Stethoscope

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Normani's Point of View

Esperei impacientemente em frente à escola vendo muitas crianças correndo em direção aos pais e gritando de empolgação pelo dia que tiveram.

Chequei o horário pela quinta vez nos últimos cinco minutos até que finalmente vi a pequena Cabello-Jauregui andar alegremente até mim.

Alexandra tinha cinco anos, os cabelos dela iguaizinhos aos da Camila, mas seus olhos eram verdes como os de Lauren. Aliás, ela era toda muito parecida com a Jauregui.

— Tia Mani! – eu me abaixei para pega-la em meus braços num abraço apertado. — Eu tava com saudade.

— Eu também, Alex. Faz tempo que você não dorme mais em casa, não é?

— Mamãe me disse que eu vou hoje. – eu assenti e sorri. Ela me deu um beijo demorado na bochecha antes que eu colocasse a pequena no banco de trás do meu carro.

— Hoje eu tenho plantão, então nós vamos ficar um pouco no hospital. Tudo bem?

— YEAH!!! – eu me assustei com seu grito de animação, mas acabei rindo.

Assim que entramos no hospital Alex ficou mais atenta, ela sempre fazia isso. Ficava procurando coisas para fazer, lugares para ir e artes para aprontar.

Apesar de ser adorável, Alexandra nunca se contentava em ficar quieta. Ela fazia exatamente o contrário disso, e também sempre foi muito inteligente e perceptiva. Era difícil lembrar que ela tinha apenas cinco anos de idade. Às vezes ela pedia para algum residente a deixar escrever no quadro de cirurgias ou ficava no laboratório fazendo seu melhor para poder mexer nos equipamentos.

Uma vez ela encontrou um dos internos dormindo no laboratório e fez chantagem com ele dizendo que me contaria que ele não estava trabalhando se ela não pudesse ajudar em algo ali. No fim eu descobri de outra forma, mas ela era genial.

— Alexandra! Como você cresceu. – Dra. Cormier se abaixou e recebeu um abraço da pequena. Alex gostava de abraços.

— Mas eu vim aqui mês passado.

— Exato, e já cresceu tanto assim. – a loira sorriu e se levantou me encarando com uma cara de "agora vamos falar sério" e eu desejei tão arduamente que meu bipe tocasse com uma emergência e eu tivesse que correr dali. — Na minha sala, Hamilton.

Respirei fundo antes de deixar a mini Cabello-Jauregui sentada em uma cadeira de rodas ali no corredor com um enfermeiro que gostava dela e não estava muito ocupado.

Ele nunca parecia muito ocupado, na verdade.

Andei rápido até a sala da chefe. Eu queria encerrar logo o que ela estava querendo começar.

— Eu não sei o que deu errado, mas não fui eu. – falei assim que entrei, antes de sentar em sua frente.

Ela riu, o que foi um bom sinal.

— Nada deu errado, por enquanto. É sobre os internos, eu quero que eles tenham mais prática no básico. Parece que eles chegam à residência e sequer sabem fazer suturas em um dedo.

— Meus residentes são muito bons. – não era mentira.

— Não tem como negar isso, mas eu preciso que você como atendente dê mais atenção aos internos e ao modo como seus residentes ensinam eles.

— Eu não tenho tempo para ser... – Delphine me olhou séria e eu fiquei quieta me segurando muito para não rolar os olhos.

— Quando você fez a sua primeira cirurgia, Normani? Sozinha. – eu pensei um pouco.

State of Grace - Norminah {REBOOT}Onde histórias criam vida. Descubra agora