Acidente - 11

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  Susto.


  Medo causado por um fato ameaçador súbito e inesperado, um ruído forte, uma visão terrível; sobressalto.


  Substantivo masculino medo provocado por uma circunstância ameaçadora ou imprevista.


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  Encostei na porta, depois de tranca-la e fechei os olhos brevemente, sorrindo como uma boba, lembrando de todos os momentos ao lado da bela dona de lindos olhos verdes super intensos.


  Puxei o meu celular digitando uma rápida mensagem para a morena, avisando que já cheguei em casa e o bloqueei logo em seguida.


-Vejo que o encontro foi bom em._.    Demorei alguns segundos para entender que tinha alguém falando comigo.


-Oque?_.   Meus olhos encontraram Sofia parada ao lado da escada, de braços cruzados e com um sorriso malicioso nós lábio.


-Só por estar retardada assim eu já tive a confirmação, mas pensando agora, você está assim por ter dado pra ela ou porque o encontro foi bom?_.    Arregalei os olhos e ouvi a sua risada.


-Idiota, mas se quer saber não teve nada tão íntimo assim além de beijos. Mas o encontro foi simplesmente incrível!_.    Sua risada diminuiu e eu caminhei até ela, assim que abriu os braços.


  Ela me deu o maior abraço de urso de todos e eu me aproveitei disso antes de subir para o meu quarto. Precisava ver o meu bebê e tomar um banho antes de deitar.


  Senti o cheirinho de bebê depois de tomar banho e me deitar, puxando o pequeno corpinho para perto de mim.


  Caramba, ainda não consigo acreditar que ela quer a minha presença e a do meu bebê. É muito difícil encontrar alguém que aceite não só você como o seu filho também e ela é tão diferente de tanta gente! Deixa o meu coração quentinho.


  Dormi naquela noite, tendo um sorriso enorme nos lábios de tão feliz e levantei ainda mais contente. Me sentia a própria cinderela depois que o príncipe encontra a verdadeira dona do sapatinho de cristal, no meu caso é princesa.


-Bum dia, Mamá!_.    Aí está, esse é outro motivo para misturar uma princesa com a outra e pensar que posso até cantar junto com os pássaros.


-Bom dia, mi amor._.    Cheirei o seu pescocinho e enchi o seu rostinho de beijos.


  O dia parecia estar mais que agradável e eu só tinha vontade de saltitar e cantarolar o tempo todo. Faz tanto tempo que não me sinto feliz assim.


  Me levantei com o pequenino no colo e fomos para o banheiro, dei um banho gostoso nele com direito a muitas brincadeiras e fiz as minhas higienes logo depois de por a roupinha do super shock em Zayn, deixando ele distraído com um vídeo no meu celular.


  Depois de prontos, descemos encontrando Mamá preparando o café da manhã e ela logo sorriu, vindo nos dar um beijo de bom dia. Preparei uma mamadeira para o Zayn e ele logo foi pra sala, assistir os desenhos dele.


-Mi hija, eu sei que você acordou agora pouco e desculpa a sua mamá, por abusar de você. Mas pode fazer algo por mim?_.    Encostei no balcão vendo ela por o café dentro da garrafa térmica.


-Claro, mamá. Oque precisa?_.     Eu nunca vou negar nada a ela. Além de me criar muito bem, ela sempre esteve ao meu lado me ajudando com Zayn.


-Pode comprar uns croissants na padaria no final da rua? Você sabe que seu pai é apaixonado por eles._.    Assenti e desencostei do balcão.


-Ok, pode deixar comigo, mamá!_.    Pisquei pra ela e fui pegar as chaves do carro, mas ao entrar na sala, pensei melhor sobre e decidi ir a pé mesmo, afinal a padaria não é tão longe assim e não mata andar um pouco.


  Olhei para Zayn que mordia o bico da mamadeira, enquanto estava todo entretido com o desenho do tom e Jerry. Pensei em chamá-lo para ir comigo, mas acabei preferindo deixar ele quietinho e sai de casa, depois de pegar os meus documentos.


  Coloquei as mãos dentro dos bolsos frontais do shorts jeans e caminhei tranquilamente até me distrair um pouco ao ver dois passarinhos brincando entre as árvores de uma das casas. Mas foi coisa de segundos, eu mal tive tempo de reagir, eu só consegui fechar os olhos quando o som alto de buzina atingiu os meus ouvidos e tudo ficou escuro.


