Capítulo 82

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Esta é uma adaptação autorizada, a obra original pertence à autora LouTommo-Stylese todos os direitos são reservados a ela


Corri por entre as árvores, mantendo minha cabeça baixa, apenas sentindo o cheiro do sangue e o barulho da respiração ofegante. Fora que ela não era nem um pouco silenciosa na hora de correr, esbarrando em arbustos ou quebrando galhos. O chão estava coberto pela neve, o que tornava ainda mais fácil seguir os rastros, ela não estava se esforçando o suficiente.

Apesar de a seguir de perto, eu não a deixei me ver. Porém a deixei me ouvir. Eu queria que ela soubesse que eu estava ali, que estava na sua espreita, que não tinha como escapar. Queria seu coração disparado com o medo, queria a adrenalina percorrendo seu corpo e a fazendo continuar correndo. Eu queria que ela tivesse esperanças de que iria escapar, para depois matá-la.

A observei por entre os galhos, o inverno tinha quase acabado com a vegetação, mas como tudo era uma imensidão branca, eu conseguia me esconder muito bem. Ela passou correndo, olhando em volta, seu corpo tremia com o frio, ela fedia a medo. Rosnei baixo, para que ela ouvisse, e vi seus olhos se arregalarem.8

— Onde você está? — ela gritava, se revirando no lugar. Uma mão segurava a faca e a outra estava sobre o ferimento na lateral do corpo — Apareça!

Andei a sua volta, fazendo barulho suficiente para que me ouvisse, mas ela ainda não conseguiu me ver. Isso aumentou o seu desespero, sua mão tremia um pouco, mas ela segurava a faca como se fosse me atacar assim que eu aparecesse.

— Aparece sua aberração! Apareça! — ela gritava. Mesmo não estando tão perto do galpão, eu sabia que os lúpus poderiam ouvir. Até imaginava Rojin narrando a cena para os outros.

Eu pensei em matar Heesoo com as minhas próprias mãos, eu poderia ter atirada nela até que ela morresse, como fiz com Chinmae. Também poderia permitir que fosse torturada como Ko Myungyi foi. Poderia ter deixado a ômega loira morrer de fome, estrangulá-la ou qualquer coisa. Mas eu preferi deixar que meu lobo fizesse isso.

Meu lobo foi renegado por tanto tempo, já que eu não sabia da sua existência, agora ele merecia ser livre. E se a natureza dos lobos é selvagem, por que não deixar que sua primeira vítima fosse quem tivesse causado tanta dor ao meu alfa e quase tirou minha filhote?

Ela não percebeu que eu estava por perto até estar bem atrás dela, ela gritou de susto, mas não conseguiu correr. Em um salto pulei em suas costas e a apunhalei com minhas garras, abrindo rasgos em sua carne. Ela quase fez minha filhote morrer de tanto sangrar, esse era meu objetivo com seu corpo. Perder cada gota de sangue possível.

Heesoo se arrastou para longe, seu sangue manchando a neve branca. Andei calmamente do seu lado, até que mordi sua perna com força, meus dentes chegando até os ossos, e a arrastei de volta. Seus gritos eram altos, eu estava rasgando carne e tendões pelo caminho, quanto mais ela se debatia, pior ficava o ferimento.

Quando a soltei, fiquei cuspindo aquele gosto horrível da minha boca, enfiei meu focinho na neve, tentando me livrar do sangue dela. Eu queria matá-la, mas também não é por isso que eu iria ingerir qualquer gota daquele sangue.

Me virei para Heesoo, ela gritava e chorava, cadê aquela ômega que estava me desafiando até pouco tempo? Que zombou de mim? Que riu quando eu disse que a mataria?

Me aproximei vagarosamente, meu foco era nela. Heesoo chorava e implorava por algo, se arrastando para trás, mas eu não ouvia. Meus ouvidos estavam apenas atentos a seu batimento cardíaco, saber que era por minha causa que ele estava tão disparado, a ponto de parecer que podia parar de bater a qualquer minuto, era muito satisfatório. E o cheiro? Puro medo.

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