Capítulo 4

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Acordo com a claridade invadindo o meu quarto. Olho para o relógio e o mesmo marca 5:30 da manhã... Decidi me levantar e fazer minha higiene matinal, tomei um longo banho e me arrumei, estava com a cara inchada, pois tinha ido dormir tarde na noite anterior, passei um pouco de maquiagem e me dirigi a porta do quarto, quando lembro que o café da manhã só será servido às 8:30, penso em ir até a cozinha e assim vou, tentando descobrir cada canto desse enorme palácio. Ao chegar na cozinha, me encontro com um homem já antigo, sujo de farinha.

- Bom dia! - Digo um pouco baixo, enquanto me aproximo.

- Bom dia, senhorita, gostaria de algo? Creio que não deverias estar aqui! - Diz preocupado.

- Fique tranquilo senhor, qual o seu nome?

- Sou o senhor Lewis, como posso te ajudar?

- Estou com fome, pensei que teria algum biscoito já pronto por aqui... - Disse procurando algo pronto.

- Nessa cozinha não entra nada pronto! Tudo é feito de forma artesanal, irei te preparar panquecas, sente-se! - Diz sério.

- Posso te ajudar? Não quero atrapalhar - Digo preocupada.

- É o meu dever servir, fique tranquila jovem.

O tempo foi passando, fomos trocando poucas palavras, até o fim das minhas panquecas... Pedi licença e subi para o térreo. Vi a porta principal aberta e decidi ir ao jardim, fiquei apaixonada desde que vi pela primeira vez, dentro daquela carruagem, queria conhecê-lo. Sai andando jardim adentro, cheirando as flores, vendo as pequenas mudas recém plantadas, as árvores cheias de frutos e então vejo um balanço, vou até ele e me sento, para aproveitar a brisa e pensar sobre a vida.

- Quem imaginaria em Ma, você aqui, deixando de lado os seus estudos, o seu quarto, o seu trabalho, a sua família, para conhecer um cara que você nem sabia da existência até uns dias atrás, estar sentada em um balanço no jardim do Castelo em plena Terça-feira, ao invés de servir um pão na chapa com café para as mesmas pessoas de sempre... Minha vida está uma loucura. - Digo a mim mesma, estou pensando alto.

- Por que você abriu mão de tudo? - Diz o príncipe, me pegando de surpresa.

- Como se atreve a ouvir minha conversa! - Digo nervosa.

- Te vi pela janela, e pensei, o que essa louca está fazendo no meu jardim? - Diz irônico.

- Ha ha, super engraçado invadir a privacidade alheia... Só por ser príncipe.

- Mas falando sério, você está bem? - Diz preocupado.

- Sim, me perdi no horário, já deveria estar lá no salão principal. - Digo andando.

- Você pode ficar aqui se quiser, posso dizer que pedi para você me encontrar aqui e depois você volta, no seu tempo. - Diz meio chateado.

- Não, obrigada, não preciso da sua ajuda e como disse, estou atrasada para o café, se divirta com as meninas... - Digo isso com um olhar confuso e chateado

- Você está linda Mahal - Disse o príncipe como um sussurro.

Digo isso e saio andando, me perco em meus pensamento, "como ele era tão simpático e bonito?", "Como fui parar nesse acordo de ajudar as meninas", "Se eu estou aqui é meu direito concorrer de forma certa?", e assim foi o meu caminho até o castelo...

- Onde você estava? - Nathália me pergunta preocupada.

- Estava andando por aí... - Digo meio aérea.

- Viu Nathália, disse que não era para se preocupar com ela. - Diz Teresa.

Fomos para o café da manhã e a Rainha Naomi tinha um pronunciamento a fazer.

- Bom dia moças, o dia de hoje será preenchido por algumas tarefas, terei um chá da tarde com vocês às 14:30, espero todas arrumadas às 14h, visto que nos deslocaremos juntas ao salão de chás. Gostaria também de agradecer e parabenizar as que ainda estão conosco aqui, Giovanni ainda não demonstrou estar decidido, então todas ainda tem chance. Podemos comer, aproveitem senhoritas!

- Obrigada Majestade! - Dissemos em uníssono.

Logo em seguida Giovanni se junta a nós na mesa de café da manhã.

- Bom dia senhoritas, espero que aproveitem o dia junto a vossa majestade. - Diz desanimado.

- Ne te décourage pas mon amour. - Disse LaBlanc, para que só ela e o príncipe entendessem.

- Je ne pense pas qu'il y ait assez de nourriture dans votre assiette pour voir si vous mâchez plus que vous ne débitez de bêtises. - Disse ríspida.

Violeta me olha desacreditada e Giovanni se demonstra impressionado. Nesse momento, toda a atenção da mesa é voltada para LaBlanc, pois todas, mesmo sem entender, esperavam uma resposta.

- Nous voyons votre pauvreté royale s'immisce là où elle ne devrait pas. - Diz furiosa.

Logo a Rainha interviu na discussão.

- Senhoritas, terei o desprazer de retirá-las da mesa? Modos! - Diz sem paciência.

- Se acalma... - Cochicha Teresa.

Peço licença e logo saio da mesa, estou sem paciência e preciso me acalmar... Quando estou subindo as escadas, em direção ao meu quarto, alguém cobre a minha boca, para que eu não grite e me guia até um outro quarto, muito diferente do que o meu, é maior, tem mais janelas, muitas roupas...

- Você gosta de uma briga em... É osso duro de roer - Diz o herdeiro, enquanto tira o lenço da minha boca.

- O que você quer comigo? - Digo me segurando para não chorar.

Detalhe sobre a minha pessoa, quando chego no meu limite de frustração ou quando estou muito estressada, acabo chorando, mesmo contra a minha vontade.

- Por que você está assim? Fica tranquila Ma. - Diz enquanto me abraça.

- Para! Eu não preciso disso, você está dando menos atenção a elas...

- Ainda bem que você percebeu, seria desafiador ter que te contar isso. - Diz meio afobado.

Ficamos nos encarando por um bom tempo, até dar o horário do almoço, ele me abraçou algumas vezes, falamos sobre a vida, ele contou histórias do palácio, e enfim nos chamaram para o almoço... No almoço fui muito encarada, mas o Giovanni quis ficar ao meu lado, sempre me olhava com carinho e compreensão, foi um almoço desconfortável para a Violeta, minha irmã estava ficando preocupada, pois percebia os olhares do príncipe, Teresa, já havia desencanado, estava aproveitando a estadia e a mordomia.

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