Take me into your loving arms.

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— Mamãe.

Ouço alguma voz bem ao fundo, sinto algo tocar meu rosto. Estou sonhando ou alucinando? Conheço essa voz.

— Hm...

Resmungo ao abrir os olhos e bocejar. Olho para o lado e vejo Léo escorado na beirada da cama, ele está com a mãozinha em meu rosto, seguro sua pequena mão e a beijo. 

— Oi pequeno.

Minha voz ainda está sonolenta e sinto meus olhos pesados, pisco algumas vezes e tento me sentar, mas sinto algo pesado sobre minha barriga, olho para baixo e vejo Maraisa com a cabeça em meu abdômen e o braço envolvendo minha cintura.

— Mamãe, estou com fome, mamãe não quer acordar. 

Ele resmunga, volto a olhar para ele que agora está com um enorme bico em seus lábios e tem os braços cruzados em seu peito.
Sorrio para ele, até mesmo com irritado Léo parece adorável. Essa criança é mesmo real? Como não acha-lo lindo? Mais pera o Léo dormiu na casa da Maiara, como ele veio pra cá agora cedo?

— Léo, Com quem você veio?

— Com o tio João, ele dormiu lá também e a tia Maiara ontem pediu pra ele me trazer pra cá agora cedo pois eu não tinha levado minhas coisas da escola. 

—Agora podemos ir? estão com fome Mamãe.

— Com fome, huh? Que tal waffles? 

— Sim!

Grita abrindo um enorme sorriso e eu fecho os olhos, sentindo minha cabeça latejar. Maraisa se remexe um pouco e murmura algo que não entendo, porém continua dormindo. Acho que a bebedeira de ontem derrubou ela.

— Ok, mas sem gritos para não acordar sua mãe.

— Desculpa.

— Tudo bem.

Com o máximo de cuidado possível, retiro a cabeça de Maraisa da minha barriga e puxo-a um pouco para cima, deitando sua cabeça no travesseiro.

— O que está esperando, mocinho? Já pro banho, anda.

Ordeno, embora esteja sorrindo. Léo não diz nada, apenas saí do quarto rapidamente. Bocejo lentamente ao me espreguiçar, sinto meu corpo um pouco pesado. Ainda estou com sono. Levanto-me da cama e vou em direção ao banheiro, dou uma última olhando em Maraisa e suspiro.

Sinto que agora as coisas se ajeitam, ou pelo menos irão melhorar um pouco.

//

Arrumei a mesa para o café da manhã, Léo já está sentado, uniformizado e cheiroso. Uma coisa curiosa que notei é que Maraisa e ele são perfeccionistas com relação a higiene pessoal, da mesma forma que ela gosta de estar sempre cheirosa e limpa, ele também o faz.
É incrível o quanto se parecem.
Maraisa parece ter educado ele muito mais do que eu, às vezes penso como éramos antes. Se eu era a mãe que apenas corrigia, auxiliava nos deveres de casa e mandona, e se Maraisa era a mãe brincalhona, que leva Léo ao parque, deixa ele comer besteiras e não pega tanto em seu pé.

Penso que deveria ser algo engraçado de se ver. É meio estranho imaginar nós três como uma família. Mas estou me acostumando.

— Mamãe, a mama não vai levantar? Vou acabar me atrasando pro colégio.

— Bê, eu acho que sua mama está muito cansada, sabe? Melhor deixar ela descansar.

Termino de lavar os pratos e coloco as louças no escorredor.

— Então a senhora vai me levar?

Pergunta e eu me viro para olha-lo, seus olhos cinzas estão cravados em mim, brilhando em expectativa. Sinto um nó em minha garganta. Como irei fazer agora? Não faço a mínima ideia de onde seu colégio fica, não me lembro de saber dirigir e pior... Ele não sabe que perdi a memória. Certamente já devo tê-lo levado a escola outras vezes, mas agora não posso, e tenho que arranjar alguma desculpa já que com toda certeza Maraisa não deve acordar nem tão cedo.

Stupid Wife - Versão Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora