[CONCLUÍDA]
Um instante de felicidade vale uma vida cheia de sofrimento?
Jungkook sabe a resposta.
Taehyung também.
Jungkook é um anjo caído que, enquanto tenta entender sua missão na terra, acaba se apaixonando por um mortal.
[Essa história é uma...
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— Eu te disse! Eu te disse que isso era relacionado ao seu Pai!
Mesmo depois de uma semana desde o nosso primeiro encontro, Hoseok ainda não conseguia se esquecer disso e, obviamente, era impossível para ele deixar de falar sobre você.
— Se não foi você quem deu permissão a ele para vê-lo, então certamente foi Ele.
O momento em que Hoseok decidiu ter uma conversa comigo foi um pouco inconveniente. Eu estava ocupado tratando das feridas de uma lebre que havia sido atacada por cães de caça.
Não importava o quanto eu tentasse, eu ainda não conseguia apagar totalmente o anjo dentro da minha alma. Eu não conseguia encontrar sossego até ajudar um animal ferido, não conseguia passar pelas crianças sem-teto nas ruas sem dar-lhes um pouco de comida ou dinheiro, e não conseguia ficar despreocupado durante as guerras.
Eu também não conseguia fechar os olhos para as injustiças da vida, mesmo que isso significasse ir contra a vontade do meu Pai.
Eu apenas não queria que ninguém fosse tratado da mesma maneira que eu.
A lebre em meus braços grunhiu quando toquei suas feridas, fazendo meu amigo estremecer com o som inesperado que ecoou.
— Se a maldição de Taehyung é ser capaz de me ver, então é uma maldição bastante estúpida — zombei, ainda tentando ajudar a pobre lebre. — De qualquer maneira, eu não vou ver o menino de novo.
— E se ele for capaz de ver todos os anjos caídos, e não apenas você? Se for assim, então isso é de fato uma maldição, porque alguns deles podem querer machucá-lo. Você sabe como alguns desses anjos são rabugentos e odeiam serem vistos. Eles podem persegui-lo assim como os cães perseguiram essa lebre que você está segurando.
Eu estava sentindo a infeliz criatura em minhas mãos perdendo suas forças a cada minuto. Não importava o que eu fizesse, as feridas da lebre eram muito graves e os remédios comuns não estavam ajudando muito, o que me forçou a tomar a mais difícil das decisões.
Todos sabiam que o beijo de um anjo caído era um milagre. Ele poderia arrancar uma pobre alma das garras da Morte, poderia curar as piores doenças e feridas e poderia conceder a maior sorte quando você mais precisasse — o beijo de um anjo caído era uma bênção... mas também uma maldição.
Aquele que recebesse o beijo de um anjo caído não poderia mais ser amado por nenhum outro ser mortal.
Esta foi a escolha que me foi colocada naquele momento: eu poderia dar um beijo na pobre lebre e salvá-la, mas eu a amaldiçoaria roubando o amor de sua vida. Será que valeria a pena viver uma vida assim? E eu estava no direito de tomar essa decisão por ela?
