A professora do meu filho - SaiDahMo (samo,dahmo,saida)

Consequences

Asma. Esse foi o diagnóstico que o médico informou a ela, quando seu filho deu entrada com urgência no hospital.

Quando a professora se despediu e deixou o local, Momo voltou a refletir sobre a notícia que havia a pego totalmente desprevenida e nada tirava de sua cabeça que isso tudo poderia ter sido facilmente evitado, se ela ou Sana tivessem prestado um pouco mais de atenção aos sintomas do garotinho.

Momo conhecia um pouco da doença respiratória e ela tinha noção de que se bem controlada, Daiki conseguiria viver bem e saudável assim como qualquer criança de sua idade. Mas o que mais a assustava, definitivamente, era saber que de fato não havia uma cura para aquilo.

A modelo afundou o rosto nas próprias mãos enquanto tentava reprimir a vontade sufocante de seguir em direção ao quarto em que haviam levado o pequeno, porém, antes que a ansiedade a fizesse tomar qualquer tipo de atitude, sua atenção foi voltada para a imagem da mulher que conversava com um recepcionista, do outro lado do saguão.

Momo se levantou quase em um pulo ao identificar a Minatozaki, era como se apenas a presença da outra ativasse um gatilho dentro de si, e parte da angústia que sentia rapidamente foi substituída por uma onda de raiva, que a fez andar com passos firmes rumo a idol que agora já caminhava em sua direção.

A loira arqueou as sobrancelhas para ela sem entender e a mesma não moveu um músculo quando a Hirai parou em sua frente de maneira ameaçadora, próxima o suficiente para fazê-la, por fim, recuar um passo.

O sentimento de perder Daiki ainda estava ali, amedrontando Momo enquanto disputava espaço com a ira que sentia, e mesmo querendo culpar Sana por tudo que estava acontecendo, parte do senso da Hirai sabia que não podia fazê-lo.

– Você é uma irresponsável! – a mais velha então, praticamente cuspiu as palavras. Suas mãos foram parar próximas ao colarinho da mulher, que agora sustentava seu olhar. – Que inferno, Sana! Você só tinha que fazer uma coisa, que era deixá-lo na escola em segurança! – a modelo vociferou, sem se deixar intimidar pela presença do homem que permanecia ao lado da Minatozaki, acompanhando cada movimento direcionado a ela.

Mesmo com a aparência jovem, a Hirai tinha conhecimento de que o rapaz era um lutador profissional e carregava em seu currículo diversas habilidades em artes marciais, mas apesar disso, Hyunjin nunca havia movido um dedo sequer em sua direção, provavelmente seguindo ordens de Sana.

Ah, Sana...
Raiva... Decepção... Momo não saberia dizer o que mais a estava afetando naquele momento, mas todo o amontoado de sentimentos dentro de si pareciam se intensificar, enquanto os olhos acastanhados da idol permaneciam inexpressivos. E como se tivesse recebido um choque de realidade, Momo rapidamente se afastou da outra mulher.

O que ela estava esperando, afinal? Sequer conhecia a pessoa sua frente e mesmo assim continuava a se surpreender com as atitudes tomadas pela mesma; mas como se fosse para contradizer tudo que estava pensando, a Minatozaki a puxou novamente para si, trazendo-a para um abraço totalmente inesperado.

Por frações de segundos, a modelo pôde jurar ter visto os olhos marejados da outra japonesa, mas ela os escondeu tão rápido sobre seus ombros, que a mais velha sequer conseguiu raciocinar direito o que havia visto e única reação que teve foi de sentir o próprio corpo travar.

Momo podia ouvir seu subconsciente gritar para afastá-la, mas o contato insistente entre elas fez com que essa ideia se esvaísse rapidamente, deixando-a desarmada.

Droga, Sana... Não torne isso mais difícil do que já está sendo.

Era o que a modelo pensava, enquanto se martirizava por não conseguir desfazer aquele simples abraço.