O PRIMEIRO BEIJO

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Nazli


'Você acha que mesmo que eu estou em condições de conversar, Nazli?'

Aquela fora a deixa perfeita pra que ela tivesse voltado pra casa. Mas, não! Ficara totalmente absorta pelo charme do chefe e, assim, estava ali, fazendo companhia a Ferit.

Ele voltou para o jardim, depois de colocar uma música.

- Você gosta dessa canção, Nazli?

Ela fechou os olhos para apreciar a melodia. Gostar era pouco. Amava.

- É muito linda.

Ele voltou a sentar-se. O copo de whisky reabastecido. Ele parecia inabalável. Ela, ao contrário, já sofria os primeiros efeitos do álcool. 

'Merda!'- se maldizia mentalmente.

- Eu tinha algo pra dizer, mas... esqueci.

- Não tem problema- Ferit parecia tão...abatido.- Seja o que for, hoje a noite não tem a mínima importância- ele a observava, mansamente.

Algo no olhar intenso disparou um alarme em sua mente subconsciente. De repente, sentiu uma vontade imensa de ir pra casa. Precisava afastar-se dele.

- Eu já vou - Apanhou a bolsa e cambaleou, sentindo o quanto o álcool a afetara- Eu tô totalmente 'de fogo'. Nossa!

Riu, constrangida. Era a segunda vez que ele a via naquele estado.

- Acho que você não devia insistir com a bebida, se não tem resistência, não é?- ele tentava mesmo estender a conversa, ou era impressão sua?

- É...álcool mexe com minha mente. Eu esqueço as coisas.

Afastou-se rumo à saída. As garotas deveriam estar preocupadas. Fatosh e Asuman... subitamente, lembrou-se do que viera fazer ali: as fotos que a irmã enviara a Demet. Ele perdera Bulut devido à maldade de sua irmã. Resignada, girou-se na direção de Ferit. Precisava contar, ainda que ele a odiasse depois disso. 

Os dois quase esbarraram. Ele a seguira de perto.

- Eu me lembrei do que eu vim fazer aqui.- confessou.

A mão grande descendo pelo seu braço surpreendeu-a. O olhar de Fetir estava...diferente. Quase rendido.

- Não importa.-ele prendeu sua mão. Ela sentia as pernas fraquejarem diante daquele olhar.

- Eu tenho que falar.- insistiu.

A mão agora acariciava sua face, prendendo a maçã do rosto contra a palma macia e grande.

- Não importa.

A carícia no rosto espalhava calor por toda sua pele. Ela tentava resistir.

- Eu tenho que te falar...

- Deixa. – foi a resposta incontida de Ferit. Ela fechou os olhos diante do carinho persistente na face. Era normal sentir-se excitada com um simples toque no rosto? Seu baixo ventre pulsante dizia que sim.

Como num filme em câmera lenta, viu que ele se inclinava, os olhos castanhos mergulhando fundo nos seus, a boca entreaberta aproximando-se cada vez mais da sua.

'Allah! Ele vai me beijar!'

Foi seu último pensamento lúcido.

FERIT

Pro inferno com convenções e regras!

Nazli, a mulher com quem ele tinha passado os piores e melhores momentos dos últimos tempos, se preocupara com ele e viera até ali naquela noite terrível, apenas para consolá-lo. E agora... ele a beijaria de qualquer jeito.

Imagine DolunayOnde histórias criam vida. Descubra agora