● Capítulo 1 ●

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*S/n on*

São 6 da manhã e acabo de levantar. Vou ao banheiro, faço minhas higienes e vou escolher uma roupa para ir à faculdade.

Eu nunca fui de me arrumar tanto. Gosto de me sentir confortável, não me importo com o que os outros pensam. Além do mais, eu estou indo pra faculdade estudar e não para um desfile de moda.

Coloquei uma simples calça de moletom, uma camisa preta lisa e penteei meus cabelos.

Desci até a cozinha, tomei meu café, peguei as chaves de casa e do carro e fui até à faculdade.

Eu sempre amei música, ela sempre foi presente na minha vida. Então quando completei 19 anos, decidi vir pra Coreia pra estudar.

Chegando na faculdade, estacionei meu carro e fui pra aula.

[...]

As minhas aulas acabaram 17:00 horas mas eu decidi ir pra biblioteca estudar mais um pouco e acabei me perdendo com o horário.

Já são quase 20 horas e a biblioteca está pra fechar. Arrumei meus livros e saí da biblioteca pra ir embora. Quando olho pela janela, vejo uma intensa chuva. Vou até o estacionamento, entro no meu carro, coloco meus livros no banco de trás e começo a dirigir.

A chuva estava tão forte, estava muito ruim de enxergar o que tinha pela frente. Eu estava quase chegando em minha casa, quando um trovão me assustou. Eu me desesperei com o estrondo do trovão e na mesma hora, veio um carro na direção do meu.

Depois disso, só lembro de ter acordado no hospital, com um curativo na cabeça e uns arranhões pelo corpo. Eu estava meio tonta com a situação, até que lembrei do que tinha acontecido. Me desesperei.

—Cadê a pessoa do outro carro? Ela tá bem? Ai meu Deus o que eu fiz?

—Que bom que acordou! -disse a enfermeira —Olha, você sofreu um acidente, mas felizmente, não foi grave.

—E a pessoa do outro carro? Como está?

—Ele não acordou ainda. Ele bateu a cabeça muito forte, o estado dele é mais grave que o seu.

—Aí meu Deus, eu causei um acidente! -começo a chorar desesperada —Onde ele está? Posso vê-lo?

—Ele está inconsciente, mas poderá vê-lo em breve. E você deveria descansar, acabou de passar por um acidente. Amanhã eu deixo você vê-lo.

Olho para a enfermeira com os olhos inchados de tanto choro.

—Tudo bem então. Poderia me dar notícias se ele acordar? -falo triste —Eu preciso pedir desculpas pelo meu erro, pessoalmente. E eu vou pagar as despesas dele do hospital.

Não que isso vá mudar alguma coisa mas eu me sentirei menos pior.

—Tudo bem senhorita Lee, agora você precisa descansar.

Ela saiu e depois de muito tempo pensando em como aquele homem poderia estar por minha culpa, eu consegui dormir.

[...]

Abro meus olhos e vejo a enfermeira trocando meu curativo e limpando meus machucados.

—Bom dia Senhorita Lee! Como se sente hoje?

—Estou com dores no corpo e na cabeça.

—Entendi. Vou te dar um remédio. -ela pega o remédio, um copo d'água e me entrega —Toma! Esse remédio vai te dar um pouco de sono, então você vai precisar descansar mais um pouco.

Eu tomei o remédio. Quando a enfermeira estava prestes a sair do meu quarto, eu a chamei.

—Enfermeira, como está o moço do acidente? -falo apreensiva.

—Ele ainda não acordou mas os sinais vitais dele estão normais, então ele vai acordar em breve. Não se preocupe! -falou saindo do quarto.

Como não vou me preocupar? Eu machuquei uma pessoa. Fiz ela parar no hospital e está há 2 dias inconsciente. Eu me sinto tão mal. O remédio tá começando a fazer efeito e eu comecei a ficar sonolenta.

*Dia seguinte*

Acordo com menos dor que antes mas meus pensamentos não param. Me sinto tão responsável pelo homem do acidente.

—Bom dia Senhorita! Como se sente hoje?

—Estou melhor que ontem, apenas com dores nas costas. -falo mostrando o lugar.

—Entendi. Você está se recuperando bem. Amanhã terá sua alta. Ficará aqui hoje para ser supervisionada.

—Ta bom. E o homem do acidente, como está? Ele já acordou?

—Ainda não!

—Tem certeza que ele vai acordar? -falo choramingando.

—Como eu disse, os sinais vitais dele estão bons. Ele está apresentando melhoras. Acreditamos que em breve ele vai acordar.

A enfermeira foi chamada e ela foi saindo do quarto. Antes dela sair, eu a chamei.

—Enfermeira, eu posso vê-lo agora?

—Ele ainda está inconsciente. -ela fala olhando pra mim e depois volta seus olhares para o lado de fora.

—Por favor, enfermeira. Eu estou me sentindo muito culpada. -abaixo minha cabeça, deixando lágrimas caírem —Se eu não tivesse me assustado com o trovão ou se eu pelo menos tivesse esperado a chuva diminuir, isso não teria acontecido. -olho para a enfermeira. —Por favor, me deixa vê-lo.

—Tudo bem, Senhorita Lee. Te levarei até o quarto do paciente.

Ela me levou até o quarto da pessoa que está no hospital por minha culpa. Entrando no quarto, vejo um homem, inconsciente, com arranhões pelo corpo, uma perna quebrada e a cabeça enfaixada.

—Bom, sente aqui! -ela me põe em uma cadeira próxima a cama do homem —Eu vou ver o relatório de um paciente. Volte para seu quarto daqui a 20 minutos. -falou e saiu do quarto.

Olho para o homem inconsciente e me acabo em lágrimas.

—Moço, eu sinto muito por isso. Espero que você acorde logo e volte a sua vida normal. Sei que não está me ouvindo, mas eu vou pagar todas as suas despesas do hospital. E vou deixar meu contato com a enfermeira pra reparar os danos do seu carro. Me desculpe mais uma vez.

Me levanto e quando estava preste a sair, ouço um resmungo vindo do mesmo. E vou correndo até ele.

—Moço você pode me ouvir? Está tudo bem com você? -falo em desespero —Eu vou chamar a enfermeira!

—Q-quem..é.. você? -Fala com dificuldade.

—Meu nome é Lee S/n. Nós sofremos um acidente. Além das dores, como se sente?

Ele tenta se levantar para se sentar na cama e eu tento o ajudar.

—Espera, deixa eu te ajudar! -o ajudo e ele olha pra mim confuso.

—Quem... sou eu?

Você se lembra? | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora