A Profecia de um homem.

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                                                                                        25 de maio de 530

Em eras passadas, em um reino chamado In Xaini, a rainha Li-Hua, estava grávida de gêmeos, ambos meninos. O rei, Lian-He, estava mais que contente por agora ter seus herdeiros, deixando o reino em boas mãos quando chegasse a faltar.

Lin-Wangchan, nasceu com olhos escuros como a noite, e cabelos negros como carvão. Lin-Wingxin, nasceu com os olhos claros como céu, e cabelos brilhantes como o ouro.

O reino comemorava o nascimento dos herdeiros. Todos comiam, bebiam, dançavam e cantavam animadamente, o reino estava mais alegre que nunca, porém, a festa foi interrompida por um grupo de pessoas. Os excluídos.

Os excluídos eram um grupo de pessoas estranhas. Não eram de se misturar muito com todos em sua volta, tinham ideias e ações peculiares. Eram os únicos que tinham à imensa coragem de contrariar a Coroa.

E aquele dia não foi diferente. A xamã dos excluídos, Xan-Miha, se aproximou dos príncipes e os olhou atentamente. A rainha com certo receio, abraçou seus filhos, os escondendo em seus braços. Miha então, olhou para os membros da Realeza e sem filtro algum em suas palavras, disse:

-Estão amaldiçoados.

-Como?! O que disse? -refutou o rei, perplexo com tamanha ousadia.

-Está surdo Lian-He? Lhe disse que seus filhos estão amaldiçoados. – respondeu a xamã extremamente calma.

-Como sabe disso? Quem garante que você mesma não fez o que está a dizer?! – perguntou a rainha, já se irritando com Miha.

-Não seja estupida Li-Hua! Se eu tivesse amaldiçoado os príncipes, ninguém jamais saberia. -respondeu a xamã, achando tudo muito obvio.

Enquanto o rei e a rainha discutiam com a xamã, o povo que estava no salão comemorando apenas observavam, atentos a qualquer coisa que os três diziam. Porém, todos tiraram a atenção da discussão quando a enorme porta da entrada se abriu e dela, passou o maior temor do povo.

Todos abaixaram a cabeça enquanto Nin-Jali passou pelo caminho que o povo abriu a ele. Nin-Jali, tinha em torno de seus 50 anos, mas tinha aparência de um jovem de 23. Seus cabelos castanhos escuros com algumas mexas castanho claro, olhos mais escuros que os troncos das árvores, porém, mais intensos que a própria escuridão. Suas vestes eram sempre elegantes, até mais interessantes do que a própria realeza. Seus braços com os típicos rabiscos que encantavam a todos. Suas tatuagens fechavam de seu ombro direito aos seus dedos, tendo em sua costela esquerda, uma rosa que tinha suas pétalas sendo arrancadas. Peculiar, como ele.

Jali, era condenado por matar Lean-Hie, irmã do rei. Por enfeitiçar a rainha, por desobedecer às leis do reino e por outras milhares de atrocidades. Afinal, era o melhor bruxo que havia em todo mundo, o bruxo mais temido.

-O que faz aqui Einstein? -Perguntou o rei após o enorme silêncio no ambiente.

-Estava com saudades meu senhor. – respondeu com seu sorriso sacana. - Além de que, temos um acordo, Lian. - Completou ficando com sua postura seria e intimadora.

-Acordo? Acreditou mesmo que devolveria seu projeto? –ditou o rei rindo com o seu tão conhecido, sarcasmo.

Jali, sendo esperto como era, já estava esperando esta reação de seu rei, mas como havia dito, ele era esperto e sempre havia um truque em suas mãos, como agora.

Por Eras e Séculos.Onde histórias criam vida. Descubra agora