Jealous

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"Coincidência"

Era o que a coreana pensava, enquanto observava a outra mulher fazer seus pedidos para o rapaz que anotava com avidez o que iriam comer.

Dahyun desviou o olhar da idol para o lugar mais uma vez, reparando nos detalhes daquele bar/restaurante a qual passava muito bem a imagem de "elegante e fino", assim como seu slogan sugeria no cardápio.

A mesa estrategicamente posicionada na parte mais afastada do lugar dava a elas uma boa impressão de privacidade, e a luz não tão clara, mas também não muito escura, deixava o ambiente confortável o suficiente para que a mulher das mechas roxas se sentisse mais à vontade ali.

Naquele momento, a coreana conseguia pensar apenas em duas coisas e em primeiro: Aquilo deveria ser exageradamente caro.

E em segundo, mas não menos importante: Como ela havia parado naquela situação com Kim Sana?

Tudo aconteceu rápido demais. Em uma hora a professora imaginava que já nem estaria mais nesse plano de vida, já que por muito pouco não havia sido atropelada. E na outra, uma celebridade a encarava preocupada, visivelmente assustada por quase ter cometido um assassinato com seu carro que corria a sei lá quantos quilômetros por hora.

Afinal, a dona de uma de suas músicas preferidas poderia ser um perigo para a sociedade?

Dahyun achava pouco provável.

Mas também não duvidaria.

Apesar dos pesares, a coreana havia negado gentilmente o pedido da cantora para levá-la ao hospital para garantir que tudo estivesse realmente bem. Dahyun não viu necessidade para tanto, já que sequer havia sofrido um arranhão, mas a insistência da outra a levou até onde se encontravam agora, que segundo a própria idol, seria apenas uma maneira de se redimir e recompensar também pela outra vez em que havia sido rude consigo.

No fim das contas, Kim Sana realmente havia se lembrado dela.

Bom, aquilo poderia ser uma situação desconfortável se levassem em consideração apenas o primeiro e segundo contato não muito amigável que tiveram, mas ali, sentada à sua frente e puxando alguns assuntos enquanto a comida não chegava, a japonesa apresentava ser outra pessoa.

Dahyun quase conseguia ouvir as engrenagens do seu cérebro tentando processar tanta informação ao mesmo tempo, mas de uma coisa ela tinha certeza: aquela mulher e suas atitudes eram uma incógnita. Afinal, ela realmente queria estar ali com ela ou era apenas remorso por ser pega fazendo algo quase ilegal?

Talvez estar ali com ela a fizesse se sentir melhor consigo mesma?

Ou talvez realmente fosse apenas seu jeito de pedir desculpas?

Talvez os dois?

— Você é sempre tão desconfiada das pessoas assim, Kim Dahyun? – como se tivesse lido e agora interrompendo seus pensamentos, Sana -a qual fizera questão de ser chamada apenas assim e sem formalidades- a encarava divertida, enquanto levava novamente a taça recém pedida com whisky e gelo aos lábios.

Dahyun deu uma leve tossida desconcertada, tentando recompor os próprios pensamentos.

Provavelmente ela estava com aquela cara de idiota, a mesma que sabia que fazia na presença da Hirai.

Uma mera "pessoa normal" frente a alguém que, segundo a própria mídia, fazia parecer imponente. Afinal, era assim que celebridades como Sana eram representadas. E agora, cá estava ela em sua frente, a encarando curiosa.

— Bom, talvez eu seja com pessoas que quase tentaram me matar... - a coreana brincou, descontraindo um pouco e tentando soar o mais natural possível. Ela deveria se acostumar com a ideia de não ficar nervosa na frente das pessoas -principalmente famosos- ou continuaria parecendo uma idiota para sempre.

A professora do meu filho - SaiDahMo (samo,dahmo,saida)Onde histórias criam vida. Descubra agora