0.4 - I surrender to you

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And I need you like a heartbeat


Marlene McKinnon não tinha a intenção de beijar Sirius Black. Não naquela noite ao menos, porque, verdade seja dita, um beijo entre os dois seria inevitável. A questão é que ela estava irritada com ele, por diversos motivos.

Por onde começar?

Sirius a enlouquecia de muitas maneiras, fosse por sua aparência deslumbrante, seu charme irresistível e sua obstinação. Desde que Marlene o conhecera, não havia passado um dia sequer sem, em algum momento, ter desejado jogá-lo contra a parede. Para beijá-lo, para socá-lo... As motivações variavam conforme os dias. Então, naturalmente, a loira vivia irritada com ele vinte e quatro horas por dia.

A ideia maluca do show a havia deixado com vontade de socá-lo cada vez mais - e também de beijá-lo, em uma proporção um tanto quanto assustadora para Marlene, que geralmente via seu tesão ir por água abaixo quando um cara era teimoso e insistente demais. A cereja do bolo certamente havia sido a descoberta do sobrenome, embora não tenha sido culpa dele. Que culpa Sirius tinha de ter um bom ouvido musical e um interesse pelo gênero que Melanie cantava? O problema tinha sido ele chamá-la de McKinnon. E pior: Marlene ter gostado de ouvir seu sobrenome sair dos lábios dele.

Portanto, logicamente, motivos para detestar e querer dar um gelo em Sirius Black não faltavam. Mas a lógica não ditava as regras do jogo que Sirius Black e Marlene McKinnon estavam jogando, não. Ambos eram como dois lados de uma mesma moeda. Funcionavam da mesma maneira, mas por meios diferentes. Era apenas uma questão de tempo para alguém ceder.

E Marlene cedeu.

Ao passar pelo Black e inalar a mistura de cigarro, cerveja, menta, suor - e mesmo assim conseguir identificar as notas de limão e eucalipto que sentiu mais cedo, já que seria incapaz de simplesmente não notá-los uma vez que os reconheceu -, Marlene se rendeu.

Ela girou os pés, murmurando um palavrão quando deu de cara com o pescoço dele jogado para trás, exibindo tatuagens que ela ainda não havia visto, próximas a outras que ela passara o show e a semana inteira gravando na memória, de olhos fechados.

Marlene o queria.

E por isso, sem pensar em mais nada, segurou o rosto dele com as duas mãos, puxando-o para, finalmente, beijá-lo.

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O momento em que os lábios de Marlene finalmente tocaram os de Sirius o levaram até o paraíso. Seu beijo era divino. Seu cheiro de lavanda, misturado ao suor e o de cerveja, divino.

Divina. Marlene era divina.

E Sirius estava beijando-a.

Por Deus, ele iria aproveitar.

Sirius não tentou parecer calmo e tranquilo. Precisava desesperadamente tirar aquela sede e a curiosidade em conhecer o gosto do beijo dela e a maciez de seus lábios para, enfim, poder deleitar-se com calma. Aquele momento, contudo, não demandava tranquilidade e sim voracidade.

Suas mãos exploravam cada centímetro de pele descoberta de Marlene, enquanto também trabalhava em desvendar os protegidos. Logo suas mãos estavam nas costas de Marlene, por baixo da regata que ela vestia, que possuía vários rasgos, formando uma caveira. Sirius apertou a pele das costas dela com força, tentando controlar a vontade que crescia dentro de si de abrir o fecho do sutiã - que ele já identificara possuir alguns ornamentos como correntes de prata, o que o estava deixando louco para vê-la usando somente aquela peça. Marlene respondeu com um gemido e Sirius foi ao céu novamente. Era muito semelhante ao barulho que ela fizera pela manhã, mas que tentara disfarçar miseravelmente com uma espécie de tosse ou pigarro.

Bulletproof | BlackinnonOnde histórias criam vida. Descubra agora