february 14th, 2028

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A couple of years we've been making plans
Somehow you always seem to understand
So let me spend the night in wonderland with you

The epilogue

Percy

— Eu tenho uma surpresa pra você.

Depois de anos conhecendo e morando com Annabeth Aretha Chase, eu sabia que um anúncio como esses poderia levar para extremos muito bons ou então muito ruins.

— Eu deveria ficar ansioso ou com medo? — questionei, vendo minha esposa saltitar para perto de mim com um papel nas mãos. — Pelos deuses, Annabeth, a gente mal casou e você já imprimiu os papéis do divórcio? A gente tá literalmente na nossa lua de mel! Você não pode se divorciar de mim na frança!

— Deixa de ser idiota, Perseu — ela respondeu, batendo elevemente no lado da minha cabeça. — Esse aqui é o meu presente de casamento pra você, mas pra isso vou precisar que você ande até o piano.

— Mas a gente combinou que não íamos comprar presente um para o outro — acusei.

— Tá bom, diz que você não comprou nada pra mim e eu jogo esse daqui fora.

Precisei bufar, era óbvio que eu tinha comprado um presente para ela.

— Foi o que eu pensei — a loira cantou vitória. — Agora vem pra cá, eu quero ver a sua cara quando ler o que tem nesses papéis.

Como um bom banana, como Anna havia me chamado há tantos anos, segui sem reclamações. Beijei seu pescoço enquanto minhas mãos abraçaram seu torço, minha cabeça espiando por cima do seu ombro para tentar entender o conteúdo daquela folha de papel.

— Eu conversei com uns contatos meus dentro da música e pedi um favor pro Charles Beckendorf. Falei com ele por alguns dias e, depois de mexer uns pauzinhos, consegui isso aqui pra você.

Ela estendeu as folhas para mim, que as agarrei com a mão tremendo ligeiramente.

Annabeth sabia que tudo relacionado a esse cantor me fazia lembrar da minha mãe, sabia que as canções de Charles sempre me levavam para um lugar melhor, onde eu era um garoto de oito anos e Sally Jackson me esperava com uma fornada de cookies azuis direto do forno na frente do piano.

Sua música favorita era Look Up At The Stars, e me assustei ao ver esse exato título em uma partitura muito maior do que deveria ser. Ainda sem entender, olhei para Annabeth, que se sentou no assento acolchoado do instrumento e sinalizou para que eu me sentasse ao seu lado.

— Essa é uma versão extendida que Charles criou, mas que nunca planejou lançar. Ela tem sete minutos e mais letras, mais melodias... tem umas coisas aqui que me lembraram muito da sua mãe, amor. — seus olhos me encaravam, ansiosos, como se procurasse qualquer indício de tristeza.

Eu não soube o que dizer, sentindo meu peito se apertar em amor e saudade e em absoluta devoção. Lágrimas finas escorreram pelas minhas bochechas e Annabeth as beijou, se aconchegando contra o meu peito.

— Muito, muito obrigada Annie, eu... eu queria que ela pudesse ter te conhecido — ela acenou com tristeza, já tendo admitido que queria ter tido a oportunidade de se aproximar de Sally. — Que ela pudesse estar aqui agora. Ela amava tanto essa música.

— Porque não toca pra ela?

Então assim eu fiz.

Sentado em frente a um piano em um hotel em Paris, no meio da lua de mel com a mulher mais especial da minha vida, estralei os dedos e me pus a tocar a música que mais tinha me marcado em trinta e cinco anos de vida.

Annabeth escutou os sete minutos da canção com lágrimas alegres nos olhos, lágrimas que acompanhavam as minhas próprias e, de alguma maneira, eu soube, com a mesma certeza que me dizia para seguir meu coração, que minha mãe também estaria chorando se estivesse aqui.

Look up at the stars
They're like pieces of art
Floating above the ground
You know we could fly so far
The universe is ours
And I'm not gonna let you down
— Look Up At The Stars

Mirrorball - PercabethOnde histórias criam vida. Descubra agora