State of Grace - Norminah {REBOOT}

Room 202

HEEY GUYS

olha, vocês me desculpem, mas eu vejo muito grey's.
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Normani's Point of View

Trabalhar no hospital podia ser exaustivo. E era. Na maior parte do tempo pelo menos, mas - tentando não soar como uma pessoa incapaz de ter empatia - os acidentes faziam tudo melhor.

Quando eu ouvia o som da ambulância se aproximando era como um estopim dentro de mim. Eu ficava alerta, meu coração batia mais rápido e nada passava por mim sem que eu visse.

Não foi diferente naquela noite de plantão.

O garotinho na maca não parecia estar muito acordado e nós tivemos que correr com ele para uma sala de operação enquanto sua irmã que parecia em choque era levada até a recepção.

Era difícil ser cirurgiã pediatra. As crianças são as que mais acreditam, e as que menos sobrevivem.

— Okay, Seth. Nós vamos fazer você dormir agora, tudo bem? – eu falei enquanto a equipe corria preparando as coisas para a cirurgia. — Meu nome é Normani e eu vou cuidar de você.

Ele assentiu parecendo assustado, eu não tinha certeza de que ele havia ouvido tudo o que eu tinha acabado de dizer, mas segurei sua mão enquanto o sedativo fazia efeito.

— Vamos lá, pessoal. – eu respirei fundo olhando para sua barriga onde eu faria a incisão. — Bisturi.

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Depois de ver meus estagiários brigando como crianças para decidir quem ficaria com o caso do garoto, eu segui até a sala de espera onde a irmã dele deveria estar.

— Dinah Hansen, certo? – perguntei chegando perto ja que ela estava com a cabeça baixa encarando fixamente um copo descartável.

— Como ele está? – ela se levantou com pressa amassando o copo e derramando a água nos meus tênis. — Desculpe, eu...

— Tudo bem, é só água. – eu sorri tentando acalma-la e indiquei que ela sentasse novamente. — Ele está bem, a cirurgia foi o que nós chamamos de sucesso. Acredito que ele vá demorar mais uma hora pra acordar, eu tenho um médico cuidando dele agora mesmo.

— Obrigada. – ela disse e apoiou a cabeça nas mãos enquanto respirava profundamente.

Acredito que ela mal respirava minutos atrás.

— Isso é um corte? – falei pegando seu braço com delicadeza. Pelo menos foi o que eu pensei antes de ver Dinah começar a chorar e soluçar bem do meu lado. — Dói?

— N-Não é isso. É só que... – e ela começou a soluçar mais e deitou a cabeça no meu ombro segurando no meu jaleco com força.

Eu não tive reação nenhuma além de dar leves tapinhas em seu ombro esperando que ela se acalmasse.

— Obrigada por ter salvado meu irmão. – ela falou ainda me segurando.

Eu entendia a mulher. Era seu irmão no hospital. Ela viu ele passar numa maca com um bando de médicos correndo ao redor e entupindo um elevador enquanto eu gritava procedimentos.

Acho que em seu lugar eu choraria no ombro do cirurgião também.

— Vamos ali pra eu poder te dar alguns pontos. – foi só o que eu disse. Foi só o que eu achei certo dizer.

Dinah estava sentada na maca olhando para a bandeja com uma expressão pensativa. Eu mesma me encarreguei de fazer as suturas em seu braço.

E naquele momento eu não sabia explicar o motivo, qualquer um dos internos poderiam fazer aquilo. Mas algo me fez ficar e eu estava me importando com a irmã do meu paciente.