Amigos e Inimigos

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[Branch Pov:]

Havíamos acabado de voltar da delegacia com novas informações. Nina havia perguntado se Poppy era minha consultora civil, pois era mais ou menos isso que estava aparentando, mas eu disse que não. Pouco tempo após as apresentações serem feitas, elas se tornaram boas amigas. Provavelmente terão uma ótima relação de trabalho, mas o problema maior fica para mim. Eu não pedi um parceiro, mas acabei ganhando um. Irra! Haha, que demais... vou pedir um presente especial para o Papai Noel. Que eu vá dormir e não acorde para a véspera de Natal.

— Tem certeza que ele está aqui? — perguntou Poppy, sentada à minha frente.

Estamos num mini restaurante diante da praia chamado Juicenet Caffe e não faz muito tempo que escureceu. O dia me parece muito, muito mais longo agora. Consigo sentir o aroma salgado da espuma quebrando nos bancos de areia e a brisa marítima balançar os cachos de Poppy. Por um momento, apenas um momento o dia inteiro, consigo relaxar um pouco. Não faz mal, são apenas alguns minutos.

— Tenho. Ele frequenta este lugar toda terça-feira às nove. Se não estiver com a consciência pesada pela morte de Jillian, é claro.

Poppy se aproximou da mesa e sussurrou baixinho, como uma criança compartilhando um segredo que os pais não pudessem ouvir.

— Você acha que foi ele?

— É uma possibilidade. Até então, ele é apenas um possível suspeito.

Muito bem, é aquela clássica velha história. Namorado ciumento, drogas, Los Angeles, preciso dizer mais? Acho que não. Só espero que haja um pouco de excentricidade no meio da história toda. A investigação fica parada. E eu gosto de alguns plots twists de vez em quando.

Poppy fez questão de pedir um coquetel de morango sem álcool e bastante leite condensado.

— Quer provar? — ofereceu. — Eu posso pedir outro canudo pra mim.

A bebida rosada fora servida numa taça de vidro arredondada, acompanhada de um morango que a deixava mais apresentável, de maneira um tanto quanto tropical e desejativa. Era a cara dela mesmo. Essa coisa deve ser repleta de açúcar, já que não contém nada alcoólico. Geralmente, as garotas pedem o coquetel tradicional, é claro. Mas Poppy... ela não precisa de nada disso para estar naturalmente alegre. Parece que ela só tem um fascínio por coisas doces. Não me surpreende nem um pouco, considerando o jeito dela.

— Não, obrigado — recusei. — Estamos aqui a trabalho.

— Qual é! — ela sorriu. Aquele sorriso que rouba o brilho de todas as estrelas que cintilam no céu noturno, insignificantes em comparação a ele. — Estamos disfarçados, lembra?

Pigarreei, fazendo questão de evitar a gentileza contida em seu olhar terrivelmente irritante. Ela é tão ingênua. Deve possuir mais bondade em seu dedo mindinho do que muita gente possui no corpo todo. Não é possível, simplesmente. Ninguém é tão alegre assim o tempo inteiro. Se for, ela está perdida mesmo. Sua alma deve ser sensível demais para esse mundo frio e hostil no qual vivemos. Talvez sinta as coisas de forma diferente e mais intensamente que a maioria das pessoas. Consequentemente, sinto uma furiosa necessidade de protegê-la... que droga estou pensando? Nem sequer somos amigos.

Criminal RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora