Operação Babá - Marília e Maiara

Missão impossível parte 2

Abro os olhos e viro-me.

- Helena?

- Lila, sua mamãe tá falando aqui ó. - Indica ir celular.

Estou. Ferrada.

Meio trêmula, pego o celular das mãos de Helena, colocando-o no ouvido.

- Mãe?

- MARÍLIA DIAS MENDONÇA. - Fodeu.

- Mãe..

- COMO ASSIM EU TENHO UMA NETA E VOCÊ NEM AO MENOS ME AVISA?! SUA CRETINA IDIOTA.

- Mãe, para de gritar.

- MÃE É O CARALHO!

Ok, devo estar muito encrenca da, já que Dona Ruth está falando palavrão. No susto, acabo apertando o botão do viva-voz.

- Mãe, por favor.

- Seu pai e eu dissemos: "Procure um rumo para sua vida" e você faz o quê? Hãn? Enfia esse seu dedo enorme na vagina de uma mulher e engravida ela! - Arregalo os olhos e fito Helena que ri. - Tudo bem que seu dedo não tem o poder de engravidar ninguém, mas você escondeu essa criança por três anos. TRÊS! Você e uma fulaninha decidiram ter uma filha.. UMA FILHA!

- Mãe, a Helena não..

- Eu quero conhecê-la. - Dona Ruth é categórica.

- O quê?

- Quero conhecer minha neta e.. Mário! Nós temos uma neta.

Ouço um barulho e logo em seguida a voz de meu pai.

- Marília?

- Pai?

- COMO ASSIM EU TENHO UMA NETA?

- Pai, para de gritar, que saco!

- Percebe, Mário, a petulância da égua. - Reviro os olhos para a frase de minha mãe.

- Oii gente..

- Oh meu Deus! - Papai e mamãe gritam ao mesmo tempo, como se estivessem ouvindo o maior de seus ídolos. - É ela? - Meu pai indaga.

- Pai, a Helena não..

- Oi, Helena. Vovô já está louco para te conhecer. - Maria Helena ri animada.

- Vovô.

- Eu vou infartar, me segura.. - Ouço um baque e alguns segundos de silêncio.

- MÃE? PAI? - Meu tom deixa claro o desespero que sinto.

- Marília, filha, você vem almoçar aqui amanhã, não é?

- Mãe. - Respiro aliviada. - O que aconteceu? Cadê o pai?

- Está caído aqui no chão. - Ela desdenha.

- O quê?!

- Isso é drama, emoção do momento.. Mas então, amanhã quero conhecer minha neta e a mãe dela. É melhor você chamá-la de esposa.

- Mãe.. - Tento, inutilmente, falar algo.

- Até amanhã, meu pedacinho de céu.

- Até mãe.. - Resmungo.

- Não falei com você, sua anta. - Reviro os olhos. - Mas sim com a minha netinha.

- Tchauzinho, vovózinha.

- Oh, é muita emoção.

Então o som do mudo invade o cômodo. Encaro Helena..

- Lila?

- Hãn?

- Você já 'englavidou' alguém usando o seu dedinho?

Oh, droga.

[...]

Desço as escadas, com Maria Helena em meu colo. Ainda estou pensando em como irei falar com minha mãe sobre Helena não ser minha filha.. Mamãe ficará arrasada. Meu pai então..

- Mendonça!

Dou um pequeno pulo.

- Julie? - Falo com o cenho franzido. - O que faz aqui?

- Vim te ver, já que você me abandonou. - Ela faz um biquinho.

- Oii. - Helena pula de meu colo e corre até Juliette.

- Xô.. Xô.

- Juliette, ela não é um mosquito. É uma criança.

- Crianças babam, liberam gases tóxicos e são inconvenientes.

- Então, você é uma criança? - Arqueio a sobrancelha. - Eu sempre soube.

- Marília, será que você pode me ajudar a.. - Duda para de falar e encara Juliette. - Oh. Meu. Deus!

A reação de Duda não é nada comparada com a de Matheus. O garoto simplesmente desmaia. Isso ai.. Matheus está des-mai-a-do.

No instante seguinte a casa vida uma loucura, consigo acordar Math mas ele parece confuso e incrédulo por Juliette estar ali.

- Vo-você. Igual. Deusa Grega. - Ele gagueja.

Abrindo um parêntese aqui para declarar: Depois que eu entrei nessa casa, posso ter influenciado um pouco.. Okay, talvez muito, Math a gostar de contos sobre este assunto. Não me culpem, a maioria das deusas são muito gatas. Parênteses feito, vamos dar continuação a loucura.

Não preciso dizer que o ego da minha amiga vai parar nas alturas com seu mais novo fã. Porém, percebo que o olhar de Juliette vai parar além de mim. Viro-me e encaro uma loira maravilhosa, que está com Luiza no colo. Ao seu lado está Maiara Carla.

Maiara Carla.

Mãe da Helena.

Mãe dos P's.

Abro um imenso sorriso. Já sei como não decepcionar meus pais.

Só preciso de um sim da ruiva mais marrenta do mundo.

Missão impossível em ação.

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