  Ainda bem que Zayn ficou em casa.


  O engraçado é que eu não sentia nada, literalmente nada, nenhuma parte do meu corpo. Eu só ouvia vozes desesperadas, muitas vozes, porém não conseguia entende-las e muito menos conseguia abrir os olhos. Isso estava me dando medo, como se eu tivesse perdido o total controle sobre mim.


  Eu quero a minha casa e o meu filho.


  Por um tempo as vozes continuaram, até um barulho de sirene se sobrepor calando todos, esse barulho fazia a minha cabeça vibrar e incomodava muito. Comecei a tentar de todas as formas, abrir os olhos e quando o som deu uma diminuída, senti o meu corpo formigar e quase suspirei de alívio ao conseguir finalmente abrir os olhos.


-Moça, consegue me ouvir? Mantenha a calma que vai ficar tudo bem, ok? Qual o seu nome?_.     Vai ficar tudo bem? Oque que vai ficar tudo bem?


  Olhei bem o rapaz sem conseguir falar e tentei ver se o conhecia. Ele aparentava ter entre seus 28 e 29 anos, bonito, olhos negros, pele negra, barba e cabelo bem feito e seu corpo estava coberto por um uniforme de socorrista.


  É, eu não o conheço, porém é lindo, mas não como ela.


  Oush, será que minha mamá entregou os croissants para o meu papá? Eu não lembro de ter entregue a ela e nem de ter comprado. Acho que estou ficando velha!


-Moça, consegue ao menos me dizer o nome de alguém para chamar?_.     Oh, acho que a Lauren seria uma boa ideia! Como será que ela está? Estava tão linda ontem.


  O moço mexia em algo no meu braço, mas eu mal ligava pra isso, porém eu decidi tentar dar o meu melhor para falar pra ele o nome da morena mais linda do universo.


-La..._.    Nossa, parece que a minha língua está embolada. Eu bebi ou algo do tipo?   -La... Lau... Lauren._.    Franzi o cenho, eu também não me lembro de ter bebido, será que estou com Alzheimer?


  Oh, se for isso, estou com sérios problemas!


-Lauren? Acho que esse não deve ser o seu nome, ainda bem que você anda com os seus documentos._.   Não consegui responder mais, mas ele pegou algo do seu lado.    -Se importa se eu mexer no seu celular, a procura dessa Lauren?_.    Fiquei olhando pra ele, notando que eu começava a me sentir cansada.


  Me importar com ele mexendo no meu celular? Porque me importaria? O aparelho mal tem senha, o Zayn vive jogando nele! Eu quero é saber oque está acontecendo comigo e oque aconteceu com os croissants da mamá.


Olhei em volta e uma nova dúvida veio a cabeça, porque tem um homem bonito vestido de socorrista do meu lado? Outra coisa que não me lembro é de ter entrado com ele em um... uma... onde eu estou? Que lugar é esse?


-Oi, gostaria de falar com Lauren, ela se encontra?... Aqui é Markus, sou paramédico e estou ligando para avisar que..._.    Olhei para o rapaz e ele olhava algo em mãos, parecia ser o meu documento.    -Camila Cabe..... que Camila está sendo levada ao hospital central de Miami, depois de sofrer..._.     A voz dele foi sumindo e eu não conseguia mais entender oque ele falava.


  Sofrer oque, caramba?


  Uma sonolência parecia querer brigar comigo e claramente estava ganhando, meu olhos começaram a pesar e tudo voltou a escurecer.


  Não corpo, não dorme não, eu tenho que entender oque está acontecendo comigo e com os croissants da mamá! Não faz isso comigo não, esse tal de Markus pode me dizer oque... oque está... está acontecendo.


  Eu preciso ficar acordada, nossa me sinto sem ar!


  Meu corpo não respondia e não formigava mais. Tentei voltar a abrir os olhos e prestar atenção no homem, mas foi uma tentativa completamente inútil. Mas antes de perder totalmente a consciência, eu pude ouvir algumas risadas e até queria criar forças para procurar de onde vinha, mas então eu apaguei de vez.


  A risada que ouvia, era de Lauren e Zayn.



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-Desy 👑

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