomei um susto, mas eu já vou embora de qualquer forma. - Dinah disse começando a dobrar a coberta e eu segurei suas mãos.
— Não precisa... - ela juntou as sobrancelhas me encarando. — Nem dobrar, nem ir embora. Toma café com a gente e depois eu posso te levar pra sua casa se você quiser...
— Eu não quero atrapalhar vocês, Normani, essa não é sua amiga que estava em Londres? - eu concordei.
— Mesmo assim, Dinah, um café não vai matar ninguém, na verdade se for o meu talvez mate, mas você não vai atrapalhar em nada. - ela sorriu para mim em resposta. — Vem, vamos estar na cozinha te esperando.
Eu me aproximei dela e peguei sua mão a levantando até a altura da minha boca para deixar um beijo.
— Não demora, com certeza a Alex tem um interrogatório pra fazer com você.
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State of Grace - Norminah {REBOOT}
Fanfiction"Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente...