O início

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— Então é isso? Nós vamos mesmo fazer isso?

— Acho que nós temos um acordo.

As duas se olharam e sorriram ao mesmo tempo. Lexa deu a volta na ilha da cozinha e abraçou Clarke, que estava sentada em um dos bancos. Clarke até enrolou as pernas em volta da cintura da esposa e deixou Lexa a levantar e dar alguns giros antes de devolver Clarke para o assento.

Elas eram casadas há quatro anos e estavam juntas há mais de 10 anos. Elas se conheceram no início do segundo ano de Clarke na faculdade, início do terceiro de Lexa, e a química foi tão grande e tão boa que elas já estavam namorando em menos de três semanas depois. No ano letivo seguinte, elas passaram a dividir um apartamento e o relacionamento só melhorou. Elas se casaram quando Clarke terminou a faculdade de medicina e agora, faltando pouco tempo para ela finalizar a residência em cirurgia geral, elas decidiram o próximo grande passo: um bebê.

— E quando começamos? Qual é o próximo passo? O que iremos fazer agora?

— Bem, agora eu quero tomar vinho e aproveitar os próximos meses, porque depois disso serão nove meses sem álcool.

Lexa riu e deu um selinho carinhoso em Clarke antes de pegar uma garrafa de vinho na pequena adega que elas tinham na sala de jantar. Quando ela voltou para a cozinha, Clarke já estava com as duas taças e o celular na mão.

— Eu não tenho muita certeza dos próximos passos, reprodução assistida não é uma matéria obrigatória.

— Vida, caso você não queira engravidar, nós ainda podemos adotar — Lexa disse, repetindo um dos tópicos com maior discussão durante o jantar: Lexa não queria engravidar, Clarke não fazia muita questão disso, mas era um desejo comum criar um bebê desde os primeiros meses de vida.

— Eu passei a última hora falando que não é problema para mim ficar grávida — Clarke sorriu para ela e esticou o braço para Lexa segurar a sua mão. — Eu quero ter um bebê com você e vai ser muito complicado adotar um. Nós temos condições de fazer uma inseminação, então vamos. Só...

— Vamos esperar a sua residência acabar — Lexa terminou a frase com uma das condições que Clarke impôs para engravidar. — Eu concordo.

A outra condição de Clarke era que o óvulo fosse da Lexa. Ela disse que seria brilhante, ela geraria um óvulo da esposa. Lexa não fazia muita questão disso, o filho seria das duas, independente do DNA que ele tivesse. Clarke sabia disso, mas ela curtiu a ideia mirabolante e bateu o pé e todo mundo sabe que Clarke Griffin consegue o que quer quando bate o pé.

— Então eu acredito que já podemos seguir mesmo em frente? Amanhã no hospital eu posso ver com a Dra. Rodriguez algumas dicas e sugestões e talvez eu marque com o meu ginecologista. Não sei se vamos precisar fazer algum tratamento. Vou marcar com a sua também.

— Você vai marcar uma consulta pra mim? — Lexa perguntou com um sorriso brincalhão no rosto e Clarke revirou os olhos.

— Se for deixar para você, você faz os seus exames semestrais a cada cinco anos, então sim, eu vou marcar.

Lexa riu e se aproximou de Clarke novamente, se colocando no espaço entre as pernas dela.

— Meu máximo foram três anos, não cinco — ela disse enquanto pontuava cada duas palavras com um beijo.

— Porque eu apareci na sua vida — Clarke respondeu feliz e cruzando os braços nas costas da esposa.

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Algumas horas depois, Lexa estava no banheiro fazendo a sua higiene bucal pré-sono e Clarke estava sentada na cama, com as costas apoiadas na cabeceira, após já ter feito a sua própria rotina antes de dormir. Ela estava caçando no Google artigos e postagens em blog sobre os tipos de inseminação e os devidos preparos. No curto tempo de Lexa se preparar para dormir, Clarke já tinha feito uma busca completa.

TrixinimOnde histórias criam vida. Descubra agora