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O funeral de Noah havia sido reservado, apenas as autoridades sabiam sobre aquilo afinal toda a cidade acreditava que ele já estava morto há muito tempo.

Esperaram por Joalin mas ela não apareceu, e depois de algumas semanas, ela simplesmente desapareceu da cidade. A casa dos Urrea Loukamaa havia sido tomada pelo governo e a partir dali seria leiloada, grande perca de tempo, ninguém queria comprar uma casa tão amaldiçoada como aquela.

Sina Deinert estava em todos os jornais mas ela se recusava a dar entrevistas. Segundo as enfermeiras, a garota não falava uma palavra sequer desde que havia se entregado de volta às autoridades.

Tinha o olhar morto, quase não comia e passava a maior parte do tempo olhando para o nada. Algumas pacientes a viam chorar desesperadamente toda madrugada mas mesmo naquele estado, ela continuava sem dizer uma palavra.

Sina não tinha mais a sua saúde mental em dia. Havia visto garotas morrerem em sua frente mas ver Noah perder a consciência, dessa vez verdadeiramente, havia criado um grande vazio dentro de seu peito.

Ela se sentia sem um propósito, recebia a visita dos pais e do irmão mas se recusava a falar com qualquer um deles. Era como se Sina tivesse morrido juntamente com ele e seu corpo sem vida, era tudo que havia sobrado para trás.

Nas semanas seguintes, não houve nenhuma novidade, exceto que as olheiras de Sina aumentavam e ela perdia cada vez mais peso. Estava irreconhecível e os jornais mais maldosos, diziam que ela não era mais bonita e agradável e que se ela fosse daquela forma quando conheceu Noah, ele sequer a escolheria para o plano.

Sina não via aquelas notícias e sinceramente, não se importava mais com as coisas que as pessoas diziam sobre ela. Sentia que estava cada vez mais esgotada, sentia que jamais voltaria a ser a Sina corajosa e maluca que Noah tanto gostava.
Tiraram Noah de cena e então acreditaram que a calmaria e tranquilidade finalmente se instalaria na pequena cidade.

Engano deles,
a paz nunca vive por tanto tempo.

Uma morte ocorreu no sanatório, exatamente seis semanas após a volta de Sina. A vítima foi Celina Johnsons, uma garota com deficiências mentais, que mal se movimentava sozinha.

De repente ela morreu, por falta de oxigenação no cérebro. Como se alguém tivesse apertado o seu pescoço, até que ela não conseguisse mais respirar.

Poderia ter sido um acidente e se fosse um crime, ninguém poderia ser condenado, afinal se tratavam de garotas que não estavam em dia com sua sanidade mental.

E foi então que suspeitas se levantaram, afinal além das enfermeiras, só havia uma única pessoa que mantinha contato com a pobre Celina.

E essa pessoa era sua colega de quarto, Sina Deinert.














𝐊𝐈𝐋𝐋 𝐆𝐀𝐌𝐄, 𝐚𝐟𝐭𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora