Saindo de traumas passados que insistem em ser gatilhos no dia-a-dia. Ayu Villalobos é uma garota fechada, que não se abrirá para alguém novamente tão cedo.
Ela tem seu conforto e destruição na mente.
Esse mundo não é nada parecido com o que conhec...
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Não estava acreditando naquilo, o loiro do estacionamento! Sua face, com uma armação de óculos de grau, foi murchando a desapontamento. E a especialista aqui em leitura facial, teve a leve conclusão que ele já de cara não estava gostando nada daquela divisão de quarto. Fui andando pra trás numa reação pouco promissora já que ele ia me encurralar no meio dos guarda-roupas. Numa rapidez extraordinária soltei o cesto de sapatos –que estava pesado convenhamos, em cima da cama dele. Sentei na minha em um pulo, constrangida por ainda estar uniformizada e mais amassada que o normal.
—O compartilhamento de cômodo não pode ser mudado, já vou avisando. Mesmo muito cedo já estou me conformando em ter uma aparecida e esnobe a conjunto comigo. –zombou já tirando as roupas da mala.
—Não podemos mudar o destino ooo galã de novela..! –ri calçando minhas botas disfarçando o quanto estava sem graça com as ofensas. O deixei sozinho no quarto, mas logo voltei lembrando novamente do amasso que estava. Ele nem percebeu que eu tinha entrado no quarto, com fones no mais alto volume. —Aish –peguei uma calça jeans de cor clara e uma blusa de manga comprida preta, peças íntimas e usuários particulares.
Fui pro banheiro e tranquei a porta logo me despindo, tomando um banho bem quente e lavando o cabelo. Um cheiro doce de morango recendia pelo pequeno espaço. Acabando, vesti as roupas e mantive o banheiro organizado. Saí esfregando a toalha no cabelo, tirei minhas sapatilhas preferidas de debaixo da cama, pretas também; as calcei e passei o pente no cabelo rapidamente. Esguichei um perfume nos pulsos e só aí que com um espirro o galã percebeu minha presença no quarto. Tirando os fones me passou um rabo de olho da cabeça aos pés e soltou um risinho debochado, logo voltando com sua arrumação. Quando estava já saindo ele murmurou em voz grossa:
—A hora limite de chegar é 23hrs, ok? E o mínimo pra sair dos alojamentos é 6hrs. –explicou me surpreendendo com um tom calmo. –Ah e não venha me ligar pra te socorrer se caso não conseguir entrar depois do horário não e.... –o interrompi
—Pra começar, nem tenho seu número. E além disso, não vou te incomodar não. Fica tranquilo –falei baixo e bufei ao lembrar do celular que tinha ficado em cima do travesseiro. Fui pegá-lo, mas o loiro foi mais rápido e o pegou levantando a mão pra eu não alcançar. Suas duas mãos ficaram erguidas digitando algo no celular –que por ventura não tinha senha. Logo jogando ele na cama novamente, ele quicou e ia entrar num Bang com o chão. Deixei minha lerdeza de lado e o peguei antes que caísse. Suspirei em alívio...
—É o quê??! "Maxwell/Loiro gato foi salvo no seu aparelho" –imitei com voz de nojo a notificação no celular. Ele tinha mandado um -oi- do meu número pro dele, ficando salvo. Puxei o ar e soltei em redenção, que mal tinha ele ter meu número...? Vou me arrepender de não passar esse celular pela goela abaixo dele? Vou sim, mas por enquanto não tenho tanto motivo. —Me deixa ver como você salvou aí? –fui me aproximando dele com calma, fiquei na ponta dos pés vendo vários contatos com o primeiro nome "Gata"... Mulherengo credo. Rolei os olhos até ver "Gatinha brava".
