— Olá, Kurt..
Olhei para cima e me deparei com a figura feminina que eu bem conheço trajada em um vestido dourado, ela flutuava assim como seus cabelos. Eu sentia algo diferente, algo mais intenso e emotivo.
— Você veio até mim.. — Ela disse me olhando com o mesmo sorriso doce de sempre. — E fez também a outra coisa que eu pedi.
— Sim, eu realizei seus pedidos! Mas ainda não entendo para que eu os fiz..
A mulher levou até cada lado de meu rosto e fazer-me com que a olhe. Seus olhos começaram a emitir certa luminescência azulada e então eu senti uma certa energia estática percorrer todo meu corpo mais de uma vez. Eu então a olhei, curioso.
— Estou lhe devolvendo o que é seu por direito, seus dons.. — Ela então beijou minha testa, senti um breve formigamento no local onde seus lábios tocaram. — Agora que você me trouxe até esse mundo novamente eu vou te auxiliar no uso deles.
— Dons? Me explica isso direito. — Eu pedi com a minha confusão nítida no olhar.
— Venha comigo, minha criança.. — Ela me ofereceu a mão, e eu a segurei. Ao olhar ao redor percebi que me encontrava na porta de minha casa, ela deu pequenas batidas na porta e minha vó veio de encontro nos atender.
Só me dei conta do que estava acontecendo quando ouvi o barulho da xícara que minha vó segurava cair, a figura juvenil ao meu lado sorria para a senhora a sua frente, que estava pasma. Meu avô, henry e Cassandra logo correram para ver o que estava acontecendo e ficaram parecidos minha vó, assustados.
— Olá, Coopers. — Falou a mulher. Eu logo vi minha vó retomar a postura e se aproximar de nós. Me assustei quando vi que a mesma se curvou diante a figura ao meu lado, e todos na sala repetiram o ato. Minha cabeça deu voltas, em confusão.
— Minha senhora, por favor entre! — Minha vó deu passagem, ela parecia muito aflita ao me olhar enquanto a mulher adentrava a casa e ia até a sala de estar.
Eu, minha vó, meu avô e meus irmãos seguimos a figura, em silêncio. Eles pareciam estar realmente escondendo algo, pela forma com que me olhavam já estava mais do que claro. Ao chegarmos na sala minha família se manteve de pé enquanto apenas eu tive a coragem de me sentar, a mulher que estava sentada do outro lado da sala de frente pra mim riu discretamente enquanto me observava.
— Bom.. Eu vim até aqui para deixar bem claro que a partir de agora eu irei vagar constantemente pelo mundo dos vivos, ou seja, vocês irão me ver muito por aqui.. — Disse a mulher do outro lado da sala, ela tornou seu olhar a mim de forma repentina e rápida. — E eu farei Agatha pagar caro pelo que ela fez minha cria passar durante essas dezessete primaveras, ela sentirá minha fúria.
Eu vi minha vó ter uma leve perda de equilíbrio no local onde estava parada, e logo foi amparada por meu avô e Cassandra. Henry olhava a mulher com um pesar no olhar, eu podia ver ele tremer parado em seu lugar.
— Não quero que vocês tenham medo.. Ela sabia das consequências quando dei a ela a missão de gerar Kurt para o mundo material, era obrigação dela me obedecer. — Ela falou, rígida. — Vocês são meus filhos, e não quero que passem por dor e sofrimento algum. Mas diferente de vocês Kurt é uma parte de mim, ele possui minha essência e não apenas proteção.
Minha vó retomou sua compostura e pigarreou, logo minha família estava novamente em postura como antes.
— O que está acontecendo aqui? — Eu me pronunciei depois de ter ficado calado durante todo o tempo. — O que vocês estão me escondendo?
Eu atraí os olhares da sala para mim, todos estavam me encarando, inclusive a figura de vestes douradas. Eu sentia minha cabeça doer de tanto remoer as informações calado que já não estava conseguindo raciocinar direito, sentia um pesar em minha nuca muito forte.
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𝐂𝐫𝐢𝐦𝐬𝐨𝐧 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 ~ 𝕿𝖍𝖊 𝕸𝖔𝖔𝖓
Fantasia"Terroristas não saqueiam para possuir, nem matam para saquear. Matam para punir e purificar através do sangue." Cansado de ser silenciado, controlado e censurado pelos pais, principalmente pela sua mãe, Kurt decide por um fim nos anos de penitencia...