EIJI FUSHIGURO.
É, realmente odiar o tio Sukuna não estava no meus planos, nunca esteve. Quando papai Gumi nos apresentou, gostei dele logo de cara, achei as tatuagens que ele tem tão legais, o seu cabelo por algum motivo me lembrava algodão doce e as suas unhas sempre estavam pintadas de preto, nunca saía! Tentei tirar várias vezes com acetona do papai mas parece que faz parte do corpo dele, tão estranho e legal ao mesmo tempo. Tio Sukuna é tão maneiro! Ele gosta de Digimon e odeia Pokémon, igual eu. Ele brincava comigo, era tão divertido, mas ele parou porque eu não deixo mais ele mexer nos meus brinquedos, mesmo que ele tente se aproximar. Queria tanto que ele fosse meu outro papai, não teria problema nenhum eu ter três pais, gosto muito dele, mas bem, pai Gojo não deixa... No começo, ele não se importava porque Sukuna e o papai eram somente amigos, mesmo que ele ficasse com ciúmes, porém, depois de saber que os dois estavam juntos, ele começou a surtar dizendo que o papai estava o traindo, mas isso é impossível já que os dois não estão mais juntos. Não me afetei com o fim do relacionamento dos meus pais, era meio estranho no início, mas me acostumei. Pai Gojo tinha que entender que o Papai Megumi não o ama mais, e ele não quer aceitar esse fato de jeito nenhum. Queria contar tudo para o papai e dizer tudo que o pai Gojo está tramando, mas tinha medo dele me deixar de castigo e o papai Gumi não acreditar em mim. Aquele dia quando fomos no parquinho e o tio Sukuna me encorajou a escorregar no brinquedo foi um dos melhores dias da minha vida. Eu admiro tanto ele! A notícia que o papai não iria me deixou triste, mas também eu poderia brincar com o titio sem medo dele me olhar feio e me deixar de castigo depois, então fiquei feliz novamente. Tudo que digo para o tio é o que o papai manda eu falar, nunca trataria alguém mal porque eu quero, papai Gumi não me ensinou desse jeito. Sinceramente, sinto pena dele, sabe? Não queria que ele estivesse desse jeito. Sei que foi um relacionamento longo, de sete anos, mas ele tinha que seguir em frente, poxa, não forçar algo que não tem mais jeito. Ele desde então, para um cara que bebia somente nos fins de semanas, se tornou um alcoólatra. Todas as vezes que é os dias dele ficar comigo e vou para lá, havia latinhas e garrafas de cerveja espalhadas por toda a sala, até mesmo tinha uns negócios em forma de pino de várias cores em algumas lugares, mas não sei o que é, ele nunca deixa eu pegar nisso.
Quando ele bebe, se descontrola e começa a quebrar tudo que ver pela frente, então eu sempre me lembrava do dia em que senti muito medo dele.
" Papai Gojo me mandou colocar minha mochila no quarto, e assim fiz. Quando voltei para a sala, ele estava sentado no sofá com uma garrafa da bebiba alcoólica na mão, bebendo. Estranhei, afinal, ainda não era final de semana, e ele somente bebia nos fins de semana.
— Papai, hoje não é sábado. — disse e sentei ao seu lado, observando o filme aleatório que passava na tv.
— Megumi odiava quando eu bebia nos dias de semana. — se recordou, sorrindo enquanto mantinha seu olhar fixo em algum canto. — Ele dizia: " Gojo Satoru, larga essa garrafa agora ou você vai dormir no quintal essa noite." — soltou uma risada ao lembrar, mas logo ela foi diminuindo, seu rosto que apresentava uma feição sorridente, mudou drasticamente para uma raivosa. Seus dedos apertaram a garrafa com tanta força, que antes esbranquiçados como a neve, agora vermelhos de tão forte que apertava. — Agora ele vai dizer isso 'pro maldito do Sukuna! — esbravejou, se levantou e no mesmo segundo, tacou o objeto longe, que se espatifou na parede, sujando o chão do líquido amarelo.
Fiquei perplexo, nunca o vi tão bravo assim. Ele sempre foi pacifista, preferia resolver tudo no diálogo e sempre mantinha a calma. O fim do relacionamento realmente o afetou em um ponto extremo.
— P-papai... — gaguejei, completamente assustado com sua reação, os seus olhos arregalados viraram em minha direção, seus lábios crispidos, e as sobrancelhas elevadas, sinal de irritação.
— E você? — me olhou, dando alguns passos para logo esta em minha frente. — Também prefere ele? — sua voz elevou um pouco, a mão que havia pousado em meu ombro apertava cada vez mais.
— P-papai e-eu n-não... — neguei repetidas vezes com a cabeça. Meus olhos marejavam e as lágrimas escorriam por minhas bochechas. Eu estou com tanto, tanto medo dele neste momento. — Me s-solta...
Normalmente quando ele ficava bêbado era engraçado, ficava dizendo coisas estranhas e andava engraçado, mas agora eu tenho medo do que ele possa fazer, sóbrio, ou não.
Acho que ele nem mesmo percebeu o que estava fazendo, pois quando ele olhou para a sua própria mão me apertando, se afastou rapidamente com um olhar arrependido.
— M-me desculpe filho, eu não queria... — se aproximou novamente e me abraçou. Eu ainda estava um pouco assustado com a situação, mas eu também tinha que tentar o entender.
— Tudo bem, pai. — me acalmava aos poucos, porém a minha vontade de chorar continuava.
— Estou completamente devastado. — quem esta devastado é eu. — Você... Você vai me ajudar? — se afastou, para poder me olhar nos olhos.
— Com o quê, papai?
— Ajudar a reconquistar o seu pai novamente. — franzi as sobrancelhas, não estava entendendo nada. Papai Gumi claramente gosta muito do tio Sukuna, acho que isso iria ser bem difícil de acontecer.
— Mas o tio Sukuna... — a menção de seu nome o fez se irritar mais uma vez.
— Ele não é seu tio, não o chame assim.
— Desculpa, papai. — murmurei e abaixei minha cabeça, ele está tão diferente.
— Tudo bem. — sorriu novamente, mas o sorriso estava estranho dessa vez. — Ryomen Sukuna em breve, não existirá mais. "
A parti daquele momento eu percebi que o papai não era uma boa pessoa, mas tinha que o ajudar, afinal, a gente tem que ajudar as pessoas que nós amamos, não importando as circunstâncias. Foi isso que ele me disse uma vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você não é meu pai! | Sukufushi
FanficSukuna conhece Megumi na biblioteca onde o último citado trabalha. Logo, Sukuna começa a ir lá semanalmente pegar alguns livros, mas o que ele realmente queria, era ter um motivo para poder ver e falar com o Fushiguro. Quando eles entram em um relac...