Yin e Yang.

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-Juntos?! -perguntou, alterado com a possibilidade de ambos ficarem no mesmo ambiente.

-Claro que não! Tenho um lugar especial para cada um deles...

Antes mesmo que Lei-Kong refutasse o pai, Shang-ti, abriu um portal dourado, este que emanava uma fraca luz branca, porém, quente. Logo ao lado, o homem de cabelos grisalhos, abriu um outro portal, este, era azul e havia uma luz acinzentada, porém, frio.

Shang-ti, aproximou os sobrinhos em frente aos portais. O loiro, em frente ao dourado e o moreno, em frente ao azul. Reunindo das forças que lhe sobraram, Lei-Kong e Shang-ti, colocaram os gêmeos nos respectivos portais ao mesmo tempo. Ao fazerem isto, todo o reino se apagou, porém, o que mais chamou a atenção de todo o povo, que estavam enfeitiçados por Selena, foi o céu.

Havia duas enormes bolas brancas no céu. Alguns começaram a dizer que as bolas estavam brigando, e que, em algum dia, as enormes bolas, irão se colidir ao nosso planeta, ao reino.

Shang-ti então, dividiu as duas enormes bolas brancas. A maior das esferas ficaria exposta ao céu de dia. A menor das esferas, ficaria exposta apenas á noite. Feito isso, as esferas ganharam cores, a do dia, era um amarelo alaranjado, brilhava uma forte luz amarela e transmitia calor. A da noite, era acinzentada, brilhava uma forte luz branca e transmitia uma sensação de paz, mas, ao mesmo tempo, solidão.

-O que você fez? -perguntou Lei, tendo certeza que seu pai havia feito algo.

-Aqueles são Solis e Luna, ambos estavam morrendo, agora, estão vivos por causa de Wingxin e Wangchan. As estrelas, absorveram as habilidades deles e agora se sustenta desta forma. -respondeu Shang-ti, calmo.

-Mas, aquelas estrelas são vazias, não há vidas nela, correto? -perguntou o loiro, com certa dúvida.

-Wangchan e Wingxin, viveram na solidão até os confins da terra, ate que nossas vidas se acabem, esse é o preço que pagaram. Não há nada pior que o vazio.

Lei-Kong apenas concordou com o pai e o ajudou a voltar para Asgard. Quando retornou ao seu amado lar, pensou...por que não lhes dar mais uma chance? Tendo isto em mente, o de cabelos grisalhos, criou o mar da pequena fagulha de esperança que a alma de Li-Hua emanava, criou também, o eclipse. Um fenômeno no qual os dois irmãos voltariam á se encontrar.

Porém, no primeiro eclipse, houve outra briga entre os príncipes, mesmo com Hua presente, o desentendimento, nunca deixou de faltar. Então, de cedido, Shang-ti, de vinte em vinte anos, concede outro eclipse para que seus sobrinhos se acertem.

E isto duraria anos, quanto mais demorassem mais sofreriam. Wingxin dominava o céu pelo dia, até o entardecer, logo após, Wangchan predominava a noite, até o crepúsculo. E Li-Hua, observava seus filhos indo e vindo, naquele tortuoso ciclo sem fim.






                                                                                        Califórnia, 2019.                 14:35 d.m

                                                                                             02 de fevereiro.           

-Dizem que foi desta forma que se originou a lenda do Yin e Yang. -Sorriu a bela moça para a menininha curiosa que estava ao seu lado.

-Uoou! E o que aconteceu depois? Wingxin e Wangchan fizeram as pazes? – Perguntou com os pequenos lumes brilhando.

-Ninguém sabe o que houve depois, mas como dito, o ciclo se repetirá até a eternidade. -Respondeu a jovem.

-Charlotte! -Exclamou um rapaz ao adentrar a cafeteria.

-Harry! -Gritou a garotinha, correndo até o jovem e pulando em seus braços, recebendo um caloroso abraço.

-Como você está meu anjo? -Perguntou Harry, carinhosamente depositando um beijo na testa da garotinha.

-Estou bem! Scarlett me contou uma história incrível! -Exclamou Charlotte contente.

-Oh, sério?! -A garotinha balança a cabeça em confirmação. – E qual foi a história?

-Yin e Yang! Já ouviu maninho? É sobre Wangchan e Wingxin! -Sorriu animada.

-Um clássico! -Harry sorri e olha para Charlotte que estava entretida com a interação dos irmãos. – Obrigado por ficar com ela de novo, Bianchi.
-Já lhe disse que não precisa agradecer senhor Prescotty. -Refutou a garota, com um sorriso pequeno em sua faceta. – Além do mais, eu gosto da presença desta pequenininha. -Acariciou os fios ruivos da pequena, que ainda estava nos braços do irmão.

-Tia Scar, amanhã a gente pode ler outra lenda? -Perguntou Charlotte com os olhos brilhando em expectativa.

-Scarlett precisa trabalhar meu anjo... -Respondeu Harry.

-Amanhã estou de folga senhor Prescotty, irei amar passar o dia com você princesa. – Respondeu sorrindo.

-Iiebah! -Comemorou a ruiva.

-Não precisa me chamar de senhor, estudamos juntos Bianch. -Comentou Harry, com um sorriso brincalhão.

-Me recordo desta época Prescotty. -Rindo nasalmente, a jovem se aproxima de Charlotte, lhe dando um beijo em sua testa. – Até amanha pequena, passo na sua casa, ok?

