Flashback

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-Fernando, Fernando.
-O que tá fazendo aqui lili?
-Vem, levanta.
Ela puxa meu braço e eu saio da cama, descemos as escadas e ela me leva até a casa da árvore.
-Espera aqui. Fala e sobe as escadas, ela volta um tempo depois com uma guitarra e um skate na mão.
-Vamos.
Voltamos pra dentro da casa e ela me leva até a porta.
-Espera, eu preciso da autorização Lili
-Que autorização?
A autorização escrita para poder sair.
-Precisa não, relaxa você tá comigo.
-Certeza? E se brigarem comigo?
-Certeza! Ninguém vai brigar com você.
-Tá bom então.
Saímos e ela me guia segurando minha mão, não sabia pra onde estávamos indo porém continuei a seguindo.
Chegamos em um lugar estranho, tinha várias crianças brincando em um poço fundo.
-Que lugar é esse?
-É uma pista de skate, nunca veio em uma?
-Não!
-Bem então vai aprender a andar de skate hoje, vem. Ela me puxa pro meio da pista.
-Acho que isso não vai dar certo. Falou apreensivo.
-Vai sim, é só você fazer assim. Ela sobe no skate com a tranquilidade de quem está andando.
Tento repetir o ato porém falho miseravelmente e caio no chão.
Ela ri de mim e me ajuda a levantar, depois de algum tempo eu consegui me equilibrar, porém foi só isso porque caí todas as vezes que tentei andar.
-Ei, vamos tomar sorvete? Me pergunta depois de algumas horas que estávamos brincando.
-Eu não tenho dinheiro.
-Eu tenho vamos.
Andamos no parque enquanto tomávamos sorvete e conversávamos.
Já era fim  de tarde quando sentamos embaixo de uma árvore, ela tirou a guitarra da capa e começou a tocar.
A melodia era suave, provavelmente era um rock ou jazz, não sei. Eu cabulei muitas aulas de música então era péssimo no assunto.
Ela cantava enquanto tocava, e eu ficava deitado em seu colo, apreciando sua voz.

Traidor do próprio sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora