Um minuto de silêncio se passou antes que qualquer um de nós abrisse a boca - ou ao menos tentasse. Nos entreolhamos, eu e Sooyeon. Só depois da total ausência de som ser represada por um suspiro apreensivo que então meu corpo desparalizou e meus pés finalmente conseguiram desgrudar do chão.
Eu nem sabia o que esperar sobre lá fora. Para ser sincero preferia não saber, mas, ali, não cabia mais essa opção.
Quando alcancei a porta já estava sem fôlego, o coração disparado e os dedos suando frio querendo deslizar sobre a maçaneta. A agarrei firme e, assim que a girei, uma mão rapidamente a parou pressionando o dorso da minha.
Confuso, me deparei com Sooyeon ao meu lado negando com a cabeça e com o dedo indicador sobre a boca.
— Não abre. — sibilou, apenas os lábios vermelhos se movendo.
— Você ouviu o mesmo que eu ouvi?!
Soo me arrastou com pressa quando minhas palavras soaram naturalmente altas, algo bem condizente. Eu, com toda certeza, não estava entendendo nadam, o estampido ainda ecoava em minha cabeça. Ela parecia apreensiva e nervosa. Acho que, na verdade, ansiosa seria a palavra exata para substituir o nervosa.— Fala baixo. — sussurrou assim que paramos em frente à janela.
Sooyeon puxou uma calça jeans escura que estava pendurada sobre uma poltrona e a vestiu com rapidez, logo se desfazendo do vestido preto e curto de antes. Ela enfiou a cabeça na primeira camisa que viu, uma blusa com estampa de uma banda indie que nunca ouvi falar.
Com agilidade, a morena começou a tentar abrir as portinholas, ferrolho por ferrolho, a madeira velha se desfazendo em forma de poeira conforme ela mexia.
— O que você tá fazendo?
— A gente precisa sair daqui agora.
— O quê? — apontei para a porta com o braço esticado, deixando o semblante indignado tomar meu rosto. — Acabamos de ouvir um grito e um tiro?!
Ela se virou com pressa e se aproximou quase colando nossos corpos, e, com força e um olhar feroz, ergueu o indicador sobre minha boca. Me assustei um pouco - muito - , dando um sobressalto com o ato inesperado, mas me calei. Fui calado, para ser mais preciso.
— Cala. A. Boca. — murmurou entrecortado, o maxilar tensionado os dentes de cima sobre os de baixo com firmeza. — É uma gravação.
Quis dizer um "o quê?" bem alterado, o que na realidade crual saiu apenas como beicinhos e murmúrios ilegíveis enquanto meus lábios eram amassados. Uni as sobrancelhas e engoli em seco no segundo seguinte em que a garota se desfez da proximidade súbita.
— Era uma gravação de celular, bem tosca inclusive. — ela voltou a se concentrar na janela. — Chiados, oscilações no som, um corte fajuto juntando uma coisa na outra. Sou jornalista e conheço o som de um gravador quando escuto um. Brinde por todas as vezes que usei em entrevistas involuntárias.
Olhei para trás sobre os ombros, encarando a porta fechada. Aquilo deu um belo de um curto-circuito no meu cérebro.
— Vai me ajudar ou não?
Voltei os olhos para a frente e fui até à vidraça. Depois de tirar as portinholas, era a vez de abrir o vidro que, por pura sorte, estava emperrado. Fiz força, impulsionando para cima por alguns segundos até perceber que ela abria para o lado. Ainda assim, tive que lutar um tempinho para conseguir finalmente sentir o vento gelado bater na pele do meu rosto como várias pequenas lâminas.
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Proditorium | Kim Taehyung
Viễn tưởngKim Taehyung não era alguém fácil de se atrair, mas estava extremamente excitado. Kim Taehyung não se deixava levar por qualquer coisa, mas estava tomado por desejos profanos, cego pelo êxtase, sem fôlego a cada segundo que apenas sentia o cheiro al...