A gestação, parte 1

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Clarke marcou uma consulta com a médica da inseminação para a terça-feira seguinte, então nesses poucos dias ela passou se segurando para não deitar em uma maca durante os plantões e fazer um ultrassom ela mesma, mas Lexa tinha que acompanhar todos os passos e seria muito suspeito ela aparecer em um plantão e se esgueirar para a sala de exames com Clarke. E elas estavam se esquivando de Abby faziam semanas.

Durante todos esses dias, Lexa sempre dava um beijo na boca da Clarke e dois na barriga. Ela sempre finalizava falando:

— Dois, um para cada, ou dois porque é melhor sobrar do que faltar.

No terceiro dia depois dos testes, Clarke estava cortando um peito de frango para fazer a janta quando Lexa chegou e basicamente expulsou Clarke da pia. Tudo bem que Clarke era péssima na cozinha, mas ela se virava com algumas coisas e um peito de frango era uma delas. Lexa disse que Clarke não precisava fazer nada disso e que ela tinha que descansar.

Ela devia ter ficado quieta.

Foram quase vinte minutos com Clarke brava. Brava. Lexa pensou seriamente em esconder as facas depois daquilo e aquela foi toda a confirmação que ela precisava: Clarke estava realmente grávida.

Clarke fez o jantar naquela noite e Lexa pediu desculpas quando elas estavam comendo. Clarke se desculpou por ter explodido e elas tiveram uma boa conversa, Clarke deixando em ênfase que ela estava grávida e não doente e até que se prove alguma coisa ela iria fazer tudo o que tinha direito e cozinhar um peito de frango era uma dessas coisas.

O clima foi voltando aos poucos e quando Lexa se deitou na cama depois de ter realizado a sua higiene bucal noturna, Clarke apagou o abajur e se virou para a esposa, abrindo o braço para Lexa se aconchegar.

— Eu fui meio idiota hoje cedo, desculpe — Lexa disse enquanto passava os braços ao redor de Clarke. — Nem parece que eu li aquilo tudo de conteúdo de maternidade esse ano.

— Está tudo bem, desculpe por estourar — Clarke disse e deu um beijo na cabeça de Lexa.

— Por favor, me avise se eu fazer alguma coisa que não te agrade. Eu não quero ser idiota de novo ou te deixar desconfortável ou sei lá.

— Eu vou, mas me dê um toque se eu for muito grossa.

— Ok.

— Mas é só você me tratar normal, eu ainda sou a Clarke. Eu sei que você não gosta da minha comida, mas eu faço um bom frango xadrez.

— Para com isso, eu amo a sua comida.

— Quando é a última opção. Eu não te culpo, eu também não gosto dela.

— Eu não vou mais te interromper de novo igual fiz hoje. Mas quando você estiver com nove meses e cansada de carregar dois bebês aqui dentro e mesmo assim continuar fazendo as coisas, eu vou ter que te interromper.

— Ok, eu aceito isso — Clarke deu outro beijo na cabeça de Lexa. — Você não deu os nossos beijos de boa noite.

Lexa sorriu e se afastou do abraço para fazer justamente isso.


A ultrassom foi maravilhosamente bem e deu para ver os dois sacos gestacionais e os embriões. Lexa ficou encantada o tempo inteiro, mesmo sem entender nada do que estava vendo. A consulta foi relativamente rápida, mas muito informativa. A médica de Clarke pediu um retorno em duas semanas e para ela não fazer esforços demasiados. Informou os riscos das primeiras semanas e do primeiro trimestre, acentuados por ser uma gravidez gemelar, e liberou as duas.

TrixinimOnde histórias criam vida. Descubra agora