Capítulo Dois - Thomaz Clark

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NY, 10 de Julho de 2020

  Já passavam das três da manhã quando comecei a limpar os pincéis e guardar as tintas depois de terminar a minha última pintura. Estava linda, eu tinha que admitir.

  Como na maior parte das artes que eu fazia, a figura central era uma pessoa. Uma mulher, nesse caso. Ela usava um desses vestidos grandes que pareciam sair de um filme da Disney num tom rosa quase branco, tinha a pele clara e seu cabelo preto ondulado corria pelas suas costas. E o fundo era basicamente um jardim.

  É impressionante o quanto eu já evolui por conta da faculdade. Mesmo sem ter as matérias totalmente focadas nisso ainda, sempre me metia em alguma oficina ou algo do gênero e isso vinha me gerando ótimos resultados.

  Sei que muitas pessoas dizem que o que eu faço não vai me levar a lugar nenhum. Que eu deveria arrumar um trabalho "de verdade". Mas, sinceramente, esse tipo de comentário já deixou de ter importância para mim. Pelo menos na maior parte do tempo.

  Amo o que eu faço com todo o meu coração e isso não mudaria por conta de comentários de meia dúzia de idiotas. Além disso, minha arte é quase que uma forma de terapia para mim, consigo jogar para fora tudo que eu estou sentindo (bom ou ruim) por meio dela. Então não, eu nunca desistiria.

  Ouço a porta se abrindo e vejo meu pai entrando no meu "mini estúdio" (leia-se um quartinho cheio de telas pelas paredes, que têm duas bancadas cheias de material uns tripés e banquinhos). Ele estava com uma cara de sono absurda, provavelmente por ter acabado de acordar, e vestia uma calça cinza larguinha e uma blusa branca (seu pijama habitual).

  - Ainda acordado, filho? - Meu pai pergunta bocejando. - Já tá tarde.

  - Eu tava terminando isso aqui. - digo e chego para o lado afim que ele veja meu último trabalho.

  - Ficou perfeito. - Ele fala nitidamente orgulhoso se aproximando de mim. - Queria tanto que sua mãe estivesse aqui pra ver o seu talento. Ela teria tanto orgulho de você.

  - Ela está vendo, pai. - Falo com os olhos cheios d'água, apoiando minha cabeça no ombro dele. - E sei que ela se orgulha de nós dois.

  - Com certeza... - Ele diz baixinho enquanto passa a mão pelo meu cabelo. - Não tá na hora de você ir descansar não?

  - Tá sim. Só preciso terminar de arrumar as coisas aqui e já vou.

  - Tudo bem, só não demora. Boa noite, te amo.

  - Também te amo, dorme bem. - Respondo e ele sai do estúdio, então começo a agilizar o que eu precisava fazer.

  Quando entrei no meu quarto vi Sirius, meu gato, estava esparramado na minha cama

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  Quando entrei no meu quarto vi Sirius, meu gato, estava esparramado na minha cama. O folgado tem uma caminha só pra ele, mas insiste em ficar na minha. Vá entender esse bicho.

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