july 14th, 2015

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Something big, I feel it happening
Out of my control
Pushing, pulling and it's grabbing me
Feel it in my bones

Annabeth

Desde o primeiro momento em que coloquei os pés no carro de Jason, eu sabia que a noite tinha sido inteiramente boa demais para ser real.

É verdade que alguém tinha derrubado um pouco de molho no meu vestido e que minhas convicções amorosas aparentemente haviam alugado um triplex na cabeça de Perseu Jackson, mas nada muito surpreendente tinha acontecido. Eu tinha usado um vestido com vinte e cinco quilos de capa, comparecido ao Met Gala, posado para muitas fotos, ficado bêbada no bar do Dionísio e depois feito uma aposta potencialmente problemática com um ator qualquer. Mas, além disso, ninguém mais tinha mencionado meu nome.

Tirando o interrogatório que Jason tinha feito durante os vinte minutos mais longos da minha vida, nenhum paparazzi tinha nos encontrado. As últimas mentiras envolvendo meu nome estavam perdendo força na internet e uma hashtag tinha sido levantada no twitter, fãs ao redor do mundo inteiro elogiando minha escolha de visual para o evento. Esse era um dos pontos positivos que vinham com ser famosa: alguém sempre te atacaria, mas sempre existiriam outras centenas de pessoas para ouvir o que você tinha a dizer.

Postei uma foto nas redes sociais, uma que Piper havia tirado para mim logo depois de a maquiagem ter ficado pronta, e agradeci meus seguidores por todas as palavras de carinho, vendo meu nome subir para os trending topics como um foguete chegando à lua.

Eu não deveria ter cantado vitória tão cedo, deveria ter imaginado que a alegria de figura pública dura pouco, mas não tinha sido tão inteligente.

Um dia depois do baile de gala mais esperado do ano, fotos minhas apoiada contra o balcão do Névoa foram espalhadas pela internet. Felizmente eu estava com o vestido intacto e somente com a postura arruinada, mas o olhar em meu rosto e o copo de néctar em minha mão não escondiam o fato de que eu estava completamente alta.

Não sabia se algum celular tinha passado pela segurança, mas achava pouco provável. Levando em consideração o ângulo das imagens e a qualidade das capturas, tinha certeza que algum fotógrafo tinha passado despercebido por alguma das janelas do lado oeste do estabelecimento.

Para piorar a situação, as fotos não pareciam acabar.

Uma descalça e com os sapatos jogados numa banqueta do lado. Uma virando um copo de néctar como se fosse vodka. Uma quase desmaiada em cima do balcão, murmurando com a cara contra o mármore.

Uma em que eu estava perigosamente perto de Perseu Jackson. Uma de Percy colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Uma do homem segurando minha mão e depositando um beijo na bochecha antes de eu ir embora.

Fiquei pensando em quanto tempo esse indivíduo deveria ter passado do lado de fora do bar e torci, por tudo que fosse mais sagrado nesse mundo, que seus pés estivessem doendo depois de tanto tempo de pé. Ou então que ele tivesse pegado um resfriado depois de passar tanto tempo no vento.

Como já era esperado, a internet explodiu.

Ainda era estranho para mim, estando sob o olhar do público, como pequenas coisas se tornavam motivo para surtos tão grandes e teorias miraculosas. Em questão de poucos minutos, centenas de pessoas já tinham feito threads sobre todas as ocasiões possíveis em que eu e Percy poderíamos ter nos cruzado, conhecidos que tínhamos em comum e trabalhos em que poderíamos estar envolvidos. A palavra Percabeth era jogada para todos os lados e algumas pessoas já diziam que o relacionamento era uma jogada de marketing, sendo que nós ainda nem mesmo nos seguíamos nas redes sociais.

Mirrorball - PercabethOnde histórias criam vida. Descubra agora