°• Let me out... •°

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(6832 palavras)

Bem... Já decorei a rotina dele, já sei os esconderijos das chaves, já tenho o meu plano de fuga, não é possível que isso vá dar errado!

Killer saiu de casa já faz um tempo, eu poderia ir para a cozinha pegar algo para machuca-lo quando chegasse, se ele não trancasse a porta de lá...

Eu também já tenho um meio de fazê-lo se cansar e dormir como pedra hoje a noite, infelizmente é algo... Não muito agradável... Teremos de "fazer aquilo"...

... Estranho... Estou sentindo um tipo de... Dejavu...

Enfim... Isso não importa afinal, estou a um passo da liberdade, eu tenho certeza!

Fiquei lendo um livro que... Por mais estranho que pareça... Eu sinto que já li ele em algum momento da minha vida, mas não lembro onde ou quando. Tanto faz, vou apenas aguardar a chegada de meu tão odiado secuestrador.

As horas passam e a minha impaciência chega, por que estou impaciente? Também me pergunto. Talvez seja a ansiedade... Claro, a ansiedade de ir embora, não de... Outra coisa...

De todas as formas. Killer finalmente retorna e me abraça pelas costas... De alguma forma eu sinto... Familiaridade com esse abraço, por algum motivo que não sei explicar, mas ainda assim, isso não significa que eu esteja gostando dele ou algo do tipo, pelo contrário, esse comportamento dele me enoja.

Ele vai para a cozinha e começo o meu plano flertando e atuando com ele, fingindo estar interessado em certas coisas e tals...

Terminamos de jantar e fomos para o quarto logo em seguida.

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Bem... A fera adormecida dormiu. Agora, é só dar um fora daqui.

Ele está dormindo pacificamente, por algum milagre dessa vida, pela primeira vez ele não está me abraçando enquanto dorme, assim é mais fácil de poder sair desse lugar.

Saio da cama e do quarto em silêncio, o plano seguiu tranquilo até o momento, nenhuma interrupção, incomodo ou estorvo no meio do caminho para a busca pelas chaves.

Apressadamente eu começo a buscá-las, para a minha terrível desgraça, na procura por elas na estante de livros eu acabo derrubando uma pequena decoração de uma coruja de porcelana, a mesma cai no chão e se quebra por inteiro, sem contar com o barulho estridente e ecoante neste silêncio desconfortável e cheio de adrenalina e temor.

_Merda... - Murmuro. Sinto uma dor terrível em meu pé, é aguda e sinto um líquido sair do mesmo, que ótimo... Cortei o meu pé.-

Mas isso não vai atrapalhar o meu plano! Não mesmo!

Um mero corte não vai me parar, não vai me fazer desistir... Mas eu confesso... Está doendo e incomodando.

Agora que eu consegui as chaves eu chego na porta e a abro cautelosamente, sem desespero, por algum motivo sinto que a pressa vai fazer eu me sentir pior.

Saio da casa e começo a caminhar, meu corpo quer ir devagar, mas por algum motivo, a razão e a emoção estão finalmente concordando em algo e juntas estão gritando alto e claro para eu começar a correr, mas... Eu não quero ouvi-las.

Vejo uma mata densa cobrir a minha vista e a lua crescente com o seu mais belo manto de nuvens cirrus contém um brilho fraco, não sendo muito auxiliador à minha visão.

E eu escuto o que eu menos queria ouvir...

_NIGHTMARE!!!

É a voz dele... Eu sei bem que é dele... Novamente... Um dejavu... Isso é estranho... Mas não penso duas vezes antes de correr matagal adentro.

•~ Somebody's watching me ~•Onde histórias criam vida. Descubra agora