Sábado
00:35hrsMaria
te falar que a rapariga da Camila, me deu um perdido legal.
a gente chegou aqui, ficou juntas e tal, mas a rapariga me abandonou.
tô aqui sozinha e querendo ir pra casa já, odeio ficar sozinha em festas, todo mundo brisando e eu aqui
-eai -virei pra trás vendo uma menina- tá perdida é mulher?
Maria: só me deixaram sozinha mesmo -falei rindo-
- foi macho? -falou e eu neguei- sorte, porque acho difícil os daqui abandonar uma mulher assim do nada , prazer Taysa
Maria: Maria -falei apertando a mão dela- cara, eu tô querendo ficar louca hoje, real
Taysa: achou a pessoa certa -falou meio alto e eu ri- vem cá, tem uma bebida massa aqui no bar
fui atrás dela que me guiou até o bar , ela pediu uma bebida que era meio rosa, tinha até um pedaço de morango no copo.
Taysa: confia, é muito gostosa -falou e eu bebi um pouco-
Maria: caralho -falei depois de tomar um gole- tem um gosto do álcool mas também um gostinho doce
Taysa: essa se chama segredinho -falou e eu ri- ela é a tendência aqui na favela, pra você ter essa reação não é daqui mesmo
Maria: sou da Barra -falei e ela assentiu- eu quero outra
o cara do bar ficou fazendo outra lá, enquanto eu tava vendo, ela levava até morango.
depois que eu tomei a outra, a gente ficou dançando na batida da música.
até que ela era legal, me apresentou umas pessoas, era tudo amigos dela.
eles moravam aqui a pouco tempo, era o primeiro baile que eles tavam vindo.
[...]
eu já tava meio alterada, tomei não sei quantos copos da bebida e tava toda animada.
Taysa: toma essa água aqui -falou me dando e eu neguei- colega, você tá meio alterada, pode tomando a água aí, namoral
não sei o que me deu, que eu só ri e beijei ela , que ficou parada com a água na mão.
me afastei dela ainda dançando e senti sendo esbarrada em alguém, caindo logo em seguida, senti alguém me segurar mas nem deu pra ver quem era.
daí eu apaguei e não vi mais nada.
[...]
acordei com uma dor de cabeça do caralho, sério, tava latejando mesmo.
abri o olho e olhei ao redor, tava tudo escuro, tentei levantar e minha perna doía.
tudo doía na verdade, Deus me livre, nunca mais tomo essas coisas.
ouvi abrirem a porta e olhei pra ela , vendo o rn , ele tava fazendo careta e eu cai na cama denovo.
Rn: pode levantar minha filha -falou e eu resmunguei- qual foi mano, meio dia já
Maria: eu fiz muita merda ontem? -falei e ele riu- fala mano, tô falando contigo namoral aqui
Rn: tu tava foi alterada -falou abrindo a cortina- tu beijou a muié que tava contigo, esbarrou em mim e ainda caiu, no momento eu pensei que tu tinha morrido, porque o jeito que tu caiu foi foda, aí quando eu vi que não, eu te trouxe pra cá, com a ajuda da mina lá
Maria: eu lembro de nada -falei colocando a mão na cabeça-
Rn: claro, toma logo não sei quantas doses de segredinho -falou se sentando na cadeira- tu ficou loucona mesmo, parecia que tinham te drogado mano
Maria: Deus me livre -falei tentando me levantar-
que foi inútil, me deitei denovo e virei olhando pra ele.
Maria: me leva na praia, namoralzinha -falei e ele fez careta- eu disse que ia amanhecer lá hoje, mas não deu
Rn: fica aí, tu chegou aqui toda doida -falou rindo- queria me agarrar e os caralho tudo, disse até que eu era um estranho e doente, so pelo simples fato de eu te ajudar a tomar banho
Maria: adorei a camisa -falei olhando pra camisa que eu tava - eu vou levar pra minha casa, só pra lavar
ele ficou olhando pra minha cara com deboche e eu ri, tava meio doidinha ainda, tenho certeza.
ele saiu e eu fiquei olhando pro céu, que tava todo fechado , ia dar uma chuva boa, mas mesmo assim eu queria madrugar na praia vei.