Capítulo 2

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Violet

Eu só me fodo.

Puta merda.

Eu vomitei outra vez.

Puta merda, puta merda.

Nunca tive uma mãe para me ensinar muita coisa da vida, mas pelos relatos de prostitutas que eu ouvia no bar, regras atrasadas e mal estar só resultavam em uma coisa.

Gravidez.

— Sou tão fudida. -murmurei.

E vomitei de novo.

Eu havia dado um sumiço do acampamento illyriano, não pisava mais lá ou em illyria. Já não ia a minha casa a semanas, e não voltaria mais.

Só voltei naquela noite para pegar o dinheiro que eu havia juntado praticamente toda a vida, poucas roupas na mala e me mandei.

Estou em uma pequena pensão da corte noturna, velha e acabada mas um lugar.

Trabalhei muito como costureira para conseguir dinheiro, é o único talento que tenho que posso usar.

Eu suspirei.

Não tenho relações sexuais desde aquela noite, em que dormi com o grão-senhor da corte noturna.

Ele é o pai da criança que espero.

Eu vomitei outra vez, deixando lágrimas caírem junto.

Ele não vai assumir, vai achar que sou uma aproveitadora, quantas fêmeas já não devem ter tentado chantagear e se aproveitar dele com um pretexto de filhos?

Se bem, que feéricas não tem tanta fertilidade.

Eu me ergui, vendo no pequeno e quebrado espelho a leve saliência em minha barriga, estava crescendo.

Eu toquei a mesma.

— Você, pequeno, é filho de uma vadia fudida. —funguei, limpando a boca com o dorso da mão— seu pai não vai te querer, mas eu tenho um plano para nós dois.

Eu tentaria falar com o grão-senhor hoje, e se não conseguisse, tentaria de novo.

Não iria embora até falar com ele.

Eu escovei os dentes e tomei um banho gelado, em busca de que os enjôos cessassem assim.

Mas ajudou muito pouco.

Eu penteei os longos cabelos negros diante do espelho, meus olhos que portavam íris douradas ainda estavam vermelhos pelas lágrimas, fiz o possível para me recompor.

Deveria ser.... Os hormônios, sim, é isso.

Pus uma roupa descente, a qual eu mesma fiz, de costas nuas para não dificultar as minhas asas.

Um vestido tubo, branco, que ia quase aos joelhos, faltando um palmo para chegar, um decote em V não exagerado nos seios, as costas nuas, de alcinha.

Demarcava aquela leve saliência em minha barriga, que já era perceptível.

Eu inspirei fundo com a mala em mãos, então, atravessei.

Sabia que o grão-senhor estaria nesse lugar, se não me engano ele vinha aqui algumas vezes na semana.

Uma boate, como é dia, não está funcionando agora.

Eu inspirei fundo, adentrando a mesma.

Olhando em volta, é bem bonita, deve ficar agradável á noite.

Eu vi um rosto conhecido, o general, os cabelos rebeldes até os ombros estavam semi-presos em seu penteado habitual.

— Com licença. -murmurei cutucando uma vez o seu ombro.

Corte De Luz E EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora