Reckless ➤ Luke Hemmings [Dropped]

5

  

–  Arielle

  

    Os dois adolescentes, neste preciso momento, estavam embrulhados numa gigante toalha que pertencia a Luke. Por sorte, ele tinha-a escondida no seu carro. Arielle nunca se tinha visto no futuro a partilhar opiniões com um suposto estranho, com um rapaz que só conhecia de vista. Mas esta era mais uma prova de que ninguém devia julgar as pessoas pelo seu aspeto físico, pois elas podem mesmo surpreender. Luke surpreendeu-a, – ele sabia muito, tinha imensas ideias e planos para realizar. Em algumas horas, a loira rapariga conheceu-o melhor que pessoas que já estavam há anos na sua vida.

    A noite já estava quase a acabar, mas ainda faltavam algumas horas até amanhecer. Arielle permanecia, então, sobre o comando de Luke, que apreciava o facto de poder dar ordens à rapariga, submissa a ele.

    "Onde é que foi a tua inocência?" – o loiro rapaz perguntava-lhe, passando as mãos pelo cabelo húmido. Ela deu uma pequena risada, abanando depois a cabeça.

    "Decidiu dar uma volta, só por hoje" – respondeu-lhe Arielle, brincando com o tecido da camisola que já vestia.

    "És muito mais divertida assim" – Luke sorriu-lhe genuinamente.

    "Até parece!" – ela exclamou – "Eu sou sempre divertida" – piscou-lhe o olho – "Tu é que nunca me tentaste conhecer"

    "Eu prefiro dar aquele ar de rebelde"

    "Já reparei nisso" – Arielle levantou-se, de súbito – "O que fazemos agora?"

    "Não me importava nada se déssemos uns amassos" – Luke balbuciou, dobrando a toalha ao meio para que se pudessem sentar nela, agora que já estavam completamente secos.

    "Acho que nunca dei assim uns amassos com alguém" – a rapariga falou, honestamente, e Luke quase sentiu os olhos a saírem-lhe da cara.

    "Já que estás sobre o meu comando por esta noite, não me importava nada de pedir isso" – gargalhou, mordiscando o lábio inferior.

    "Atreve-te" – ela avisou.

    "Não me culpes" – suspirou – "Não tenho a culpa que sejas gira"

    "Deves dizer isso a todas" – a loira deu um sorriso – "A mim não me enganas"

    "Bem, não lhes digo se não for verdade" – fez com que ela se sentasse ao seu lado – "Para isso mais valia estar calado" – colocou a mão na perna dela, sentindo a sua pele próxima da sua, uma vez que ela usava uns calções de fato de treino. Ele, digamos que tinha um plano em como conquistar as raparigas até que se fartasse delas. No entanto, tinha conseguido manter uma conversa com Arielle durante bastante tempo, sem lhe tocar ou beijar – embora quisesse imenso fazê-lo.

    "Tens sorte por seres tão atraente" – murmurou ela. Estúpidos olhos azuis, pensava.

    "Isso quer dizer que alinhas em dar uns amassos?" – uma luz despertou dentro de Luke assim que ouviu as palavras dela.

    "Apenas uns amassos, não comeces logo com esperanças" – revirou os olhos – "O que é que eu estou a fazer com a minha vida? Estou prestes a curtir com um rapaz que conheço há um dia" – disse para si mesma.

    "Oh, não te preocupes" – ele riu levemente – "Vou fazer com que não te arrependas" – aproximou-se da inocente rapariga, cuja inocência estava provavelmente prestes a desaparecer.

    "Cala-te" – ela quase que ordenou, semicerrando depois os olhos – "E beija-me" – Arielle nunca se tinha visto a dizer isto a alguém na vida.

    "Como desejares" – claro, para ser Luke, tinha de mandar vir com um último comentário sarcástico antes de unir os seus lábios aos da loira rapariga envergonhada perante si.

    A boca dele caiu na dela, aberta, e a cabeça dela tombou na mão dele. Ele agarrava-a pela cintura, um pouco inclinado. E nisto, Arielle tocou-lhe. Tocou-lhe no pescoço, como se parte de si finalmente tivesse ficado viva. Cobriu a pele dele com a palma da sua mão, afastando ligeiramente os dedos, e movimentou também os seus lábios. Dar uns amassos não era nada mau.

    Luke deixou que a sua mão viajasse até à cintura dela, por dentro da camisola, e o rosto de Arielle acusou o prazer dessa carícia, que podia até nem ser nada de mais, mas que com a delicadeza com que ele lhe tocou, a fez sentir fascinada, – e ao loiro rapaz também. Aliás, ele estava tão mesmerizado com a macia pele dela que jurou ter parado por uma milésima de segundo.

    Ela afastou-se primeiro, em busca de algum oxigénio para os seus pulmões, e quando o fez, Luke apenas humedeceu os lábios, como se, de alguma forma estivesse a provar o beijo partilhado pelos dois.

    O aspecto de Arielle tinha mudado drasticamente. Os seus cabelos tinham sido despenteados pelas mãos do rapaz e as suas bochechas encontravam-se agora de uma cor avermelhada. Tudo isto causado por um beijo de um minuto, literalmente.

    Mas tinha sido tão apetecível que, desta vez, ela tomou a iniciativa e voltou a colar a sua boca à de Luke, já à espera de carinho. Desta vez, ele subiu um pouco a mão em direção à parte de baixo dos seios dela, reparando depois que ela não estava, de facto, a usar um sutiã. (A situação causou um problema nas suas calças).

    Mas Arielle sabia bem o que queria, sabia quando dizer não. E, neste momento, a chuva de sensações fê-la dizer um grande sim. Sabia que não era o certo a fazer, mas ela estava cansada de fazer o certo. Porque não deixar uma pequena aventura entrar na sua organizada vida?

    Era isso mesmo que Luke iria fazer, se ela o deixasse. Mostrar-lhe o perigo, as coisas que ela sempre se recusou a procurar.

    E o resultado iria trazer muitos danos colaterais. Mas, foda-se para isso, ela pensava. Estava agora a beijar um estranho, e por mais ridículo que parecesse, sentia-se bem com ela mesma. Pela primeira vez nalguns meses, estava realmente a aproveitar o tempo, e a sua pele estava tão reativa ao toque de Luke que até lhe dava pequenos choques.

    A situação era completamente estúpida, e amanhã isto acabaria e voltariam eles às suas normais e chatas vidas – talvez nem se voltassem a falar. Com a vergonha que Arielle iria sentir depois, muito provavelmente. Então, que se lixe.

    E continuou ela, a explorar os largos ombros de Luke enquanto os seus lábios se colavam onde pele existia. Pele quente, reativa, onde cada nervo dela estava precisamente conectado a cada nervo de Luke. Talvez, só por esta noite. Mas Arielle tinha a certeza de que a sensação das mãos dele na sua cintura não iriam desaparecer apenas numas horas.