Entre espadas e foligem

Capítulo 2 Assombração?

Pov Tony Tony Chopper

Havíamos saído da ilha de Drum a poucos dias e agora rumávamos em direção a Alabasta, para o país que Vivi queria tanto salvar, nos últimos dias minha vida mudou completamente, entrei para um bando pirata incomum que estranhamente me aceita sem me achar um monstro e encontrei neles uma maravilhosa amizade da qual serei grato por toda a vida. Também consegui ver o último desejo do Dr. Hiriluk ser realizado quando a cerejeira gigante surgiu no céu e todo o povo da ilha pode vela, provando que a pesquisa de meu amado mestre estava certa.

Agora eu estou aproveitando o sol para colocar algumas plantas para secar no convés do navio, até avisto algo no horizonte, então me aproximo mais da borda para ver o que provavelmente seria algo como um golfinho ou outro animal marinho, mas então percebo que não é nada disso, é um pequeno bote aparentemente vazio à deriva em plena Grand line a pessoa que veio para cá com ele certamente é maluca e provavelmente não resistiu chegar até aqui, tiro meu chapéu em homenagem a coragem da pessoa, o navio se aproxima mais do bote e então vejo que ele não está vazio, há uma mulher deitada sobre a borda com uma das mão na água.

- Será que ela ainda está viva? – digo baixo, ainda olhando em direção ao bote

- O que você disse Chopper? – Usopp pergunta se aproximando de mim tentando ver para onde eu estou olhando – UOU tem uma mulher naquele barquinho, será que ela tá viva ou é uma assombração? – ele diz fazendo um sinal de cruz

- A... Assombração? Isso existe? - digo tremendo olhando para ele fazendo um sinal de cruz também

- Hey pessoal, o que vocês estão fazendo? – Luffy vem rindo em nossa direção, mas quando vê a moça para – ela não parece tá bem, Oe Nami pode levar o navio naquela direção? Temos que ajudar aquela moça

- E eu sou sua empregada por acaso? Não posso nem tomar sol em paz mais – Nami diz irritada se levantando e indo virar o leme

- Mas e se for uma assombração Luffy? – Usopp diz tremendo as pernas

- uaaaa... humm... bom se for uma assombração eu corto ela no meio – diz um Zoro totalmente sonolento que eu aposto que logo estará dormindo novamente

- Você tá louco, não se pode cortar uma assombração, elas atravessam tudo o que tocam – Usopp fala exasperado na direção do espadachim – Aiiiii acho que estou tendo uma crise da minha doença não-posso-chegar-perto-de-assombrações-ou-meu-coração-para – Ele diz pondo a mão no peito

- Usopp calma o que você está sentindo, meu deus ALGUEM CHAME UM MÉDICO – grito desesperado – Ah pera sou eu, Usopp me fala o que você está sentindo – digo começando a examiná-lo

- Usopp você está bem? O que aconteceu? – Vivi aparece no convés também

- Deixem-no pra lá, é só drama – Nami aparece perto da gente e olha para a mulher que agora está próxima – E se for um golpe? Ela pode estar só atras do nosso tesouro

- Como se você fosse deixar alguém chegar perto do nosso dinheiro, nunca vi alguém mais muquirana que você – Zoro fala agora de pé também

- Aiai Zorinho não se esqueça que você ainda me deve 200 mil beries, quando é que você vai me pagar em? – Nami fala com um enorme sorriso no rosto

- Vê se me erra demônio – ele diz fazendo uma posição de defesa

Antes que a discussão continuasse a mulher do bote subitamente se levanta apesar de estar obvio para todos que ela estava fraca demais para isso, os sinais da desnutrição e da desidratação eram claros, ela estava a deriva a algum tempo já, então ela tirou duas espadas que estavam presas ao seu quadril.

- Nã... não se aproximem – Ela fala com uma voz rouca e logo tem um acesso de tosse

- Você precisa de ajuda moça? – Luffy diz olhando para a misteriosa mulher que apesar estar morrendo mantinha seu orgulho juntando todas as forças do corpo para ficar de pé, aquilo realmente valia a pena?

- Só... Só vão embora – ela fala com dificuldade e vejo que está cambaleando um pouco – eu... eu não... eu não preci....

E foi ai que tudo aconteceu, foi tão rápido que nem tive tempo de me mexer, num instante ela estava lá e no outro não estava mais e então pelo canto do olho vi Zoro jogar suas espadas no chão e pular em direção ao mar, segundos depois ele já estava na superfície com a moça nos braços e então subindo no navio, corri para vê-la e vi que seu pulso estava muito fraco e ela não respirava, comecei uma massagem cardíaca mas ela não colocava a agua para fora, em uma última tentativa mudei para minha forma humanoide e comprimi com força o seu peito tomando cuidado para não esmagar suas costelas e tórax. Por um milagre ela se contorceu cuspindo toda água e tossindo com o desespero de puxar o ar novamente para os pulmões, suspirei aliviado, mas o trabalho ainda não havia acabado.

- Me ajudem a leva-la para dentro, ela ainda está muito fraca e se não for tratada o quando antes vai morrer – grito para meus companheiros e Sanji que estava até agora na cozinha aparece

- Ei que algazarra toda é ess... – ele para ao ver a moça – E quem seria essa beldade que os deuses enviaram? – ele fala vindo em nossa direção com corações nos olhos

- Quando a gente descobrir te contamos Sanji, agora precisamos leva-la imediatamente para dentro – falo mudando de forma novamente e a pegando nos braços, ela estava tão leve que não parecia ter mais que 30 kilos o que era extremamente preocupante – Nami posso coloca-la na sua cama?

- É claro – ela fala e vai na frente abrindo a porta e afastando suas cobertas, mas então percebo que teria que tirar suas roupas enxarcadas antes de deita-la caso quisesse que ela não tivesse hipotermia e antes que eu precisasse falar alguma coisa vivi aparece no quanto

- Pode deixar que eu e a Nami trocamos a roupa dela e a colocamos na cama – A ruiva me olhou assentindo

Deixei o quarto para lhes dar mais privacidade, apesar de ser médico nunca pretendo deixar uma mulher desconfortável ou insegura por mais que seja fazendo meu trabalho profissionalmente e adequadamente. Alguns minutos mais tarde as garotas me chamaram e voltei ao quarto para examina-la, apesar de ter algumas cicatrizes pelo corpo da jovem de cabelos negros e pele pálida que me intrigavam e que mais me preocupava eram as queimaduras pela longa exposição ao sol, a desidratação e principalmente o severo estado de desnutrição que ela apresentava, seu corpo estava quase cadavérico, os lábios e pontas dos dedos arroxeados indicavam que o corpo estava tendo dificuldades para fazer a circulação adequada do sangue e manter sua temperatura corretamente, provavelmente ela está cerca de um mês sem comer, corro pegar os remédios para trata-la antes que a febre comece.

Dois dias se passaram e ela segue dormindo, mas seu corpo já apresenta uma grande melhora, a febre que teve início na noite que a encontramos finalmente está cedendo e conseguimos que ela tomasse o caldo de carne que Sanji fez, o que a fez recuperar um pouco das forças para se curar sozinha, mas ainda nada de acordar, paro de triturar as ervas para fazer mais pomada para queimadura e a olho, nada, nem mesmo um sinal de ela abrir os olhos, suspiro e volto ao meu serviço

- Onde eu estou? E porque tem um guaxinim aqui? – me viro assustado e a vejo me encarando com dois incríveis olhos verdes que pareciam tão assustados e irritados ao mesmo tempo.