Capítulo 4: Quanta Audácia

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Enquanto preparava o café, esforcei-me para ouvir qualquer boato que eles pudessem deixar escapar enquanto eu estava fora da sala. O chá de bebê de Brid estava bem mais quente do que eu imaginava. Após o choque inicial, todos trocaram gentilezas; afinal, eles eram meus sogros. Adrien, no entanto, rapidamente os levou para longe.

Ele queria me manter longe, mas eu queria ir junto. Eles claramente tinham um motivo para aparecer do nada, e eu não queria ficar de fora. Terminei de preparar a bandeja e levei para a sala, onde todos se sentaram. Eu sorri para a mãe de Adrien, e ela retribuiu meu gesto com um sorriso educado. Eu sabia que ela estava me julgando.

— Emilie, se você não se importa que eu pergunte, como você e Gabriel souberam sobre o chá de bebê da minha irmã?

— Ah, querida, que pergunta mais boba, — ela respondeu com uma risada tolerante. Ela bateu seus óculos escuros de grife contra os lábios enquanto ria, como se ela achasse que isso a fazia parecer pensativa.

— Nós sempre sabemos onde Adrien está, — ela continuou pegando a caneca de café como se nunca tivesse visto uma antes. — Adrien, toda a sua porcelana está lavando?

Eu queria gostar dessa mulher, queria mesmo, mas com ela agindo desse jeito, não tinha certeza de quanto mais eu aguentaria.

— Onde vocês estão hospedados? — perguntou Adrien, tentando mudar de assunto.

— O que você quer dizer? — respondeu Gabriel. — Você ainda tem a casa de hóspedes, não é?

Nem por cima do meu cadáver. Eu sutilmente movi meu pé sobre o de Adrien e pressionei seus dedos.

— Não tenho certeza se está de acordo com os padrões da mamãe, — ele rebateu.

Bom menino.

— Ah, nós podemos cuidar disso, — respondeu Gabriel, tomando um gole de café. — Além disso, ficar em outro lugar iria anular o propósito de nossa visita.

— E qual seria o propósito? — Eu perguntei o mais inocentemente possível.

— Ora, para conhecê-la, querida, — respondeu Emilie — Eu queria ver que tipo de mulher estava acasalada com meu filho.

— Se você estivesse tão interessada, você poderia ter vindo para a nossa cerimônia de acasalamento, — disse Adrien severamente.

— Não se irrite, Adri. As cerimônias de acasalamento são um monte de pompa e lengalenga. Não é como se você tivesse que se transformar ou algo assim- Emilie deixou as últimas palavras pingarem de sua língua como ácido.

Mas que bela vagabunda.

Então, tudo isso tinha a ver com o festival da fertilidade. Eu tinha causado um escândalo, e agora ela queria ver quem tinha bagunçado o mundinho alfa e perfeito de seu filho.

— Você mesmo decorou este lugar ou contratou alguém? — Emilie perguntou enquanto examinava a sala.

— Eu mesma decorei, — eu disse.

— Foi o que pensei, — respondeu ela, levando a caneca aos lábios. — Hm, — disse ela, sentindo o cheiro.

— Algo está errado? Posso trazer outra coisa para você beber — eu ofereci.

— Não, isso está maravilhoso, — respondeu ela, pousando a caneca.

— Só acho que não estou mais com disposição para líquidos. Adri, o que deu em você para comprar aquele quadro? É um pouco amador, ou era essa a intenção?

Os Lobos do Milênio- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora