Lucky Wife!

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              Marília pov's

Começo a falar sem parar assim que chego até a recepcionista no balcão, ela demora alguns segundos para assimilar o que eu disse. Estou tão nervosa que nem consigo falar direito, devo estar parecendo uma psicopata.

Olho por cima do ombro em direção a porta, sentindo vontade de correr e voltar para perto de Maraisa.

Será que ela sentindo alguma dor?

— Um enfermeiro irá lhe ajudar, senhora. Peço que fique calma, sua esposa precisará de você. 

— Obrigada.

agradeço a loira, que nem ao menos me dei o trabalho de perguntar o nome, para logo acompanhar o rapaz asiático que se aproximou de mim com uma cadeira de rodas.

— Você acha que o bebê pode escorregar para fora quando ela levantar? 

Pergunto ao rapaz, que sem nem ao menos parar, olha-me como se eu tivesse três cabeças. Mantenho minha expressão apavorada, ouvindo-o soltar uma baixa risada. Qual é a graça, idiota? 

— Mamãe, a mama está chorando! 

Ouço a voz de Léo e arregalo os olhos, acelero os passos e vou na direção do carro. Mesmo de longe vejo minha esposa curvada para frente, com a cabeça apoiada no painel do carro. Meu coração dispara dentro do peito, apenas o fato de saber que ela pode estar sofrendo com as dores me deixa mal.
Queria poder sentir essa dor em seu lugar.

Abro a porta do carona, o som desperta a atenção de Maraisa e ela olha para mim. Seus olhos verdes cheios de água, as bochechas vermelhas e os lábios retorcidos, formando um pequeno bico. 

Essa cena seria adorável de se admirar, se ela não estivesse prestes a dar à luz. 

— Está sentindo alguma dor, amor?

Ela concorda com a cabeça.

O enfermeiro se aproxima e eu dou espaço para que ele possa pegar Maraisa.

Fico apreensiva, controlando a vontade de colocar a mão por debaixo de seu vestido. Nunca se sabe, né? E se nossa filha resolver sair antes da hora?

— Eu vou ficar ao seu lado, não vou sair daqui. 

— Não me deixe, por favor. 

— Eu não vou.

Garanto e seguro suas mãos, entrelaçando nossos dedos.

— Amor...

Mordo o lábio ao senti-la apertando meus dedos, aumentando gradativamente a força. Meu rosto se contorce em uma careta de dor.

Puta merda, ela é forte!

— Você vai quebrar meus dedos. 

— Está doendo.

Ela diz sob um sussurro, choramingando. Olho para o enfermeiro e aceno com a cabeça, lhe dando permissão para levá-la.

— Você não vem? Eu não quero ficar sozinha. Por favor, Lua. 

Sorrio para ela, apoiando as mãos em seus joelhos antes de me inclinar para frente e selar nossos lábios.

Maraisa agarra meu rosto e aprofunda o beijo, parecendo desesperada. 

— Eu já vou, tenho que fechar o carro e avisar o pessoal.

Seco suas lágrimas com meus polegares, depositando um beijo na ponta de seu nariz.

Stupid Wife - Versão Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora