Capítulo 2: Ninguém humilha a Matilha

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Oi gente voltei, e assim que puder trago algum cap novo, vou temtar postar umas duas vezes por semana.

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Eu senti um empurrão nas costas, me virei e vi Adrien ainda em forma de lobo.

— Sinto muito, não posso, — disse eu, colocando minha mão em seu focinho. — Esta é uma tradição que me recuso a manter.

Até mesmo os olhos de lobo do meu companheiro estavam cheios de desapontamento. Aquilo apunhalou-me no coração como uma faca afiada. Era demais para aguentar. Tive que fugir antes de me despedaçar completamente.

Virei e saí do palco o mais rápido que pude, sem correr. Quando cheguei ao chão, Chloe estava lá esperando para me interceptar.

— Mari, espere!

— Chloe, não consigo. Eu preciso sair daqui.

— Certo, — disse ela, olhando para mim e percebendo que eu não estava em condições de ouvir nada do que ela tinha a dizer. — Venha comigo.

Ela pegou minha mão e me puxou para além das vans dos jornais. Já os repórteres e operadores de câmera tinham começado a se aglomerar ao meu redor, com lentes e microfones.

Quando minha equipe de segurança nos alcançou, já tínhamos chegado aos carros da matilha. Um dos seguranças abriu a porta de uma limusine e colocou nós duas lá dentro.

Fecharam a porta, e os sons do lado de fora foram instantaneamente silenciados. Enquanto aceleramos, olhei para fora das janelas escurecidas para a multidão de lobos furiosos gritando para o nosso carro. Acho que nunca havia me sentido tão odiada em minha vida. Felizmente, eu ainda tinha a Chloe.

Como curandeira, ela não apenas curava feridas físicas, mas também emocionais. Tínhamos nos tornado como irmãs no ano passado, e seu relacionamento anterior com Adrien significava que ela o conhecia tão bem quanto eu, se não melhor. Dito isto, eu tinha mantido minhas apreensões em segredo. Ela tinha sido criada no mesmo mundo centrado em matilhas que Adrien, e se ela estava do lado dele, bem, eu decidi que preferia continuar sozinha a correr o risco de perder nossa amizade.

— Mari, por que você não veio até mim?

— Achei que você não entenderia. Pensei que você me diria o mesmo que Adrien.

— O que ele disse?

— Que não era nada demais. Que é importante para a matilha. Que eu estou exagerando. Mas agora vejo como foi estúpido manter tudo entalado. E agora vocês dois me odeiam.

— Eu não te odeio, Marinette, e nem Adrien.

— Você não olhou nos olhos dele como eu olhei, — respondi, com lágrimas nos olhos.

— Tenho certeza de que ele se sentiu envergonhado, — respondeu Chloe — E certamente a presença do Alfa do Milênio não ajudou.

— Obrigada por me lembrar, — eu chorei, enterrando meu rosto em minhas mãos.

Chloe colocou seu braço ao meu redor e acariciou meus cabelos, tentando me acalmar. Eu só podia imaginar com o que Adien estava lidando neste momento. Eu o havia abandonado ali, com a multidão, com Raphael.

Eu era uma companheira horrenda.

— Posso dizer que se trata de mais do que apenas o ritual, — disse Chloe em sua voz calmante de curandeira.

Às vezes eu odiava como ela era boa em seu trabalho, mas acabara de testemunhar o que aconteceu quando guardei as coisas para mim mesma.

Além disso, eu não tinha motivos para ter medo do julgamento de Chloe. Ela era minha melhor amiga. Senti-me envergonhada de que o pensamento tivesse sequer entrado em minha mente.

Os Lobos do Milênio- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora