O Nosso Jogo De Provocação (CONCLUIDA)

Capítulo dez: Passando esse tempo juntos

"Beijar, qualquer um beija.
Flertar, qualquer um flerta.
Mas o carinho com o dedo.
É só com a pessoa certa."
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Depois de me perguntarem mil vezes a mesma coisa, "Meu pai e minha mãe" me deixaram sozinhos com Joel.
Só consigo me lembrar dele. Da nossa última briga.
Perguntamos aos médicos porque. Mas eles ainda iriam fazer exames... e até eu descobrir já recuperei a minha memória de novo.

-Está bem pêssego?- Esse apelido... eu me lembro dele.

-Estou. Mas... estou muito confusa.-

-Acho que você deveria descansar.-

-Não. Eu quero... conversar. Com você.-

-Tudo bem... pode falar.-

Joel puxou uma cadeira, e se sentou perto de mim. Ele estava próximo... muito próximo.
Da última vez que ficamos tão próximos... dedos rolaram.

-Então... o que quer conversar?-

Respirei fundo, e comecei a falar.

-Porque... porque eu só consigo me lembrar de você?-

-Eu não sei... talvez seja algo mais sentimental. -

-Blue- Fiz um barulho de vômito.-Eu não gosto de você desse jeito.

Eu realmente não consigo sentir nada por ele. Será que eu sentia? Antes de levar um tiro? Eu sentia algo por ele ? Algo me diz que ele sente.

-Eu estou brincando...- Ele riu falsamente.- Acho que sei como te ajudar.-

-Como- Ergui as sobrancelhas com dúvida.
Como ele vai me ajudar?

-Eu... eu posso te contar algumas coisas que eu sei sobre você.-

-Acho... acho que pode funcionar.-

- Então tá...- Joel ficou calado por alguns segundos, e depois começou...
-Éramos amigos quando crianças, mas de uma hora para outra paramos de nos falar. Eu... eu queria te pedir desculpas por um negócio.-

-O que você fez?-

-Quando tínhamos entre 13 e 14 anos... eu disse algumas coisas muito ruins de você para um dos meus "amigos".-

-O que você falou?-

-Eu... eu falei mal do seu corpo. Dos seus peitos para ser exato.-

Ri, mas depois olhei séria para ele.

-Sério? Falou mal do corpo de uma garota de 14 anos? Devia te odiar...-

-E odiava... Até essas últimas semanas.-

-Hm?-

-Você e eu... quase...- Ele se aproximou- Transamos...-

Arregalei os meus olhos, e olhei para ele.

-Sério? Fizemos mesmo?-

-Não. Você me disse que ainda não estava pronta, e não fizemos.-

-Obri...-

-Isso é o mínimo.-

-Ah... ok então... me conta mais...-

-Ah... você tem uma melhor amiga.-

-Tenho?-

-Sim. Ela se chama Meidan.-

-Meidan... Meidan... Meidan... não me lembro.-

-Tudo bem. Uma hora você vai se lembrar.-

-E... se eu não conseguir?-

-Pensa positivo Pêssego.-

Assenti com a cabeça, e pedi para ele continuar.
-Vai... continua falando da minha vida.- Estava olhando para ele.

-Você é muito inteligente. Gosta... ama livros, ama purê com arroz e feijão, estava escrevendo um livro... não gosta muito de festas, gosta de ficar sozinha, mas não se sentir só. Tem medo do futuro, mas gosta de pesquisar casas para morar sozinha. Gosta de gatos, gostaria de ter dois ou três. Você usa óculos, mas não os leva para escola desde que quebraram eles. É... essa é você pêssego.-

Estava sem palavras... ele... ele me conhece. Ele realmente me conhece. Não sei se tudo o que ele disse é verdade. Mas eu... confio nele. Ou pelo menos sinto que o faço.

-Você... realmente está falando a verdade? Você me conhece tanto assim?-

-Conheço. Eu fingia te odiar. Na escola, na sua casa, em todos os lugares, mas nunca, nunca te odiei pêssego. Nunca.-

-Joel...-

-Clare, quando vi você deitada naquele chão... cheia de sangue...- Ele engoliu em seco, e passou a mão na testa.

-Eu te amo.- Ouvi.

Meu coração começou a palpitar, mais, mais, mais, mais.

-Ahhh, ahhhh. Não estou conseguindo... não consigo respirar.- Desmaiei.

-JOEL-

Ela desmaiou. De novo.
Por quê? POR QUE ELA DESMAIOU DE NOVO?

-ELA DESMAIOU! ELA DESMAIOU!-

Médicos entraram na sala. Novamente.
Os médicos deitaram a cama em que ela estava, colocaram um... oxigênio nela, e tentaram acordá-la.
Ela não acordou.

Ela não acordou...