Brinquedos e Confusão

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Esses últimos dois dias para mim, estava estranho. O garotinho dos cabelos brancos em nenhum momento me perturbou ou me olhou de cara feia por simplesmente falar com o pai. Era natural, obviamente, Megumi e eu namoramos e claro que vamos nos falar, trocar carícias e etc, mas como sabem, Eiji me odeia e não suporta nada disso. Também, hoje era o dia dele ficar na casa de seu outro pai, Satoru, porém, ele estava aqui. Segundo o albino mais velho, ocorreu problemas em seu emprego e ele não poderia ficar com o filho. Megumi não se importou, afinal, é o seu filho e gostaria de ter sua presença em casa, já que é final de semana, dias de folga e Eiji não teria escola, então, mais tempo com o filho. Logo seria domingo, e esse é um dos fatos de eu achar estranho o comportamento do garoto, já que o dia seguinte daríamos uma festa em comemoração os seus seis anos de idade, e sabe, ele não parece animado com a festa, pelo menos não como antes. Talvez ele tenha percebido que ficar cada ano mais velho não fosse tão bom assim, não sei. Megumi conversou com ele - ou pelo menos tentou -, o perguntando se sentia-se bem ou se queria trocar o tema da festa, mas ele nada respondeu, apenas ficou encarando a tela da televisão em silêncio, que por sinal estava desligada. Pude perceber a preocupação com o filho em seus olhos, Eiji é um garoto super elétrico e achava muito estranho o seu comportamento desses últimos dias, estava aflito.

Sem mais e nem mesmo, o mais novo saiu da sala apressado e seguiu seu caminho para o andar de cima, onde é o seu quarto. 

         — Oh céus, o que está acontecendo com o meu filho? — megumi murmurou, falando consigo mesmo. 

Ver meu amado cabisbaixo sem saber o que fazer me deixou totalmente transtornado, sem se dar conta, seus olhos azuis como o céu escuro, se encheram de lágrimas, estava preocupado demais e eu sabia que a esse ponto, criava várias paranoias em sua mente sobre o que acontecia com o filho. Ficando mais próximo de si, segurei a sua mão delicada e entrelacei meus dedos nos seus, sorrindo, tentando passar algum conforto. Em relação ao filho, ele é sensível, assim como também sou, pois Eiji querendo ou não, para mim, ele é meu filho.

  — Não se preocupa, hm? Ele deve está guardando energia para amanhã, afinal, é o grande dia dele. — pelo menos era isso que estava tentando acreditar. 

Concordando com a cabeça, passou a mão livre nos olhos, tirando qualquer requisio das lágrimas. Ao ouvir passos em direção aonde estávamos, suas orbes pousaram no garotinho que parou ao lado do sofá, segurando sua caixa de brinquedos. Antes que pudéssemos falar algo, ergueu a caixa, e disse: 

  — Tio Sukuna, vamos brincar. — beleza, não sabia o que estava acontecendo, mas ser chamado de tio novamente por ele me fez ficar feliz, e pelo canto do olho, vi que Megumi sorria, surpreso como eu. Preferia mil vezes o ver sorrindo daquela forma, do que triste igual a minutos atrás.

Sem questionar, soltei a mão de Megumi para que pudesse levantar, e com sua confirmação, segui o pequeno até a varada. Uma parte dela no canto, que era cercado por uma cerca de madeira, o chão era cobrido com o tapete felpudo, pois mesmo que estivesse no verão, a cerâmica ficava fria e Megumi não queria que, de nenhum modo, Eiji ficasse resfriado.

Se sentando na parte da parede, tive que me sentar a sua frente, à centimentros de distancia, me encostando na cerca. Espalhou seus brinquedos por todo o tapete, para logo arrumar as peças que formavam-se em quadrados médios, eram como se fosse três cômodos, que pudesse ser visto por cima da casa.

      — Presta atenção. — ele disse, e pegou seus brinquedos menores— esse daqui — levantou o que era um polvo rosa — se chama Anukus. Esse — apontou para o que era um gatinho preto — se chama imugem. O outro — apontou para o ratinho branco que usava um óculos preto, personagem do filme Shrek — É o Ojog. E por ultimo — pegou o brinquedo que era um cachorrinho — É o Ijie.

           — Por que eles tem nomes tão estranhos? — questionei, os nomes são muito difíceis!

        — Isso não é relevante. — suspirou. observei ele colocar cada brinquedo em posições diferentes, todos eles estavam no mesmo "comodo" somente o que estava em outro, era o que ele denominou de Anukus, com outro brinquedo, um dinossauro.

                     — Como esse se chama?

    — Ito. — o único que tem o nome normal, pensei. — Aqui, está acontecendo uma festa, mas, a pedido de Imugem, Anukus foi pegar algo no quarto deles e o Ito 'tava lá. Eu vou te dar duas opções, e você vai ter que escolher uma delas. — me olhou.

            — Certo. — concordei.

        — Ito beija Anukus mesmo sem o conhecer e o Imugem chega, então eles terminam, não ligando para Anukus que entra em desespero por perder o amor da vida dele. — balancei a cabeça, achando estranho. — E a outra é que; Ojog mata Anukus, por esta com Imugem, pois segundo Ojog, Imugem é só dele. Também tem a alternativa que, Imugem não acredita no que vê e tem uma conversa com Anukus, então eles não terminam, mas isso não é tão provável e de qualquer modo, Anukus morre.

Ok ok, de onde ele tira essas coisas?

      — Qual você escolhe? — perguntou, guardando os brinquedos.

        — A primeira. — era bem óbvio, era melhor se separarem do que houver alguma morte, certo?

     — Ótimo, então eu espero que você se afaste. — disse, e logo após saiu com a caixa em mãos.

Não percebi que havia ficado alguns minutos sentado, olhando para parede como se ela fosse me dar alguma resposta, somente sai dos meus pensamentos quando Megumi me chamou para ir comer os bolinhos que ele havia acabado de preparar, e pelo seu sorriso, notei que ele estava feliz com a nossa interação. Já eu, nem tanto.

O que ele queria dizer com aquilo, céus? Teria que pensar muito a respeito. 

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⏰ Última atualização: May 25, 2022 ⏰

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