Charlotte confirma com a cabeça, logo se despedindo junto ao seu irmão e ambos se retirando do estabelecimento.

Scarlett Bianch

Trabalho em uma cafeteria aproximadamente a uns 5 anos. Alguns podem dizer que é um trabalho ruim, que paga pouco, sabe, aquelas pessoas que desmerecem meu trabalho, mas que, não sabe nem fazer um café sozinho.

Acredite, há muitas pessoas assim.

Nasci em Milão, e vezes ou outra, tenho vontade de voltar para minha terra Natal, mas a vontade sempre passa quando lembro de tudo que conquistei aqui.

Quando estava no ensino médio, conheci Harry Prescotty, família boa, notas boas, sonhos bons, popularidade boa, mas ele não era como todos naquele lugar. Harry sempre teve o coração bom, sempre atencioso e humilde. Viramos grandes amigos, mas como dizem, tudo que é bom, acaba rápido.

Os pais de Harry me odiavam, o motivo? Não sei e nunca irei saber, porque eles morreram. Os Prescotty, tinham três filhos: Harry Prescotty, Charlotte Prescotty e James Prescotty.

James, sendo o filho mais velho, conseguiu ficar com a guarda de Harry e Charlotte na época, mas este, após um ano desapareceu. Juntou suas coisas e os abandonou, sem pensar duas vezes.

Desde então, Harry faz de tudo por Charlotte. Hoje em dia, o mesmo administra a empresa do pai, as vezes fica tão sobrecarregado que não consegue passar um tempo com sua irmã, ou busca-la e leva-la para a escola, então acabo cuidando da garotinha.

No auge dos meus 22 anos, levo uma vida tranquila, calma, sem nem uma aventura empolgante, o que não estava em meus planos. Trabalho na cafeteria das 6:00h á 14:00h. Não é cansativo e recebo bem, ao contrário do que as pessoas dizem.

-Scar, seu turno já acabou meu bem. -Disse-me a senhora Hiro, a dona da cafeteria.

-Oh, sim...nem notei. -Respondi esfregando minha nuca com minha mão esquerda e sorrindo fraco para a senhora.

-Está tudo bem querida? Parece mais pensativa hoje. -Senhora Hiro sorriu meiga e se aproximou de mim, pegando em minha mão direita, a senhora fez um breve carinho ainda com seu magnifico sorriso no rosto.

Senhora Hiro tem entorno de seus 61 anos, ela e seu marido, senhor Hiro, administram a cafeteria, estabelecimento que ambos sempre sonharam em abrir. Pelo o que a senhora Hiro diz, seu marido é três anos mais novo que ela, tendo então 58 anos.


Quando tinha 17 anos, estava procurando outro serviço e a senhora Hiro e seu marido, me aceitaram de braços abertos, os considero praticamente meus avós.
Senhora Hiro, está sempre bem vestida, com maquiagem, unhas pintadas, anéis, pulseiras, colares e o que não pode faltar, sua bolsinha com seus pertences. Cá entre nós, essa velhinha cuida mais da pele do que qualquer adolescente. Senhor Hiro, bom, ele é mais o pau mandando da senhora Hiro. Ela manda, ele fez. É engraçado, confesso. Porém, eles são um ótimo casal, não sobreviveriam um sem o outro.

-Está tudo bem senhora Hiro. -Sorriu para a mesma que apenas concorda com a cabeça e volta para o caixa.

Uma outra coisa é, apenas senhora Hiro cuida do caixa, e jamais podemos deixar senhor Hiro com dinheiro.

Rindo com meus pensamentos, vou para o vestiário, retiro meu avental, coloco no lugar e logo pegando minha mochila saindo.

A tarde estava ótima. Clima de chuva, ruas calmas, com pouco movimento. Decidindo ir no caminho mais longo, observo a praça a qual estava passado.

Brinquedos para crianças, alguns bancos nos quais haviam pais sentados, algumas arvores em volta. Solto um longo suspiro.

Meus pensamentos estão me matando... se eu pelo menos soubesse ... -penso

Continuo caminhando tranquilamente até ser surpreendida por um homem, que foi jogado em minha frente. Olhei para os lados, não havia como ele ter sido jogado, olhei para frente e para trás, ainda não tinha como. Então, olhei para o céu...ele havia sido jogado de lá?

Não, não, não! Não pira Scarlett! Isso é impossível! -Digo a mim mesma, em repleta confusão.

Saio dos meus devaneios ao ouvir um grunhido de dor, logo sendo seguido de um suspiro surpreso, vendo que, rapidamente o homem de cabelos negros levantou, dou dois passos para trás, por que ele está tão afoito, afinal?

-Está tudo bem? -decido enfim perguntar.

-Que vestimentas são estas? -Perguntou intrigado.
-Acho que eu quem deveria perguntar cara. -Respondo, agora prestando mais atenção nas vestes do rapaz.

Parece que ele saiu de um livro na época dos príncipes. -Dou risada dos meus pensamentos.

-Em que ano estamos? -Perguntou o moreno, sério, mas com a voz serena.

-2019 moço, século 21....por que isso? -pergunto estranhando. Ou esse cara está fazendo uma pegadinha ou ele fugiu do manicômio.

Ou ele é de outra dimensão. – Minha mente fantasiosa completa.

-Século 21?! Por Trickster! Não se foram ao menos um ano e você está dizendo-me que se passaram 21 séculos?! -Esbraveja o moreno, me olhando indignado.

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⏰ Última atualização: Jan 01, 2022 ⏰

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