Two truths and a Lie - Wolfstar

Tempestade

"O que eu faço" Pensou consigo mesmo ainda encolhido contra o travesseiro que abraçava com força, as lágrimas silenciosas ainda escorriam por seu rosto sem cessar, foi assim durante toda a madrugada e sempre que pensava que ia parar de chorar as lágrimas tornavam a vir com ainda mais força acompanhadas por soluços que faziam seu corpo tremer compulsoriamente, mas que eram abafados por suas mãos que tapavam sua boca com força para impedir que alguém no dormitório o escutasse.

Sua cabeça naquele momento martelando os mesmos questionamentos que se fazia a quase um mês

"Porque ele me beijou e me afastou de repente?"

"Será que ele me odeia?"

"Ele nem mesmo consegue me olhar nos olho"

"Porque eu gostei tanto assim de ter beijado ele?"

"Eu fiz algo de errado? O que eu fiz de errado?"

"PORQUE ELE NÃO FALA COMIGO!"

Todas essas dúvidas pareciam como uma vitrola quebrada na cabeça de Sirius, repetindo, repetindo e repetindo várias vezes durante o dia o fazendo sentir constantemente vontade de chorar, mas ele não podia se dar a esse luxo, não podia deixar que as pessoas vissem o quanto ele estava quebrado e confuso por dentro, mesmo que não quisesse ele precisava fingir que estava bem mesmo não estando.

Mas ele sabia que não enganava seus amigos, mesmo que dissesse que estava bem e sempre exibisse seu sorriso de sempre, eles sabiam que algo estava errado, o sorriso que exibia não chegava a seus olhos como acontecia antes e ele estava ainda mais pálido do que já era o que fazia as olheiras se destacarem em seu rosto cada vez mais magro, todos sabiam que ele vinha pulando refeições e nada que seus amigos fizessem fazia com que ele sentisse vontade de comer algo.

Isso havia chamado até mesmo a atenção da professora Minerva que não deixava nada passar batido, ainda mais quando um dos seus alunos está prestes a desmaiar durante a aula, foi então que no final de uma de suas aulas ela dispensou todos os alunos da Grifinória e Corvinal e pediu que apenas Sirius permanecesse, pois tinha assuntos a tratar com ele.

Quando finalmente estavam sozinhos ela quis sabe o que estava acontecendo com Sirius, mas ele apenas respondeu que estava bem e que nada estava acontecendo, foi preciso que a professora, a quem carinhosamente havia apelidado de tia Minnie, o questionasse mais duas vezes para que finalmente a bolha de sentimentos de Sirius explodisse e ele caísse num choro compulsivo na frente da professora não conseguindo conter os soluços desesperados que escapavam de sua garganta e que faziam seu corpo inteiro tremer, Minerva simplesmente correu para abraçá-lo, exatamente como uma mãe faria com um filho naquele estado, fazendo carinho em seus cabelos para que ele se acalmasse.

Foram longos minutos até que conseguisse se acalmar o suficiente para contar o que estava acontecendo e quando terminou ele foi recebido com um abraço forte e palavras gentis que lhe diziam que não havia nada de errado com ele, que tudo que ele sentia era normal e que estava tudo bem se sentir confuso e esse foi o motivo que o fez voltar a chorar com o rosto enfiado na camisa dela, pois Minerva era para Sirius a mãe que Walburga nunca foi, assim como Sirius era para Minerva o filho que ela nunca poderia ter.

Sirius naquele dia perdeu todas as aulas que se seguiram, pois Minerva o proibiu de sair de seu escritório até que ele tivesse comido algo e tivesse sido examinado por Madame Pomfrey, ele não questionou a ordem mas custou a conseguir comer o pouco que seu estômago aguentava sem vomitar, ele tinha certeza que levaria uma bronca da Medibruxa e não se decepcionou com sua intuição, pois a bruxa, apesar de lhe lançar olhares que transmitissem gentileza, não se impediu de brigar com Sirius pela sua total falta de cuidado com sua saúde enquanto preparava para ele uma poção para fortalecer e uma para dormir antes e mandá-lo deitar em uma das camas da enfermaria recomendando repouso pelo restante do dia.